quarta-feira, 28 de novembro de 2012

128-Dilma é muito generosa - III

Seriam mesmo necessários novos cargos 
de confiança no Planalto?

Tramita na Câmara o projeto de criação do 39º ministério: o da Micro e Pequena Empresa, com um ministro extraordinário, um secretário-executivo e 66 cargos em comissão. O custo previsto é de R$ 7,9 milhões e o projeto já foi aprovado na Câmara, mas precisa ser aprovado no Senado, antes de ir à sanção presidencial. Especula-se que seria para o Kassab, do PSD, a ser novo integrante da base do governo. Sem dúvida, mais adiante, novo ministério poderá ser criado para atender a algum partido da oposição que esteja criando problemas com o governo. O governo, portanto, não quer saber de oposição; quer que todos sejam da base de aliados, e para isso não mede esforços nem recursos públicos ao criar novos ministérios. São muitas as funções redundantes. Há ministros batendo cabeça por conta de suas atribuições, como há ministros que talvez ela nem se lembre. Seria uma forma de mensalão legalizado?Agora, mais uma notícia dispendiosa para a nação e desastrosa para o governo, justo no momento em que surge o escândalo na operação Porto Seguro, realizada pela Polícia Federal. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (28) um projeto de lei que cria 90 cargos em comissão e de confiança nos órgãos da Presidência da República. O projeto, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, terá agora de passar pelo plenário do Senado para ter validade. Enviado pela Presidência da República em 2008, o projeto prevê que os cargos deverão ser destinados aos órgãos que funcionam no Palácio do Planalto (sede da Presidência), como Casa Civil, Secretaria de Relações Institucionais, Secretaria-Geral e Secretaria de Comunicação Social. Paulo Bernardo, Ministro das Comunicações, afirmou que os cargos serviriam para fortalecimento dos órgãos vinculados à Presidência. Se o Poder Executivo não tem dado exemplos de bom controle dos cargos de confiança, então, fica muito difícil acreditar na boa intenção desse projeto de lei. Não vai ser com mais cargos de confiança que o governo vai ficar mais resguardado; pelo contrário, aumenta-se a possibilidade de novos esquemas, pois o governo fica mais vulnerável. A criação de novos cargos de confiança no governo, além de inchar a máquina pública e aumentar as despesas do governo com folha de pagamentos, só serve mesmo para atender aos interesses políticos quanto ao fortalecimento da base, com vistas à garantia da reeleição ou da eleição de novo candidato pelo partido. Aos funcionários públicos federais, concursados, foi negada a correção salarial, em torno de 23%, sob alegação de que não havia mais recursos a liberar e que o orçamento para 2013 já estava fechado. Entretanto, para criar o 39º ministério (custo mensal de R$ 7,9 milhões) e os 90 cargos em comissão no Planalto, as verbas aparecem com muita facilidade. A presidenta continua muito generosa.

Celso Pereira Lara


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