Por pouco a CPMI do cachoeira iria se transformar 
numa grande pizza
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Uma
excelente iniciativa surge às vésperas da apresentação do relatório final, do
deputado Odair Cunha (PT-MG), na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
do Cachoeira. É que o senador Randolfe, do PSOL, forma grupo de parlamentares
insatisfeitos com o relator, para apresentar um documento paralelo ao
relatório. Essa forma de manifestação também serve de base para representação a
ser protocolada no Ministério Público Federal. O relator, que pertence ao PT,
concluiu o relatório da CPMI com a carência de muitas provas, fundamentais para
incriminar os envolvidos. Segundo os signatários (PPS-PDT-DEM) do relatório
paralelo, o objetivo é “mostrar as omissões, inconsistências e proteções” e
“mostrar aquilo que a CPMI se negou a investigar” no relatório final do
deputado Odair Cunha (PT). Vê-se, portanto, mais um grande escândalo que vai
para a fila dos julgamentos no STF. Parece não ter fim. E ainda alegam que o
julgamento no Supremo é político, que é uma perseguição ao partido dos
trabalhadores! Não fosse a revitalização da CPMI, por meio de manifestação
complementar de deputados da oposição, sem dúvida, o relatório não sairia do
Ministério Público, por insuficiência de provas e investigações não aprofundadas.
Seria um trabalho inútil, terminando em pizza, com sabor de vitória para a nova
quadrilha. Além do indiciamento do governador de Goiás, Marcone Perillo (PSDB),
e do ex-dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, por fraude em licitação,
corrupção ativa e formação de quadrilha, o relatório pede a quebra de sigilo
das 12 empresas que teriam recebido dinheiro da Delta e abertura de
investigação contra os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), do
Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do Tocantins, Siqueira Campos (PSDB),
que não foram ouvidos pela CPMI. “Essa medida é importante porque tudo indica
que o relatório não vai pedir investigação sobre todos os governadores. A CPI
também não teve a coragem e a ousadia de avançar sobre a Delta e sobre o que
estava por trás dela”, criticou o senador Randolfe Rodrigues. No pedido feito
ao Supremo, Perillo afirma que no caso de ser convocado novamente não pode ser
obrigado a comparecer. “Falece competência a qualquer Comissão Parlamentar de
Inquérito convocar governador do estado para depor ou prestar esclarecimentos
de qualquer natureza formal, sob pena de grave ofensa à Constituição, que
assegura a esse agente político e prerrogativa de somente ser processado e
julgado pelo Superior Tribunal de Justiça.” Randolfe adiantou ainda que outro
ponto do documento solicita que a Procuradoria-Geral da República peça
autorização do Supremo Tribunal Federal para abrir investigação contra os
deputados citados durante as investigações da comissão. Na lista estão
Carlos Aberto Leréia (PSDB), Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Ottoni (PT-GO) e
Stepan Nercessian (PPS-RJ). Todos foram alvo de representação na Corregedoria
da Câmara, mas até agora Leréia foi o único que teve um parecer do órgão pela
abertura de processo no Conselho de Ética da Câmara. A representação contra
Nercessian ainda não foi analisada, os demais deputados tiveram os processos
arquivados por falta de provas. Enfim, podemos considerar que ainda existem
bons políticos no Congresso, capazes de contribuir para o afastamento dos corruptos.
E essa é uma das provas.
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara
As relações pessoais de Cabral nada tem a ver com sua administração.
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