quinta-feira, 13 de junho de 2013

205-Protestos contra aumento de tarifa

Vandalismo de quem?

A onda de protestos, iniciada por estudantes, contra o aumento das tarifas de transportes coletivos urbanos, ganha adesões, chegando, segundo informações da Polícia Militar, a aproximadamente 5 mil manifestantes na Av. Paulista, no centro da cidade de São Paulo. Os estudantes não aceitam o aumento de 3,00 para 3,20. Nos primeiros dias desta semana houve vandalismos e muitos envolvidos foram presos. Entretanto, nesta Quinta-feira, dia 13, o ato, que teve início às 17h, em frente ao Teatro Municipal, foi marcado pela cautela, sem nenhum vandalismo registrado. O vandalismo maior teria sido praticado pelos agentes policiais: a tropa de choque da Polícia Militar radicalizou em suas atitudes. Policiais tentam esvaziar os  movimentos de protestos, efetuando aleatoriamente prisões de manifestantes, com o objetivo de aumentar as estatísticas de prisões e intimidar as lideranças. Bombas de efeito moral ou de gás, balas de borracha, spray de pimenta e polícia montada ou cavalaria foram as armas utilizadas pela Polícia Militar para dispersar os manifestantes, que nesta quinta-feira estavam em manifestação pacífica, jogando flores na frente dos guardas e gritando palavras de ordem como "o povo unido jamais será vencido", "abaixo a ditadura" e "você aí fardado, também é explorado". O movimento pacífico de hoje foi interrompido pelas bombas de gás lacrimogênio, lançadas pelos militares. O movimento dos estudantes também repercutiu na Imprensa internacional, que interpretou que o Brasil passa por um momento de fragilidade no controle da inflação, e que os salários já deteriorados não suportariam qualquer aumento de preço. O governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad declararam que não aceitam a redução da tarifa e não querem negociar com as lideranças do movimento, porque foram praticados atos de vandalismo. Convém lembrar que em algumas cidades de São Paulo os prefeitos decidiram pelo valor anterior das tarifas. A tendência é de que outras prefeituras paulistas retirem os reajustes. Será que a Comissão da Verdade, que investiga crimes políticos cometidos por agentes do Estado entre 1946 e 1988, criada pelo governo Dilma, teria também que investigar os atos praticados pelos policiais militares neste governo? A força utilizada pelos policiais ultrapassou os padrões de manutenção da ordem, chegando ao confronto puro e simplesmente. A presença maciça e a atitude dos policiais militares lembram muito bem a época da ditadura militar, tempos repudiados pela cúpula do PT. Os protestos ocorreram, simultaneamente, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Natal, Maceió e Porto Alegre. Imagens de tv mostram policiais vistoriando ou botando qualquer um para correr dali, mesmo que esteja parado, apreciando ou  filmando o conflito. Foram mais de três horas de barulhos de bombas. O que demonstra claramente a radicalização nas investidas dos policiais é o fato de que o repórter Piero Locatelli, de Carta Capital, e o fotógrafo do Terra, Fernando Borges, tenham sido levados para a delegacia, mesmo se identificando no ato da abordagem, na rua. Durante o confronto, sete jornalistas se feriram e cerca de duzentos manifestantes foram detidos. A Polícia Federal já se colocou à disposição para entrar em campo. Os excessos são práticas típicas do regime militar, tão combatidas e não aceitas pelo Partido dos Trabalhadores. E o prefeito Haddad é do PT. O protesto, nesta quinta, foi encerrado às 22h.

Celso Pereira Lara


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