terça-feira, 25 de junho de 2013

222-Votação da PEC 37

Agora é salve-se quem puder

Primeiro a PEC 37 estava prevista para ser votada no dia 26, impreterivelmente. Com o ardor das manifestações de protestos, em várias capitais do país, clamando pela rejeição da PEC 37, a Câmara, na semana passada, resolve adiar a votação para julho, imaginando que o movimento logo terminaria como se fosse um fogo de palha. Entretanto, os protestos aumentaram, passando a ocupar quase todo o território nacional, numa demonstração de que era um movimento de engajamento popular, nacional e consistente. Após a reunião, convocada pela presidente, com os representantes do Movimento Passe Livre, os noticiários deram conta de que as propostas apresentadas pelo governo não eram nada satisfatórias às reivindicações do povo nem às do MPL. Além disso, elas representaram uma batata quente jogada contra governadores, prefeitos e políticos do Congresso. Ou seja, a presidente tentou se livrar do ônus político que o movimento a condenaria. Todavia, ao perceberem que o bode já estava na sala, o presidente da Câmara imediatamente esforçou-se por convencer a todos os pares quanto à antecipação da votação da PEC 37, para o dia 25 em caráter de urgência (por desespero), e também pela sua rejeição (por medo). Ulysses Guimarães dizia que "a única coisa que mete medo em político é o povo nas ruas". E com toda razão! Na votação, foram 430 a favor, 9 contra e 2 abstenções. Parece que nunca na história da Câmara houve uma virada tão significativa quanto essa. Lembrando que a maioria do plenário na CCJ da Câmara dos deputados era a favor da PEC 37. Se antes a presidente reclamava das limitações políticas, agora, então, as aprovações dos projetos do governo ficarão para as calendas. Isso tudo, possivelmente, se deve aos resultados da reunião com governadores, prefeitos e representantes do MPL, que não foram nada convincentes nem apresentavam soluções imediatas. Pelo contrário, de imediato mesmo foi a proposta de plebiscito que caiu feito uma bomba no Congresso e causou grandes transtornos no meio jurídico. O que se vislumbra de imediato é que o feitiço virou contra a feiticeira, e ela acabou ficando com a batata quente e tomando conta do bode na sala. E agora, presidente, qual será o novo pacto a ser apresentado? 

Celso Pereira Lara   


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