sábado, 19 de janeiro de 2013

160-Dilma já está em campanha

Por que a presidenta Dilma deu início à campanha 
eleitoral no meio de seu governo?
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Pressionada pelas circunstâncias da atual conjuntura econômica e política, Dilma sai na frente, sinalizando que está determinada a se candidatar pela reeleição. Esperar mais um pouco poderia ser tarde demais. O clima de campanha para a candidata à reeleição em 2014 já começou, mas por enquanto sem as grandes bandeiras vermelhas do PT. Este ano promete muito. Aliás, quem promete muito mais mesmo é a presidenta Dilma, que já se declara candidata no entendimento do povo. Em discurso apresentado no dia 18, durante uma visita às obras da adutora Piaus, na cidade São Julião, no interior do Piauí, Dilma volta a anunciar tudo aquilo que prometeu em sua campanha, nas eleições de 2010: crescimento com emprego e crescimento com educação de qualidade. "Asseguro para vocês que 2013 será o ano que teremos aquele crescimento sério, sustentável e sistemático". "2013 vai ser o ano em que nós vamos colher muitas coisas que nós plantamos". No afã de maior popularidade ou com intenções de garantir a reeleição, o governo Dilma, a cada mês, cria um novo programa-bolsa. "Quando começou esse processo de seca, o governo criou o "bolsa estiagem" e o "bolsa garantia safra". Já tínhamos o bolsa família. Com esses programas, a gente quer ter certeza que as pessoas não vão passar fome, inclusive vão garantir uma sobrevivência a esse período, porque sabemos que a seca vem e passa. Nós vamos ficar de olho, enquanto houver seca, esses programas vão existir. E queremos garantir que, depois da seca, melhorem as condições de vida das pessoas", afirmou a presidente. Será que ela esqueceu que essas promessas já foram feitas, insistentemente, durante a campanha das eleições passadas e não percebe que já está na metade do seu governo ou ela está prometendo para o próximo governo aquilo que ainda não cumpriu neste, mas que agora é "sério"? De uma forma ou de outra, Dilma parece estar, mais do que nunca, preocupada com a credibilidade deste governo, embora os números do último levantamento efetuado pelo IBGE indiquem que o índice de sua popularidade seria suficiente para garantir a reeleição, pelo menos naquele momento. Ela sabe perfeitamente que a economia está engessada há bastante tempo e que a qualquer instante a realidade aparecerá, desastrosamente. A política econômica não parece tão firme das pernas, e é por isso que a presidenta, começando pelo nordeste, antecipa os seus discursos de campanha, prometendo enfaticamente crescimento em todos os setores da economia, buscando amenizar possíveis impactos negativos. Com as notícias bombásticas na imprensa internacional sobre "manobras" efetuadas na contabilidade do Brasil, que tinham por objetivo mascarar o crescimento econômico do país, medido pelo PIB, que não passa de um pibinho, atualmente com crescimento nanico, Dilma procura desviar o foco e fortalecer a sua imagem. A comunidade internacional acompanha atentamente os passos das políticas brasileiras. Seria melhor o governo ter admitido que em 2012 a meta não seria cumprida e anunciar que em 2013 haveria um grande esforço para compensá-la. Ao contrário, a emenda ficou pior do que o soneto. E a transparência, a quantas anda? O que o Tribunal de Contas da União (TCU) teria a dizer a respeito dessas mágicas contábeis, cujas decisões para os lançamentos nas contas públicas dividiram as opiniões dos integrantes da cúpula do governo? O governo está rachado e aí não haverá vencedor. Mas o perdedor todos já sabem quem é: o povo, que terá de pagar a conta. Conforme a presidenta afirma em sua campanha: 2013 vai ser o ano do boom, de colher os frutos. Mas, pelo que se vislumbra nos manuais da atual conjuntura, possivelmente 2013 não será o ano da tranquilidade política, necessária para as colheitas tão anunciadas pela presidenta.

Celso Pereira Lara

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