quinta-feira, 5 de setembro de 2013

254-O decálogo atribuído a Abraham Lincoln

"...preservando a União e abolindo a escravidão, fortalecendo o governo nacional e modernizando a economia." - Abraham Lincoln

“A história de sucesso de um país passa obrigatoriamente pelas mãos de um grande homem. Não poderia ser diferente com os EUA onde um homem simples, filho de lenhador, quase um herói às avessas, ajuda a contar a história do país. Há mais de 60 anos era promulgado o decálogo atribuído a Abraham Lincoln, que deu início à Declaração dos Direitos das Nações na ONU”.
“Publicado originalmente em 1916, o famoso decálogo do reverendo Willliam J. H. Boetcker (ou “Ten Cannots”) passou a ser atribuído, erroneamente, a Lincoln por causa de um folheto impresso em 1942, por uma organização conservadora chamada Committee for Constitutional Government. O folheto, intitulado “Lincoln sobre as limitações”, continha algumas citações autênticas de Lincoln de um lado, e os “Ten Cannots” de Boetcke do outro. O erro, cometido até por Ronald Reagan, consistiu em atribuir a Lincoln os Ten Cannots do folheto”.

O Decálogo de Boetker (ou de Lincoln):

1. Você não pode criar prosperidade, desalentando a iniciativa individual.
2. Você não pode fortalecer o fraco, debilitando o forte.
3. Você não pode ajudar aos pequenos, esmagando os grandes.
4. Você não pode ajudar o pobre, destruindo o rico.
5. Você não pode elevar o assalariado, pressionando a quem paga o salário.
6. Você não pode resolver seus problemas, enquanto gaste mais do que ganha.
7. Você não pode promover a fraternidade da humanidade, admitindo e incitando o ódio de classes.
8. Você não pode garantir uma adequada segurança com dinheiro emprestado.
9. Você não pode formar o caráter e o valor de um homem, cortando-lhe sua independência (liberdade) e iniciativa.
10. Você não pode ajudar aos homens, realizando por eles permanentemente o que eles podem e devem fazer por si mesmos.

Vale notar que são dez premissas muito simples, mas que expressam um verdadeiro sentimento de preocupação com o lado humano, com a liberdade e a valorização de um povo, e que por isso deveriam ser seguidas pelos governantes de países que adotam o legítimo regime democrático. Sem dúvida, são proposições lógicas que não permitem conclusões diferentes. É uma lista de dez conselhos sobre o que não fazer, sobretudo, quando se está com as melhores das intenções. Do contrário, se revelaria um governo tirânico, opressivo. Sob o ângulo da política tributária todos sabem que o Brasil possui uma das maiores cobranças de impostos do mundo, e também por ela ser perversa e injusta o governo exige dos cidadãos o pagamento de tributo sobre quase tudo: sobre a renda, IRF e INSS/CPSS; sobre os patrimônios, IPTU e IPVA; ainda se paga tributação sobre consumo, os tributos que estão embutidos no preço dos produtos e serviços, sendo estes os que mais são sentidos pela população. O problema maior é que, além de contribuir para essa fantástica máquina governamental recolhedora de impostos extorsivos, a população não recebe a devida contrapartida com as políticas sociais e urbanas, assim como Educação, Segurança e Saúde, além de crescimento econômico, emprego e renda, que são as necessidades do povo. Por isso, a utilização do decálogo só faz sentido em um governo essencialmente democrático e sensível aos apelos do povo; em um governo voltado exclusivamente para atender às necessidades da população; em um governo sem corrupção, sem dominação partidária nas estatais, sem negociatas financiadas com recursos públicos, enfim, em um governo sadio, formado por políticos honestos e competentes. Talvez seja este o segredo do sucesso dos americanos. Mas, enquanto os políticos daqui não se conscientizarem dessas dez premissas, criadas por Boetcker (ou por Lincoln), e não as colocarem em prática, em sua plenitude, juntamente com um governo sadio, o Brasil será sempre um país emergente.  

Celso Pereira Lara

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