Governo que se diz democrático utiliza Força Nacional de
Segurança contra manifestantes
O maior valor dado às recentes
manifestações estudantis, apoiadas pela crescente participação do povo, é que
se trata de um movimento apartidário, com datas marcadas pelas redes sociais da
internet. A população sabe que, há muitos anos, não existe mais nenhum partido
político que realmente a represente. É por essa dificuldade que os protestos
nasceram de uma vontade popular soberana, independente das amarras políticas de
partidos, que hoje são 30 no total, mas 22 compõem a base aliada do governo
federal. O movimento serve para mostrar que, de agora em diante, é possível
colocar o povo nas ruas, para protestar contra as práticas imorais que nascem
nas esferas de poder. Isso é a verdadeira prova de participação popular no regime
democrático. O resto é demagogia. Não por acaso, em São Paulo, onde o PT
investiu fortemente em seus candidatos, durante o período eleitoral 2012,
buscando eleger petistas nas prefeituras da região, é que os protestos estão
ocorrendo com maior radicalismo. Primeiro, porque o prefeito Haddad mostrou-se
autoritário, dizendo que não baixaria os aumentos de tarifa e que não
negociaria com os manifestantes. Segundo, porque os conflitos com os policiais
militares foram traumáticos, dada a violenta repressão, alimentada pelo grande
armamento com tamanho aparato policial nunca vistos, utilizada contra o povo
que protestava. Apesar de pedidos do governo, para que não sejam utilizadas
bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, as manifestações de hoje, agora
de manhã, estão sendo marcadas por muitas bombas nas ruas. Inclusive, a Força
Nacional de Segurança já está a caminho das grandes capitais. Possivelmente, hoje,
o clima ficará muito tenso após as 17h.
Celso Pereira Lara
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