quinta-feira, 8 de agosto de 2013

245- Partidos políticos brasileiros

Para que servem tantos partidos políticos?

A pluralidade partidária faz parte da democracia brasileira. São trinta legendas ativas, registradas no TSE. Trata-se de um verdadeiro emaranhado de siglas e nomenclaturas que, em sua maioria, são desconhecidas pelo eleitorado brasileiro. São muitos os partidos sem expressão política, sem vida útil, considerados “nanicos” e parasitas na esfera pública, que se prestam apenas a fazer coligações para sobreviverem. Eles não apresentam seus candidatos à Presidência da República, mas preferem fazer alianças com partidos grandes, para eleger um presidente e garantir a sua existência nos banquetes do governo. Por isso, são classificados, também, como partidos de aluguel. Os partidos raquíticos que não formaram aliança nas eleições, mas conseguiram eleger deputados ou senadores, têm grandes possibilidades de serem convidados pelo governo a integrar a base aliada e conseguir maioria para aprovação de seus projetos no Congresso. Atualmente, a base do governo congrega 22 partidos. É notório que muitas dessas facções são criadas por familiares, formando verdadeiros clãs, cujos indivíduos ocupam os cargos mais altos na hierarquia, tornando-se políticos profissionais com reduzida experiência e recebendo salários. Essa descomunal variedade partidária seria de fato interessante ao nosso processo democrático? Ou ela só serve de moeda para o comércio de interesses de grupos que visam o poder? A multiplicidade de ideias e ideologias só serve para confundir os eleitores. Nem tanto, nem tão pouco! O entendimento de que a exclusão dos partidos “nanicos” seria uma medida ditatorial poderia ser minimizado, se houvesse a proibição de alianças no primeiro turno das eleições. Isso seria possível na reforma política, mas não é conveniente aos legisladores. Esses partidos de terceira dimensão arrastam-se por longos anos, sobrevivendo do recebimento de dinheiro público do Fundo Partidário. Apesar dessa infinidade de agremiações, tudo se resume em dois grandes blocos: PT/PSDB e PMDB/PSB. A grande quantidade de siglas, ainda existentes, se deve à nova Constituição de 1988, que permitiu ampla liberdade de organização partidária. Em poucos anos 70 partidos registraram suas siglas, sendo a maioria deles de vida efêmera. Isso vem comprovar que o eleitor brasileiro não criou a devida identificação com a agremiação que mais representasse os seus interesses. O eleitorado continua, portanto, a acreditar muito mais em nomes do que em partidos, muito mais em carisma pessoal do que em instituições fortes. Partidos que sustentam ideologias revolucionárias antiburguesas, tão logo eles conquistem postos no Executivo ou no Legislativo, passam a viver o dilema natural da política: da integração à ordem burguesa que criticam. Agindo assim, frustram as expectativas do eleitorado. E isso acontece com os partidos grandes e pequenos, sem exceção. É normal a traição política, pois não vai acontecer nenhum tipo de punição ao partido, para infelicidade do povo. No período de propaganda eleitoral, os micropartidos se oferecem, generosamente, para compor aliança com o partido que tem maior potencial de conquistar o Planalto. Exemplo disso aconteceu na última eleição para Presidente da República, cuja candidata foi eleita com o apoio de dez partidos. Entretanto, para as próximas eleições, dificilmente o PT conseguiria a mesma quantidade de aliados, pois a atual conjuntura se apresenta totalmente diversa da de 2010. Então, a traição que antes aconteceu com os eleitores, poderá ocorrer com o próprio governo. Também faz parte da política. Quanto a isso, não há contraponto. 

Celso Pereira Lara 

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