terça-feira, 13 de novembro de 2012

115-Brasil: maior produtor de corrupção

Brasil: maior produtor de corrupção

O jornal  londrino  ‘The Brazilian Post’  nos faz o favor de relembrar quais foram os 10 maiores escândalos de corrupção dos últimos 20 anos, na ordem crescente de valores desviados:
o do "mensalão", em 2012 - 55 milhões (fala-se em 100 milhões)
o dos "sanguessugas", em 2006 - 140 milhões
o da "Sudam", em 1999  -  214 milhões
a "Operação Navalha", em 2007 - 610 milhões
a dos "anões do Orçamento", em 1992 - 800 milhões
a do "TRT São Paulo", em 1999  -  923 milhões
a do "Banco Marka", em 1999  -  1.8 bilhões
a dos "vampiros", em 2004  -  2.4 bilhões
a do "CC5 do Banestado", em 2000  -  42 bilhões
a "Privataria Tucana" de 1995-2002  -  100 bilhões

É uma cachoeira de dinheiro, desviado dos cofres públicos, que poderia ter sido direcionado para resolver algumas questões prioritárias, como educação e saúde. A cada governo um escândalo diferente, e apenas isso é o diferencial entre eles. A partir da posse de um presidente, as promessas eleitoreiras ficam esquecidas e a principal preocupação é com os interesses próprios: a promoção de sua imagem política e o crescimento de sua conta bancária. O povo que fique esperneando, enquanto o governo providencia um remendo aqui, outro ali, onde houver maior clamor. A corrupção na política brasileira parece evoluir tal qual carrapato num pasto. Se não houver um combate eficaz, a dominação será total. Com a certeza de que vale a pena ser criminoso político, os focos de quadrilhas, na administração do governo, se espalham com grande facilidade. Basta fazer alianças com o partido que governa, para formar um grande bloco na base parlamentar, garantir a reeleição e cargos públicos. Simples assim! A corrupção não tem fim porque criminosos políticos têm a seu favor um sem número de privilégios (foro privilegiado, imunidades parlamentares etc.), que os tornam blindados, isentos de investigação. Após as condenações dos réus, pelo julgamento do mensalão e dos demais escândalos que estão em andamento de inquérito e os que estão na fila, no STF, novas formas de corrupção surgirão, alimentando a cadeia produtiva dos esquemas. E o povo sofrendo cada vez mais com a criminalidade nas ruas, com o aumento de impostos e taxas de tudo que é tipo e assistindo passivamente aos noticiários de fabulosos esquemas de desvios de recursos públicos. O Brasil é um dos maiores produtores de corrupção do planeta. Só o governo federal dispõe, atualmente, de mais de 24 mil cargos de confiança. Em 2002, quando FHC deixou o governo, eram pouco mais de 18 mil —  um número considerado abusivo, excessivo, mas os companheiros acharam pouco. Somem-se a isso os postos que os partidos disputam nas estatais. Só para ilustração: na Alemanha, são apenas 170 os cargos federais de confiança; no Reino Unido, 300. Nos EUA, 9 mil. Para nossa desgraça, o Estado só faz aumentar em vez de diminuir. Torna-se a cada dia mais presente na economia e na vida dos cidadãos. Se há uma grande quantidade de cargos de confiança no governo, então não deveria haver sequer uma possibilidade de corrupção. Ou será que quanto mais cargos, mais fortalecida fica a quadrilha! Votem-se quantas Leis da Ficha Limpa acharem por bem, e a simples redação de um edital de licitação — quando há licitação — pode premiar a bandidagem. O Brasil continuará sendo um país de corruptos, enquanto houver, para os políticos, imunidade parlamentar e foro privilegiado. Por isso, a reforma política se faz necessária. A corrupção deve ser tratada como crime hediondo, e como tal não deveria haver dosimetria no momento da aplicação da pena.

Celso Pereira Lara

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