Lula não será poupado após o
julgamento do mensalão
À medida que o julgamento do mensalão aproxima-se do seu
final, o termômetro das preocupações de Lula aumenta cada vez mais. Essa
inquietação faz sentido e se deve às consequências das ações que praticou
quando ocupava a Presidência da República, e que, atualmente, além de não gozar
de foro privilegiado, sua popularidade vai de mal a pior. A começar pela Ação
Civil Pública que corre na 13ª Vara Federal pela improbidade administrativa de
fazer um esforço de propaganda para o banco BMG endividar aposentados e
pensionistas do INSS. O processo contra Lula é muito mais sério do que ele
espera. O ex-presidente foi autuado no dia 31 de janeiro de 2011, pelo juiz Paulo
Cesar Lopes, mas o caso ficou abafado até recentemente. Na ação civil pública,
por dano ao erário e improbidade administrativa, Lula e seu ex-ministro da
Previdência, Amir Lando, são processados a pedido do Ministério Público
Federal, em Brasília (processo 0007807-08.2011.4.01.3400). O humor de Lula anda
péssimo e se ainda, ou quando, consegue esboçar um sorriso, logo se percebe que
não é aquele espontâneo; é uma risada pálida. Fala-se que Lula desistiria do
Planalto para 2014, mas que pretende apoiar a reeleição de Dilma ou até de um novo
candidato. Tudo leva a pensar que Lula estaria se isolando, não para refletir no
que fez ou deixou de fazer, mas por causa dos vários processos que pesam em
suas costas. O Processo Investigatório 2.474, com 77 volumes em sigilo, apura
as supostas irregularidades no convênio entre o Banco BMG e o Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS), com a participação da Empresa de Tecnologia e
Informações da Previdência (Dataprev), para a “operacionalização de crédito
consignado a beneficiários e pensionistas”. Lembrando que o BMG é o mesmo banco
envolvido no mensalão. O caso dormita blindado, desde 2007, no Supremo Tribunal.
Por último, como desdobramento do esquema do mensalão, um pedido de
investigação de eventual participação de Lula, tendo Marcos Valério como
principal acusador. Na representação apresentada à Procuradoria Geral da
República, os oposicionistas argumentam que a justificativa para a condenação
de José Dirceu também cabe ao ex-presidente Lula, tendo em vista que Lula era o
chefe do próprio Dirceu, Chefe da Casa Civil, à época dos fatos. O risco é mais
real que nunca, considerando que o STF deverá continuar engrenado, principalmente
nos julgamentos das ações contra o governo petista, sob os aplausos do povo
brasileiro que não suporta mais corrupções e em nome da credibilidade da
Suprema Corte.
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara
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