quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

162-Redução na conta de luz

Dilma cumpre a qualquer custo a promessa de 
redução do valor da conta de energia

Considerado uma grande iniciativa popular e muito interessante o cumprimento da promessa de redução, para sempre, do valor da conta de energia elétrica, já a partir de fevereiro de 2013. São 8,4 bilhões ao ano para custear esse benefício garantidor da reeleição. Aos consumidores residenciais cabe o desconto de 18,2%, ao passo que aos consumidores da indústria, do comércio e da agricultura cabe o desconto de 32%. Os descontos concedidos aos setores da economia são, na realidade, para amenizar as dificuldades encontradas nas atividades de produção, entretanto, no final das contas, a população terá mesmo que pagar, de qualquer forma, por esses 8,4 bilhões previstos para cada ano, pois se trata de um valor desembolsado do Tesouro Nacional. A promessa de redução da conta de luz em 20%, feita inicialmente ao calor das eleições de 2012, chegou a influenciar um pouco na hora do voto e favoreceu principalmente o índice de popularidade da presidenta. Foi uma promessa feita debaixo de uma crise do setor elétrico, agravada logo em seguida pela ausência de chuvas, com os níveis dos reservatórios muito abaixo das reservas previstas. A possibilidade de apagão não está descartada, assim como o aumento das tarifas de energia elétrica, caso haja necessidade de contenção do consumo. Com os aumentos de preços no comércio em geral, esse desconto não será percebido pelos consumidores de energia nas residências. Sabido que o governo insiste em segurar o aumento do preço da gasolina, ainda que isso tenha trazido grandes prejuízos à Petrobrás, e sabido que o governo implora aos governadores e prefeitos para não aumentarem as tarifas urbanas, tudo isso faz com que a economia continue no seu ritmo, na tentativa de recuperar a produção nas indústrias ou as vendas no comércio. Entretanto, adiar reajustes é colecionar problemas, porque mais adiante a dívida aumentada terá que ser paga de uma forma ou de outra. Dadas as circunstâncias que envolvem a política econômica, pressionada pelo índice de inflação acima do previsto, o governo já anuncia um aumento em torno de 5% para o preço da gasolina (talvez em abril) e admite que a conta de luz dos brasileiros deve subir ainda em 2013, o que faz com que o comércio repasse, antecipadamente, este percentual para realinhar os seus preços, realimentando a cadeia inflacionária e engolindo os descontos nas contas de energia da população, ao pagar por produtos mais caros no mercado. O pior de tudo é que a cada reajuste na conta de luz, o rombo ao Tesouro, que é de 8,4 bilhões, também subirá na mesma proporção. Este é o “bolsa-abacaxi” que o próximo governo terá que descascar. 

Celso Pereira Lara

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