A misteriosa história dos boatos do Bolsa
Família
ainda é um enigma
A boataria sobre os
boatos do Bolsa Família não para de crescer. Todos os que se pronunciaram,
defendendo o governo, têm uma parcela de culpa no episódio, menos os da
oposição. A oposição foi frontalmente atacada, talvez inocentemente, sem provas
nem vestígios. O governo fez um estardalhaço geral, numa demonstração de
convicção, responsabilizando a oposição pelo acontecido, ao mesmo tempo em que acionava
a Polícia Federal para abrir um inquérito e apurar o caso. Durante aquela
semana, o governo havia negado a antecipação de saques. Em seguida, a Caixa
desmente o que havia afirmado no sábado, dia 18: a liberação dos pagamentos
fora antecipada para sábado e domingo, para evitar tumultos e amenizar os
boatos. Entretanto, dias após, a Caixa confirma ter alterado, sem aviso prévio,
todo o calendário de pagamento aos beneficiários do Bolsa Família, que começou
dia 17, antes dos boatos. A confusão toda foi criada pelo próprio governo, tal
qual uma torre de babel, numa demonstração de que eles não se entendem na
administração do dinheiro público. Mas por que a Caixa alterou o cronograma?
Por que ela escondeu essa informação ao governo e à população? Como é que a
Ministra do Bolsa não sabia de nada? Principalmente a Presidente Dilma,
que  afirmou que o autor de boato sobre
Bolsa Família é 'desumano' e 'criminoso'.
Acontece que, até agora, passados 12 dias, ainda não saiu nenhum resultado a
respeito. O perigo é que o tempo vai passando e tudo ficará no esquecimento.
Cabe à Polícia Federal emitir um parecer conclusivo, ainda que nada tenha sido
constatado nas investigações. Resta saber o que o governo teria a dizer, caso o
inquérito seja arquivado por falta de provas. Afinal, o povo sofrido
espera uma justificativa convincente dada pelo governo; a oposição aguarda um
pedido de desculpas pela acusação indevida, e que tudo seja esclarecido através
de cadeia de rádio e tv. Só não vale colocar a culpa na Polícia Federal, por
não ter desvendado todo esse mistério.
Celso Pereira Lara
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