terça-feira, 4 de junho de 2013

198-Idade penal - II

Os jovens demonstram maturidade ao cometerem atos criminais, mas são considerados imaturos 
pela legislação brasileira 

A CCJ do Senado já está promovendo debates sobre o tema maioridade penal. Com a participação de juristas e especialistas no assunto, a proposta  do senador Aloysio, assim como muitas outras, parece caminhar para um desfecho já conhecido de todos: “deixa quieto”. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê uma série de direitos aos menores de idade e uma série de obrigações ao Estado e à família, todavia ainda não foram executadas de fato. O presidente da OAB é contra porque a Constituição ‘blinda’ os adolescentes de punição penal pelo fato de terem ainda formação moral e física não concluída. Ele alega também que enquanto as questões do ECA não forem resolvidas, não haverá embasamento para falar em diminuição da idade penal. Alega ainda que se o sistema carcerário não funciona em relação ao adulto, muito menos em relação a uma pessoa em desenvolvimento. Uma Procuradora da República é favorável ao aperfeiçoamento do ECA e das medidas socioeducativas. Um dos principais defensores da reforma do ECA, Aloysio alega que a sociedade não pode esperar até que todas as medidas de proteção social previstas no estatuto sejam implementadas para conferir se elas darão resultado na diminuição da criminalidade. O senador propõe a manutenção da idade penal em 18 anos, mas defende que, nos casos de crimes hediondos, os adolescentes, a partir dos 16 anos, possam ser responsabilizados criminalmente, se o juiz da Vara da Infância entender que tenha discernimento da gravidade do ato que cometeu. O parlamentar discorda que seja inconstitucional, pois a própria legislação já trata o adolescente de 16 anos como adulto em diversas situações relevantes na vida civil e na vida pública. A CCJ promoverá mais duas audiências nas próximas segundas-feiras, dias 10 e 17, para debater o tema.

Celso Pereira Lara

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