O momento exige união da base aliada, e
cortar ministérios não é nada recomendável
A presidente desmente boatos de que haveria
mudanças no seu ministério: "Não procedem as especulações de mudanças
ministeriais". Ao contrário, ela cobra mais empenho da atual equipe, no
sentido de levar adiante os cinco pactos acordados na reunião com os
governadores e prefeitos. Logicamente que o momento não é para cortar
ministérios visando reduzir gastos públicos, porque criaria um desconforto e
desestabilizaria a megabase de sustentação política governamental. A presidente
precisa, na atual circunstância, é de muito apoio do seu bloco, para o
enfrentamento das crises de legitimidade e de credibilidade que já começaram a tomar
conta do Palácio do Planalto. Mesmo ciente de que a composição de amiguinhos do
governo estaria muito acima da capacidade de lotação do trem, a presidente não
abre mão de nenhum de seus ministérios. O gigantismo da máquina pública e os gastos excessivos da estrutura
governamental superam os de qualquer país do mundo: O governo possui 984.330
servidores, com custo anual de R$ 192,8 bilhões; com cargos comissionados são
22.417; O custeio de todas as pastas – sem considerar investimentos – é de R$
611 bilhões. São, portanto, 39 ministérios, todos imprescindíveis. De
certo modo, não poderia descartar nenhum, pois estaria passando um atestado de
incompetência política. É melhor deixar quieto, não mexer no vespeiro. Interessante
é que, por não haver cortes ministeriais, a tarefa de apertar os gastos acabou
sobrando para o ministro da Fazenda. Na semana retrasada, ele anunciou que não
haveria mais espaço para cortes de despesas no orçamento. Mas, na semana seguinte,
lá pelas tantas, revendo as contas, sob pressão da Chefa, o ministro conseguiu selecionar
algumas despesas supérfluas que poderiam ser cortadas, totalizando algo em
torno de 15 bilhões e vislumbrou também possibilidades de novos cortes de
gordurinhas ao longo do ano. Ele disse ainda que “não está previsto aumento de
impostos”. Por enquanto. Na mesma linha, a presidente havia afirmado,
inicialmente, que as despesas com a construção das novas Arenas da Copa do
Mundo seriam totalmente pagas pelas empresas envolvidas. Entretanto, dias depois,
pressionada pela incontida mídia, anunciou que o governo bancaria as despesas,
mas que o total do investimento previsto (R$ 33 bilhões) seria devolvido pelas
construtoras comprometidas com o financiamento pelo BNDES, sem nenhum prejuízo
aos cofres públicos. Que assim seja! Ou será que o Tesouro vai contabilizar mais
esse calote?
Celso
Pereira Lara
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