Sem contraponto
Vamos continuar
insistindo na reforma política, porque ela é o único factoide possível que
temos até as eleições. Temos que mostrar serviço e passar a impressão de que
estamos muito preocupados em atender à voz das ruas. Temos que mostrar, também,
que os verdadeiros culpados estão no Congresso fazendo oposição às nossas
propostas, impedindo o crescimento do país. Tudo que está parado, por falta de
aprovação, desde o início do meu governo, terá que sair a toque de caixa ainda
em agosto. Ou vai ou racha. Nem que custe a dissolução da base fora de época.
Assim parece ser o pensamento que predomina no gabinete palaciano, tamanho o
desespero da chefa de governo (e do PT). É preciso recuperar o tempo que foi perdido
em preocupações com a reeleição. Temos que erradicar a miséria que ainda existe
no norte do país, denunciada com exclusividade pelo Fantástico da Rede Globo. É
preciso, também, recuperar a credibilidade do governo e a popularidade da
Presidente (e do Lula). Temos que estar preparados para o enfrentamento das
novas manifestações de descontentamentos que se anunciam para 28 de agosto, em
Brasília, que seriam comandadas pela UNE (!). Temos, também, que estar
preparados para a maior manifestação de todos os tempos, prevista para 7 de
setembro, que está sendo organizada pelas redes sociais (não pelo Foicebook). Preparem-se
mesmo porque desta vez a cobrança será muito maior, considerando que o povo já
aprendeu o caminho das pedras. Possivelmente, já na primeira quinzena de
agosto, os parlamentares do Congresso aprovariam de “qualquer maneira” as
propostas de maior impacto e de resultados imediatos, para minimizar os prejuízos
políticos. Entretanto, em nada adiantaria porque o estrago já está feito e não alteraria
o “grau” de credibilidade que a população deposita neles. Portanto, a
desvalorização atribuída ao atual governo é irreversível. Dada a atual
conjuntura, dizer que todos deste governo estão condenados pelo povo poderia
ser um pouco de exagero, mas é possível. Quanto a isso, não há contraponto. 
Celso
Pereira Lara 
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