Dilma cumpre a qualquer custo a
promessa de 
redução do valor da conta de energia
redução do valor da conta de energia
Considerado uma grande iniciativa
popular e muito interessante o cumprimento da promessa de redução, para sempre,
do valor da conta de energia elétrica, já a partir de fevereiro de 2013. São
8,4 bilhões ao ano para custear esse benefício garantidor da reeleição. Aos
consumidores residenciais cabe o desconto de 18,2%, ao passo que aos
consumidores da indústria, do comércio e da agricultura cabe o desconto de 32%.
Os descontos concedidos aos setores da economia são, na realidade, para
amenizar as dificuldades encontradas nas atividades de produção, entretanto, no
final das contas, a população terá mesmo que pagar, de qualquer forma, por
esses 8,4 bilhões previstos para cada ano, pois se trata de um valor
desembolsado do Tesouro Nacional. A promessa de redução da conta de luz em 20%,
feita inicialmente ao calor das eleições de 2012, chegou a influenciar um pouco
na hora do voto e favoreceu principalmente o índice de popularidade da
presidenta. Foi uma promessa feita debaixo de uma crise do setor elétrico,
agravada logo em seguida pela ausência de chuvas, com os níveis dos
reservatórios muito abaixo das reservas previstas. A possibilidade de apagão
não está descartada, assim como o aumento das tarifas de energia elétrica, caso
haja necessidade de contenção do consumo. Com os aumentos de preços no comércio
em geral, esse desconto não será percebido pelos consumidores de energia nas
residências. Sabido que o governo insiste em segurar o aumento do preço da
gasolina, ainda que isso tenha trazido grandes prejuízos à Petrobrás, e sabido que
o governo implora aos governadores e prefeitos para não aumentarem as tarifas
urbanas, tudo isso faz com que a economia continue no seu ritmo, na tentativa
de recuperar a produção nas indústrias ou as vendas no comércio. Entretanto, adiar
reajustes é colecionar problemas, porque mais adiante a dívida aumentada terá
que ser paga de uma forma ou de outra. Dadas as circunstâncias que envolvem a
política econômica, pressionada pelo índice de inflação acima do previsto, o
governo já anuncia um aumento em torno de 5% para o preço da gasolina (talvez
em abril) e admite que a conta de luz dos
brasileiros deve subir ainda em 2013, o que faz com que o comércio repasse,
antecipadamente, este percentual para realinhar os seus preços, realimentando a
cadeia inflacionária e engolindo os descontos nas contas de energia da
população, ao pagar por produtos mais caros no mercado. O pior de tudo é que a
cada reajuste na conta de luz, o rombo ao Tesouro, que é de 8,4 bilhões, também
subirá na mesma proporção. Este é o “bolsa-abacaxi” que o próximo governo terá
que descascar. 
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara
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