segunda-feira, 24 de junho de 2013

221-O segundo pronunciamento

Cinco pactos fazem parte de uma proposta surrealista

A presidente recebeu os representantes do Movimento Passe Livre para um “diálogo” que busque atender as suas reivindicações e solucionar o fenômeno chamado manifestações populares. No segundo pronunciamento à nação, num espaço de 3 dias, a presidente praticamente quase reproduziu o discurso anterior, mas com outras palavras e duas inserções. Anunciou que implementará esforços no sentido de realizar as propostas ainda não concretizadas em seu governo, nas áreas de Saúde, Educação e Transportes, e inseriu dois itens para completar cinco pactos: responsabilidade fiscal e controle da inflação; e reforma política. Note-se que a Segurança Pública não foi comentada nem foi incluída no pacto, por considerarem que ela vai muito bem e no Brasil não há violência. Quanto aos dois itens inseridos, trata-se da filosofia de colocar o bode na sala: nada que não possa ficar pior. Responsabilidade fiscal e controle da inflação são políticas essenciais de governo, portanto não são negociáveis nem teriam que fazer parte dos pactos. Quanto à reforma política, que depende de uma série de etapas para chegar à votação no Congresso, levaria muito tempo e certamente não seria aprovada, pois como ela mesma disse, há limitações políticas. Dessa forma, em nada acrescentou às reivindicações e os representantes do MPL saíram frustrados da reunião. A presidente ainda se dispôs a dar continuidade ao "diálogo" com o movimento, possivelmente numa tentativa clara de esvaziar os protestos que ainda estão nas ruas deste país. Por que o ex-presidente não fez a reforma política na época em que as propostas eram aprovadas com “facilidade” no Congresso? Por que a presidente não tentou a reforma logo no início de seu governo? O discurso não convenceu, por isso não foi aceito nem pelo MPL nem pelo povo. Nenhuma novidade no front. A estratégia é ganhar tempo, para que as manifestações acabem por si só. Resta saber, agora, qual seria a estratégia do MPL? 

Celso Pereira Lara

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