Se
bebida fosse bom não haveria tanto desastre no trânsito.
Podemos afirmar que a Lei Seca foi uma grande conquista
da sociedade nos últimos tempos. Aprovada em 19 de junho de 2008, a Lei Seca
deixava uma brecha que favorecia aos infratores: o teste do bafômetro. Bastava
o condutor do veículo recusar o teste e ele não seria autuado por dirigir
embriagado. Por causa disso, a partir de 20 de dezembro de 2012, a lei sofreu
modificações radicais: determina outros meios, além do bafômetro, para serem
utilizados para provar embriaguez do motorista. O texto também prevê aumento da
multa para R$ 1.915,30. O dobro do valor inicial. E o mais importante é que, de acordo com as necessidades, a
norma poderá sofrer adaptações e  tornar-se mais rígida. Esse é o
grande fator. Embora os consumidores de bebidas alcoólicas, inconformados com
essa proibição, continuem a demonstrar que não se intimidam por nada,
certamente eles só têm a perder, caso sejam parados por uma blitz ou por um
desastre. A mudança de comportamento se faz necessária e os policiais da
fiscalização no trânsito não estão para brincadeira: aos infratores, a lei.
Essa norma proibitiva apresenta dois benefícios à sociedade: um, o de corrigir
a irresponsabilidade praticada pelo motorista ao dirigir em estado de
embriaguez; o outro, o de conscientizar o motorista e a população em geral,
quanto aos efeitos do álcool. Como prova da falta de consciência e de
responsabilidade, há motoristas que dirigem até com garrafas de bebidas
etílicas dentro do próprio veículo. A relutância por parte desses motoristas é
natural, da mesma forma quando foi criada a obrigatoriedade para o uso do cinto
de segurança. No início, muitos contestaram, foram multados, mas hoje em dia
todos seguem a norma. A comparação é quanto ao cumprimento da lei e os efeitos
de sua conscientização. O que levou à criação da Lei Seca foram os altos
índices de acidentes provocados por motoristas alcoolizados. Foram desastres
horríveis, que carregaram em seu bojo muitas vidas inocentes. A ocorrência
desses casos aumenta nas datas festivas como 
Ano Novo, Carnaval e até no Natal e na Semana Santa, pasmem! Ao que
parece, para quem gosta mesmo de bebidas, tudo é motivo para comemoração. Se
está fazendo calor, vamos tomar uma geladinha. Se está fazendo frio, vamos
tomar uma para esquentar. Se o time de futebol venceu, vamos tomar uma; se
perdeu, vamos tomar duas. E assim bebe-se o ano inteiro, sem que se perceba. Há
os que bebem pouco, os que bebem muito e os que não bebem. Quanto aos que não
bebem, a qualidade de vida deve ser bem melhor e por isso lutam para se manter com
saúde. Os que bebem pouco sabem por que bebem assim. Os que bebem muito sabem
por que bebem tanto e por isso continuam a beber cada vez mais, sem limites,
não admitindo que ninguém os faça parar ou mudar de ideia. Talvez, neste
momento, por petulância, estejam bebendo e fazendo um brinde à Lei Seca. Bebendo
pouco ou bebendo muito, ao serem parados pela blitz, no trânsito, não serão
perdoados pela Lei Seca. Conforme o próprio nome diz, tolerância zero com bebida
etílica.
Celso
Pereira Lara
Texto publicado na seção "Cartas" do Diário Regional de 11.01.2013.  
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