sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

150-Os penduricalhos na Câmara

A manutenção do 14º e do 15º salário dos vereadores
é uma incongruência
  
Na Câmara Municipal, 2013 já inicia com a velha discussão quanto à eliminação dos penduricalhos, conhecidos como auxílio-paletó, pagos aos legisladores. Trata-se de projeto de lei que se arrasta desde dezembro de 2011 e que propõe o fim dos pagamentos por reuniões extraordinárias - até o limite de R$ 6.012,70 - e da ajuda de custo de R$ 30.063,52, que equivalem ao 14º e 15º salários pagos em dezembro e janeiro de cada ano. Embora eivado de boas intenções políticas, o projeto não consegue dar um passo em direção à finalização. Fica sempre postergado, com a alegação de que há outras prioridades na frente. Ou seja, criou-se a figura do “bode na sala”, que aparece sempre no início e no final da legislatura. Seria uma forma de demonstrar que realmente os legisladores eleitos e reeleitos estão dispostos a contribuir com a contenção dos gastos da Prefeitura, o que ainda não é verdade. Os vereadores recebem pagamento por sua atuação e este pagamento chama-se subsídio (e não salário). Na Câmara também trabalham muitas outras pessoas que ajudam o processo de elaboração dos projetos de lei. Algumas pessoas ajudam a manter o bom funcionamento da Casa; outras, ajudam a divulgar o trabalho dos vereadores e a manter contato com as comunidades. Considerando todo esse aparato, será que a atual estrutura administrativa mantida na Câmara estaria suficiente ou inchada demais? Dos 19 vereadores eleitos, somente 5 manifestaram-se pela renúncia dos penduricalhos, através de requerimento,  alegando que "a maioria da população não desfruta de um sistema de remuneração semelhante." Tudo indica que o primeiro pagamento anual, feito em janeiro, seja pago aos demais vereadores nos próximos dias. Isso porque o projeto - apresentado na última legislatura - ainda não retornou à pauta de votação. O novo presidente da Câmara afirmou que a peça deve seguir seu trâmite normal, mas ele ainda não se definiu quanto a abrir mão ou não do auxílio-paletó. Enquanto a Prefeitura caminha no sentido da contenção de despesas, a Câmara não demonstra a mesma intenção. Pelo menos por parte de 14 vereadores, até o momento.  "Temos que acompanhá-lo. Não podemos deixar que ele passe na nossa frente. É preciso que caminhemos juntos" - disse o presidente da Câmara, referindo-se ao novo prefeito. Palavras não bastam, o povo quer ação, chega de retóricas. A população espera que essa votação seja colocada em pauta, o mais rápido possível, para saber quem são realmente os seus representantes que trabalham para o engrandecimento da cidade de Juiz de Fora e quem são os que trabalham em benefício próprio.

Celso Pereira Lara

Nenhum comentário:

Postar um comentário