terça-feira, 18 de junho de 2013

211-Os protestos do dia 17

Quando a panela de pressão não aguenta mais

As manifestações de descontentamento, promovidas pelos estudantes, com as práticas inaceitáveis das três esferas de governo, eclodiram na maioria das grandes cidades e em algumas regiões do Brasil, inclusive em várias cidades do exterior. Foram protestos independentes de partido político, o que surpreendeu a todos da classe política. Houve um pequeno grupo de partido político que tentou pegar carona nos protestos, levantando literalmente suas bandeiras, apesar das reclamações e vaias dos manifestantes. Isso vem a comprovar que o movimento é apartidário, é totalmente promovido pelo Movimento Passe Livre (MPL) e as classes estudantis, com a participação crescente da população. Dizer que os políticos estão perplexos com a grande velocidade que os protestos aconteceram, é uma piada sem graça. O povo está sem representantes há muitos anos, pois as políticas do governo estão voltadas apenas para interesses próprios e para os diversos tipos de bolsa, que só servem para garantir votos nas eleições. As promessas de campanha ainda não se concretizaram. A Saúde, a Educação e a Segurança Pública estão cada vez piores. Escândalos não param de acontecer. Políticos condenados pelo STF retornam à Câmara. Bilhões gastos na Copa das Confederações. O povo não aguenta mais ouvir discursos demagógicos. Quando uma oportunidade aparece, a população aproveita para mostrar as suas insatisfações. Nos protestos desta segunda-feira, dia 17, em São Paulo e Curitiba, tentaram invadir a sede do governo; no Rio Grande do Sul, a Prefeitura; no Rio de Janeiro, invadiram a Assembleia Legislativa, quebraram tudo e por pouco não foi incendiada. Esses atos são a comprovação de que o povo está indignado com a classe política, que nada faz para melhorar as condições de vida da população. E o aumento das tarifas de transportes públicos foi o estopim dessa revolta popular. As manifestações deste dia aconteceram de forma pacífica,  por parte dos estudantes, conforme entendimentos com as autoridades policiais. Todavia, ninguém é de ferro, um pequeno grupo mais radical quebrou as regras combinadas, partindo para o vandalismo em algumas capitais. A prática de vandalismo nesse movimento é condenada pela sociedade. A Presidente Dilma declarou que "numa democracia este movimento é legítimo", entretanto, a população não aguenta mais conviver com as injustiças e o descaso dos governantes. O caldeirão entornou pelas mãos de grupos radicais que não conseguiram se conter. No fundo, no fundo, é o desejo de milhões de brasileiros. 

Celso Pereira Lara

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