Quando a panela de pressão não aguenta mais
As manifestações de descontentamento,
promovidas pelos estudantes, com as práticas inaceitáveis das três esferas de
governo, eclodiram na maioria das grandes cidades e em algumas regiões do
Brasil, inclusive em várias cidades do exterior. Foram protestos independentes
de partido político, o que surpreendeu a todos da classe política. Houve um pequeno
grupo de partido político que tentou pegar carona nos protestos, levantando
literalmente suas bandeiras, apesar das reclamações e vaias dos manifestantes.
Isso vem a comprovar que o movimento é apartidário, é totalmente promovido pelo
Movimento Passe Livre (MPL) e as classes estudantis, com a participação
crescente da população. Dizer que os políticos estão perplexos com a grande
velocidade que os protestos aconteceram, é uma piada sem graça. O povo está sem
representantes há muitos anos, pois as políticas do governo estão voltadas
apenas para interesses próprios e para os diversos tipos de bolsa, que só
servem para garantir votos nas eleições. As promessas de campanha ainda não se concretizaram.
A Saúde, a Educação e a Segurança Pública estão cada vez piores. Escândalos não
param de acontecer. Políticos condenados pelo STF retornam à Câmara. Bilhões gastos
na Copa das Confederações. O povo não aguenta mais ouvir discursos demagógicos.
Quando uma oportunidade aparece, a população aproveita para mostrar as suas insatisfações.
Nos protestos desta segunda-feira, dia 17, em São Paulo e Curitiba, tentaram
invadir a sede do governo; no Rio Grande do Sul, a Prefeitura; no Rio de Janeiro,
invadiram a Assembleia Legislativa, quebraram tudo e por pouco não foi
incendiada. Esses atos são a comprovação de que o povo está indignado com a
classe política, que nada faz para melhorar as condições de vida da população.
E o aumento das tarifas de transportes públicos foi o estopim dessa revolta popular.
As manifestações deste dia aconteceram de forma pacífica,  por parte dos estudantes, conforme entendimentos
com as autoridades policiais. Todavia, ninguém é de ferro, um pequeno grupo
mais radical quebrou as regras combinadas, partindo para o vandalismo em
algumas capitais. A prática de vandalismo nesse movimento é condenada pela
sociedade. A Presidente Dilma declarou que "numa democracia este movimento
é legítimo", entretanto, a população não aguenta mais conviver com as
injustiças e o descaso dos governantes. O
caldeirão entornou pelas mãos de grupos radicais que não conseguiram se conter.
No fundo, no fundo, é o desejo de milhões de brasileiros. 
Celso Pereira Lara
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