A União Nacional dos Estudantes define agenda de lutas
pela educação
A
nova presidente da UNE afirmou que, no último congresso da entidade, dia 2 de
junho, uma jornada de lutas unificada do movimento estudantil foi convocada,
para que os estudantes tomem as ruas das principais cidades do país, como forma
de marcar as principais lutas do movimento estudantil. "No dia 28 de
agosto faremos uma grande passeata em Brasília para pressionar nosso Congresso
pelos 10% do PIB, 100% dos royalties do petróleo e 50% do fundo social do Pré-Sal
para a educação". Ela também afirmou que a UNE apoia as manifestações do
Movimento Passe Livre contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo. “A
luta por um transporte, sobretudo acessível, de qualidade, é algo que mobiliza
não só os estudantes. O direito de locomoção nas grandes cidades  é um direito fundamental e não pode estar
sujeito às leis de mercado.” Finalmente, a UNE sai do armário, onde esteve
amordaçada durante pelo menos 10 anos e meio. Foi preciso eleger maciçamente
uma pernambucana para que a entidade pudesse sair da hibernação política em que
se encontrava, dominada totalmente pelo Partido dos Trabalhadores. A história
de lutas da UNE ficou totalmente apagada durante os governos de Lula e Dilma. Houve
total afastamento das atividades de organizações estudantis em todo país, não
por total insuficiência de recursos nem por acaso, mas por subserviência às
ordens do todo poderoso presidente do governo dos petistas. Ressuscitada ou sob
nova direção, até arrumar a casa toda, a entidade agora tem muito a cobrar
desse governo. Com certeza, Vic enfrentará forte oposição interna: os radicais
da ala política da base aliada do governo. Para alívio da população que, totalmente
desesperançada, não encontrava canal de voz para as suas justas reivindicações,
e para aumentar o desespero de Dilma que, no momento, sofre de insônia causada
pelo avanço da inflação e pela queda no índice de popularidade, o retorno da
UNE é muito oportuno e muito bem-vindo. Vic Barros foi eleita pelo período de
dois anos, tempo suficiente para mostrar ao governo que a população brasileira
não está totalmente abandonada. O que Dilma prometeu, durante a campanha, mas ainda não cumpriu, agora será cobrado.    
Lembrando a UNE:
Passada
a eleição, a bandeira do "Fora Collor" foi aprovada no Congresso da
UNE de 1992, realizado em Niterói. Com esta bandeira o estudante paraibano
Lindberg Farias tornava-se presidente da entidade. Na medida em que as
denúncias contra o governo Collor tornavam-se mais graves, o movimento
organizado ganhou uma cobertura nacional o que o transformou no principal motor
na campanha pelo impeachment. As passeatas reuniam centenas de milhares de
pessoas, com destaque para Rio de Janeiro e São Paulo (que chegou a reunir 500
mil pessoas em 25 de agosto de 1992). O final da jornada de luta estudantil foi
um alívio: ao contrário do que ocorrera com as "Diretas Já", o
impeachment foi aprovado e o presidente afastado.
A nova presidente da UNE:
Aluna
do curso de Letras da Universidade de São Paulo (USP), Virgínia (Vic) Barros,
de 27 anos, natural de Garanhuns (PE), foi eleita presidente da UNE, domingo, 2
de junho de 2013, ao final do 53º Congresso da entidade estudantil, realizado
durante três dias, em Goiânia. Conforme o publicado no site oficial da UNE, em
um processo eleitoral que teve participação recorde de delegados representando
98% das instituições de ensino superior no Brasil, Vic foi eleita pela chapa
“Bloco da unidade para o Brasil avançar, com 2607 votos (69%), dentro de um
total 3.764 delegados credenciados. 
Celso Pereira Lara