domingo, 6 de janeiro de 2013

152-Os Penduricalhos na Câmara-II

A lógica política: primeiro se recebe para depois 
discutir o projeto de extinção

Enquanto a Prefeitura luta pela contenção de gastos, a Câmara efetua o pagamento, em forma de ajuda de custo, aos vereadores que são contrários à proposta que acabaria com os penduricalhos. O desconforto causado na Câmara pelos 14 parlamentares que não se manifestaram, através de requerimento, pela recusa do auxílio-paletó, parece ter sido motivo para engrossar a discussão quanto à colocação em pauta do projeto de lei que extingue o pagamento por reuniões extraordinárias. Deu a entender que os 5 legisladores que solicitaram a suspensão do benefício fizeram papel de inocente, enquanto os outros aproveitaram-se da situação de "farinha pouca, meu pirão primeiro", que expressa muito bem a natureza egoística do ser humano. O mais interessante é que alguns reeleitos já haviam se manifestado favoráveis ao fim dos "penduricalhos" em primeira discussão, entretanto preferiram fazer parte do grupo dos 14 beneficiados. A lógica política na Câmara mostra que, para se discutir um projeto de extinção de benefícios, primeiramente há que se recebê-los. Entre inocentes e espertos, fato é que mais uma vez a discussão não passará de discussão e o projeto de lei novamente voltará a adormecer em seu ninho. O que restou mesmo foi a prova, aos olhos dos eleitores, de quem não abriu mão do auxílio-paletó: o grupo dos 14. 

Celso Pereira Lara

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