40 ministérios e os 60 bilhões
O Poder Executivo
no Brasil é composto atualmente por 39 ministérios, para garantir a
governabilidade. Assim pensa a Presidente Dilma. Na Esplanada dos Ministérios,
em Brasília, são 19 prédios em plena utilização. Em 1994, Fernando Henrique
Cardoso recebeu de Itamar Franco 22 ministérios e legou para Lula 24 pastas, em
2002. Mas, em 2010, Lula deixou para Dilma 37 ministérios. Agora, já são 39.
Para bancar toda essa estrutura e a folha de salários, o governo gasta R$ 58,4
bilhões por ano. Em média, as despesas correspondem a 1,5 milhão para cada
ministério. Bem que o Executivo poderia arredondar essas contas. Criaria o
quadragésimo ministério, elevando o gasto para 60 bilhões. Mais um pouquinho
menos um pouquinho não faria diferença nenhuma nos gastos públicos, ninguém
perceberia e o governo sairia reforçado politicamente. A possibilidade de isso
vir a acontecer está muito próxima. Quem sabe um novo Ministério para abrigar
algum político que poderia vir a incomodar a candidata à reeleição nas
campanhas eleitorais? Na base aliada do governo sempre cabe mais um. Da
oposição, todos são bem-vindos. São 22 os partidos da base aliada: PMDB, PC do B, PRB, PSB, PR, PTB, PV, PDT, PP, PDB, PT do B, PRTB, PRP, PMN, PHS, PTN, PSC, PTC, PSD, PSDC, PSL e PPS. De preferência, que não haja nenhuma oposição para que
a governabilidade siga exatamente a cartilha do PT.  Talvez a mesma cartilha seguida pelos
presidentes da Venezuela e da Bolívia. A formação de um bloco político no
governo federal constitui-se numa grave ameaça ao regime democrático. É evidente que no
plano da representação política partidária real há um bloco hegemônico,
articulado e comandado pelo PT. Quando se tem um Estado com executivo forte, um legislativo
debilitado, um judiciário e uma imprensa amordaçados, o
caminho para o totalitarismo já está definido. Nesse instante, a pluralidade de
partidos é fundamental para a democracia, para movimentar as eleições e o
Congresso, mas um partido que subsiste no tempo para ficar apenas agarrado às
tetas dos governos e virar refém de políticas contrárias é no mínimo ridículo.
O partido que se propõe a fazer oposição ao governo e mais tarde se junta à sua
base aliada para rezar e dizer amém a uma cartilha que não é a sua, não merece
votos nas eleições. 
Celso Pereira Lara
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