Um
governo de cabeça para baixo
Com o boom das manifestações
de protestos neste país, o governo parece ter ficado de cabeça para baixo, tal
a confusão estabelecida no Congresso, no Planalto e na esfera jurídica. Tudo por
causa de uma manobra, há muito planejada, para desviar o foco dos movimentos
populares. Trata-se do plebiscito para a reforma política, que faz parte dos
cinco pactos anunciados pela presidente, em resposta às reivindicações dos
manifestantes nas ruas. No Congresso, a insatisfação é geral com essa
iniciativa da presidente, por entenderem que teria sido, apenas, para jogar uma
cortina de fumaça nos clamores do povo. 
No meio jurídico, percebem-se a ilegalidade na forma de encaminhamento
do plebiscito e na sondagem popular. No Planalto, a apreensão toma conta do
núcleo político, que vez por outra é obrigado a se apresentar para dar
explicações. Enfim, é o governo que governa pelo caos. Não bastasse a
"contabilidade criativa", artifícios utilizados na contabilidade do
Brasil para o fechamento das contas públicas, em função do fraco desempenho do
PIB (pibinho) apresentado em novembro 2012, surge agora, em surdina, a mudança
no Estatuto Social do BNDES. O objetivo é o mesmo: manobras fiscais para fechamento
de contas 2013, através de triangulação. A credibilidade do governo, no
exterior, que já era pouca, agora ficou pior. Isso induz a pensar que os demais
índices não espelham a realidade, e a desconfiança, então, passa a ser da
população. 
Celso Pereira Lara
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