sábado, 29 de dezembro de 2012

145-A Lei Seca - II

Se bebida fosse bom não haveria tanto desastre no trânsito.

Podemos afirmar que a Lei Seca foi uma grande conquista da sociedade nos últimos tempos. Aprovada em 19 de junho de 2008, a Lei Seca deixava uma brecha que favorecia aos infratores: o teste do bafômetro. Bastava o condutor do veículo recusar o teste e ele não seria autuado por dirigir embriagado. Por causa disso, a partir de 20 de dezembro de 2012, a lei sofreu modificações radicais: determina outros meios, além do bafômetro, para serem utilizados para provar embriaguez do motorista. O texto também prevê aumento da multa para R$ 1.915,30. O dobro do valor inicial. E o mais importante é que, de acordo com as necessidades, a norma poderá sofrer adaptações e  tornar-se mais rígida. Esse é o grande fator. Embora os consumidores de bebidas alcoólicas, inconformados com essa proibição, continuem a demonstrar que não se intimidam por nada, certamente eles só têm a perder, caso sejam parados por uma blitz ou por um desastre. A mudança de comportamento se faz necessária e os policiais da fiscalização no trânsito não estão para brincadeira: aos infratores, a lei. Essa norma proibitiva apresenta dois benefícios à sociedade: um, o de corrigir a irresponsabilidade praticada pelo motorista ao dirigir em estado de embriaguez; o outro, o de conscientizar o motorista e a população em geral, quanto aos efeitos do álcool. Como prova da falta de consciência e de responsabilidade, há motoristas que dirigem até com garrafas de bebidas etílicas dentro do próprio veículo. A relutância por parte desses motoristas é natural, da mesma forma quando foi criada a obrigatoriedade para o uso do cinto de segurança. No início, muitos contestaram, foram multados, mas hoje em dia todos seguem a norma. A comparação é quanto ao cumprimento da lei e os efeitos de sua conscientização. O que levou à criação da Lei Seca foram os altos índices de acidentes provocados por motoristas alcoolizados. Foram desastres horríveis, que carregaram em seu bojo muitas vidas inocentes. A ocorrência desses casos aumenta nas datas festivas como  Ano Novo, Carnaval e até no Natal e na Semana Santa, pasmem! Ao que parece, para quem gosta mesmo de bebidas, tudo é motivo para comemoração. Se está fazendo calor, vamos tomar uma geladinha. Se está fazendo frio, vamos tomar uma para esquentar. Se o time de futebol venceu, vamos tomar uma; se perdeu, vamos tomar duas. E assim bebe-se o ano inteiro, sem que se perceba. Há os que bebem pouco, os que bebem muito e os que não bebem. Quanto aos que não bebem, a qualidade de vida deve ser bem melhor e por isso lutam para se manter com saúde. Os que bebem pouco sabem por que bebem assim. Os que bebem muito sabem por que bebem tanto e por isso continuam a beber cada vez mais, sem limites, não admitindo que ninguém os faça parar ou mudar de ideia. Talvez, neste momento, por petulância, estejam bebendo e fazendo um brinde à Lei Seca. Bebendo pouco ou bebendo muito, ao serem parados pela blitz, no trânsito, não serão perdoados pela Lei Seca. Conforme o próprio nome diz, tolerância zero com bebida etílica.

Celso Pereira Lara



Texto publicado na seção "Cartas" do Diário Regional de 11.01.2013.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário