domingo, 7 de março de 2021

574-STF no combate à pandemia

 Cinco ministros do STF, em plenário virtual, confirmaram uma decisão que não deu certo, mostrando que a intenção é destruir Bolsonaro!

Na sexta-feira (5), o STF prorrogou a vigência da legislação que prevê as ações de enfrentamento à pandemia. Então, fica mantida autorização dada a governadores e prefeitos para adoção de medidas de combate à Covid-19, como isolamento social, quarentena, uso de máscara, lockdown, além de aluguéis de galpões e compras de respiradores superfaturados etc.

Cinco ministros do Supremo referendaram a decisão de dezembro do ministro Ricardo Lewandowski de prorrogar a vigência da legislação que prevê as ações de enfrentamento à pandemia. A eficácia da lei terminava no final de 2020, mas o magistrado Lewandowski (aquele ministro que, numa decisão monocrática e inconstitucional, fatiou o impeachment da ex-presidenta Dilma) já havia estendido seus efeitos por tempo indeterminado. Não bastasse isso, através de liminar, o mesmo togado havia negado ao governo federal a requisição de seringas, agulhas e outros insumos ao governo de São Paulo. E, nesta oportunidade, também votaram para manter o despacho liminar, favorável ao pedido do governo paulista que se recusa a atender ao pedido do presidente.

O interessante é que mesmo tendo sido amplamente divulgado em reportagens nas mídias, a respeito da corrupção que se alastrou por diversos estados da federação, justamente por causa da primeira decisão, em abril de 2020, a qual retirava poderes do presidente no enfrentamento à pandemia e transferia para governadores, nova decisão de renovação acontece.

Em abril, o sistema de saúde do Amazonas entrou em colapso por causa da pandemia da Covid-19. Foi nesse cenário que, segundo a Polícia Federal, integrantes da cúpula do governo do Amazonas e empresários montaram um esquema de corrupção.

Desde abril do ano passado, investigações de casos de desvios de recursos para o combate à Covid-19 se espalharam por pelo menos 11 estados, além do Distrito Federal. São investigados prefeitos, governadores, e, em alguns estados, secretários de Saúde chegaram a ser presos ou afastados de seus cargos sob suspeita de corrupção. Uma verdadeira fraudemia!

A prática dos suspeitos de corrupção envolve dezenas de casos que vão desde aluguéis de galpões, compra de respiradores, máscaras e outros insumos superfaturados, além de compras que não existem comprovações.

A corrupção também é vista no desperdício. Em Niterói-RJ, mais de 300 toneladas de equipamentos estão no local, vencidos e indisponíveis para a população. Tudo será incinerado, custando aos cofres públicos mais de 3 milhões, pois o serviço é especializado.

No meio da pandemia, em procedimento considerado inédito, a PGR colocou os chefes do Executivo sob a sua mira, para investigar eventuais práticas criminosas. Está sendo travada um verdadeira operação quebra-cabeça para se chegar aos autores de ações criminosas contra a vida da população.

Como entender, quando o STF forma maioria a favor de autorização para governadores decretarem medidas de isolamento e outras providências, quando vários governantes e prefeitos estão, ainda, sob investigação do Ministério Público?

Diante de tantas evidências de atos criminosos com o dinheiro público, não seria razoável que a Suprema Corte confirmasse a renovação da autorização dada a governadores de estados. Agindo dessa forma, sem dúvida, estaria jogando mais lenha na fogueira. Os governadores, prefeitos e a mídia da oposição agradecem de coração, enquanto o governo federal arca com as consequências do caos instalado de forma premeditada.

Celso Pereira Lara

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