Cinco pactos fazem parte de uma
proposta surrealista
A
presidente recebeu os representantes do Movimento Passe Livre para um “diálogo”
que busque atender as suas reivindicações e solucionar o fenômeno chamado
manifestações populares. No segundo pronunciamento à nação, num espaço de 3
dias, a presidente praticamente quase reproduziu o discurso anterior, mas com
outras palavras e duas inserções. Anunciou que implementará esforços no sentido
de realizar as propostas ainda não concretizadas em seu governo, nas áreas de
Saúde, Educação e Transportes, e inseriu dois itens para completar cinco
pactos: responsabilidade fiscal e controle da inflação; e reforma política.
Note-se que a Segurança Pública não foi comentada nem foi incluída no pacto,
por considerarem que ela vai muito bem e no Brasil não há violência. Quanto aos
dois itens inseridos, trata-se da filosofia de colocar o bode na sala: nada que
não possa ficar pior. Responsabilidade fiscal e controle da inflação são
políticas essenciais de governo, portanto não são negociáveis nem teriam que
fazer parte dos pactos. Quanto à reforma política, que depende de uma série de
etapas para chegar à votação no Congresso, levaria muito tempo e certamente não
seria aprovada, pois como ela mesma disse, há limitações políticas. Dessa
forma, em nada acrescentou às reivindicações e os representantes do MPL saíram
frustrados da reunião. A presidente ainda se dispôs a dar continuidade ao
"diálogo" com o movimento, possivelmente numa tentativa clara de
esvaziar os protestos que ainda estão nas ruas deste país. Por que o
ex-presidente não fez a reforma política na época em que as propostas eram
aprovadas com “facilidade” no Congresso? Por que a presidente não tentou a
reforma logo no início de seu governo? O discurso não convenceu, por isso não
foi aceito nem pelo MPL nem pelo povo. Nenhuma novidade no front. A estratégia
é ganhar tempo, para que as manifestações acabem por si só. Resta saber, agora,
qual seria a estratégia do MPL? 
Celso Pereira Lara
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