quarta-feira, 11 de setembro de 2013

257-Reforma ministerial

A dança das cadeiras para uma composição mais afinada

A reforma ministerial que a presidente teria a anunciar nos próximos meses nada tem a ver com o atendimento à voz das ruas, muito menos com a redução de ministérios. Pelo contrário, visa eliminar pequenas desavenças existentes na composição da base do seu governo, do governo do PT. Que fique bem claro que isso se deve às críticas que o governador de Pernambuco, pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos (PSB), tem feito ultimamente ao governo federal, não só à política econômica, como também à forma que a presidente insiste em governar o país. A relação de Eduardo com Dilma está crivada de ironias, chegando ao limite do bom senso. Assim fica claro que o objetivo da reforma ministerial não seria para contenção de despesas de custeio através de corte de pastas. Seria, sim, uma retaliação ao adversário político das próximas eleições, destituindo dos cargos os políticos do PSB que ocupam dois ministérios. É o acerto da base aliada do governo, já previsto para início de 2014, visando uma coalizão mais “confiável” para uma possível reeleição da presidente. Pela lógica, o PSB já deveria ter se retirado do governo por conta própria e com bastante antecedência, entretanto o partido prefere continuar apoiando um governo premiado por corrupção de todos os lados e continuar comendo migalhas de banquete alheio, mostrando-se, assim, conivente com os acontecimentos diários. Pelo visto, a vontade do partido seria aguardar o prazo determinado na legislação eleitoral para desincompatibilização, mas possivelmente seria defenestrado pelo governo petista bem antes do tempo. Não é à toa que o PSB não cresce nas pesquisas. A sigla já está mais queimada do que carvão em final de churrasco na laje, e não representa, portanto, nenhum risco de incêndio nas próximas eleições. Resta saber, agora, qual partido seria indicado para ocupar as vagas. Por outro lado, existiria também a grande possibilidade de uma negociação (acordo de paz e de interesses) entre os partidos PT e PSB, impedindo que Campos se lance candidato à Presidência, e evitando que no segundo turno ele desse apoio à oposição. Bastaria apresentar uma proposta de se criar mais um ministério para o PSB no próximo governo e tudo ficaria mais calmo, dentro dos planos do PT. Para Campos, essa alternativa poderia ser muito bem-vinda, pois representaria uma saída “honrosa” para a sua situação nas pesquisas, mas poderia provocar um racha dentro do seu partido. Em política, nem tudo é previsível. 

Celso Pereira Lara


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