Brasil: maior produtor de corrupção
O
jornal londrino ‘The Brazilian Post’ nos faz o favor de relembrar quais foram os 10
maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos, na ordem crescente de
valores desviados:
o
do "mensalão", em 2012 - 55 milhões (fala-se em 100 milhões)
o
dos "sanguessugas", em 2006 - 140 milhões
o
da "Sudam", em 1999 - 214 milhões
a
"Operação Navalha", em 2007 - 610 milhões
a
dos "anões do Orçamento", em 1992 - 800 milhões
a
do "TRT São Paulo", em 1999 - 923 milhões
a
do "Banco Marka", em 1999 - 1.8 bilhões
a
dos "vampiros", em 2004 - 2.4 bilhões
a
do "CC5 do Banestado", em 2000 - 42
bilhões
a
"Privataria Tucana" de 1995-2002 - 100
bilhões
É uma cachoeira de dinheiro, desviado dos cofres públicos,
que poderia ter sido direcionado para resolver algumas questões prioritárias,
como educação e saúde. A cada governo um escândalo diferente, e apenas isso é o
diferencial entre eles. A partir da posse de um presidente, as promessas
eleitoreiras ficam esquecidas e a principal preocupação é com os interesses
próprios: a promoção de sua imagem política e o crescimento de sua conta
bancária. O povo que fique esperneando, enquanto o governo providencia um
remendo aqui, outro ali, onde houver maior clamor. A corrupção na política brasileira
parece evoluir tal qual carrapato num pasto. Se não houver um combate eficaz, a
dominação será total. Com a certeza de que vale a pena ser criminoso político,
os focos de quadrilhas, na administração do governo, se espalham com grande
facilidade. Basta fazer alianças com o partido que governa, para formar um
grande bloco na base parlamentar, garantir a reeleição e cargos públicos. Simples assim! A corrupção não tem fim porque criminosos políticos têm
a seu favor um sem número de privilégios (foro privilegiado, imunidades
parlamentares etc.), que os tornam blindados, isentos de investigação. Após as condenações dos réus, pelo julgamento
do mensalão e dos demais escândalos que estão em andamento de inquérito e os
que estão na fila, no STF, novas formas de corrupção surgirão, alimentando a
cadeia produtiva dos esquemas. E o povo sofrendo cada vez mais com a
criminalidade nas ruas, com o aumento de impostos e taxas de tudo que é tipo e
assistindo passivamente aos noticiários de
fabulosos esquemas de desvios de recursos públicos. O Brasil é um dos maiores
produtores de corrupção do planeta. Só o governo federal dispõe, atualmente, de mais de 24 mil
cargos de confiança. Em 2002, quando FHC deixou o governo, eram pouco mais de
18 mil — um número considerado abusivo, excessivo, mas os companheiros
acharam pouco. Somem-se a isso os postos que os partidos disputam nas estatais.
Só para ilustração: na Alemanha, são apenas 170 os cargos federais de
confiança; no Reino Unido, 300. Nos EUA, 9 mil. Para nossa desgraça, o Estado
só faz aumentar em vez de diminuir. Torna-se a cada dia mais presente na
economia e na vida dos cidadãos. Se há uma grande quantidade de cargos de
confiança no governo, então não deveria haver sequer uma possibilidade de
corrupção. Ou será que quanto mais cargos, mais fortalecida fica a quadrilha! Votem-se
quantas Leis da Ficha Limpa acharem por bem, e a simples redação de um edital
de licitação — quando há licitação — pode premiar a bandidagem. O Brasil
continuará sendo um país de corruptos, enquanto houver, para os políticos,
imunidade parlamentar e foro privilegiado. Por isso, a reforma política se faz
necessária. A corrupção deve ser tratada como crime hediondo, e como tal não
deveria haver dosimetria no momento da aplicação da pena.
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara
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