sábado, 14 de setembro de 2013

261-Entre um inferno e outro

De onde menos se espera é que não sai nada mesmo

O placar 5x5 no Supremo Tribunal Federal surpreendeu a todos os brasileiros, inclusive os decanos! O que parecia ser tão simples acabou virando uma salada mista. A expectativa deixada pelo STF ao povo brasileiro, na última quinta-feira, em relação à quantidade dos votos dos ministros que acolheram os embargos infringentes do julgamento do mensalão, passou a ser motivo de preocupação da sociedade e do atual governo. Certamente que a preocupação de um não é exatamente a preocupação do outro. Há um evidente antagonismo ideológico entre governo e povo, quando na realidade não deveria existir, visto tratar-se de governo democrático e tão anunciado pela presidente que "o povo tem o direito de se manifestar e que a indignação é justa". Seguindo os princípios lógicos, a presidente ao admitir que a indignação seja justa estaria reconhecendo também que o governo vai de mal a pior, e as pesquisas estão aí para comprovar. Não restam dúvidas de que a indignação por esse governo é crescente em todos os sentidos, por causa dos acontecimentos diários (o caso mais recente envolve o Ministério do Trabalho), e todos do governo têm ciência do descrédito da população, mas nada se faz de concreto para aliviar a pressão contra os brasileiros (ou estariam fomentando uma revolta popular?). Como quase nada foi feito até agora, o argumento a ser apresentado seria o de que por falta de tempo tudo se concretizaria no próximo mandato, inclusive porque em 2014 nada “mais” poderia será feito a não ser cuidar da prioritária campanha eleitoral. A indignação do povo poderia crescer mais rapidamente, dependendo do voto de desempate no Supremo na próxima quarta-feira, dia 18. Quanto à posição do governo, pode-se afirmar que a diferença agora não é a mesma que existe entre o céu e o inferno. Para ser mais preciso, o governo encontra-se neste momento entre um inferno azul e um inferno vermelho, o que não deixa de ser um inferno justo até demais. Se no dia 18 o voto decisivo for pela rejeição dos embargos, o governo do PT sairia enfraquecido, moral e politicamente, pela condenação dos 12 réus, dos quais alguns são petistas do alto escalão do governo Lula, que sairiam direto para a prisão, e pela comprovação de que realmente houve o esquema do mensalão na cúpula do governo (haveria desdobramentos?). Se ocorrer o acolhimento dos embargos, os julgamentos poderiam se estender pelo ano eleitoral, em prejuízo da campanha de reeleição, mesmo considerando a possibilidade de redução das penas dos condenados. Portanto, a preocupação é geral, tanto por parte do povo, quanto do governo do PT e do Supremo Tribunal Federal, o qual também tem a sua credibilidade em julgamento. Alea jacta est! 

Celso Pereira Lara     

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