Com
os gritantes acontecimentos pós-Copa, a onda de negativismo contra o governo
cresce a todo instante. Prometer que irá corrigir tudo, se reeleita, não
convence a ninguém.
A economia brasileira
caminha tropeçando rumo a 2015, ano cujas previsões dos grandes mestres indicam
que não será nada bom para o Brasil, independente de quem seja o novo presidente.
Arrocho salarial aos funcionários públicos seria a primeira providência. Mas
por que não reduzir à metade, primeiramente, os 39 ministérios, e não acabar
com milhares de cargos de confiança sem concurso público, produto do
aparelhamento?
O PIB e a inflação
estão sempre caminhando em evidente antagonismo, naturalmente, desde que a taxa
do PIB seja a mais alta. A que deveria ser alta, por representar o crescimento da
economia do país, encontra-se há bastante tempo no menor patamar. Daí ter
surgido o termo pibinho, pois o crescimento quando não está estabilizado é cada
vez menor. Ao contrário, a taxa de inflação encontra-se num patamar elevado,
dando a entender que é possível subir ainda um pouco mais. São dados
importantes que certamente se refletirão negativamente para o atual governo,
nas campanhas eleitorais em curso. 
Dentro do próprio governo,
a previsão para este ano é de crescimento menor que 2% e uma inflação acima de
6%. Se a economia vai mal, as instituições também seguem comprometidas e não
escapam de temas em palanques. Nesse contexto, a nova classe média que foi promovida
por uma falsa bolha volta a ocupar o seu lugar primitivo: a classe pobre. E
quando a crise econômica interfere cada vez mais na elevação dos preços, os
primeiros sintomas ocorrem no bolso da população menos favorecida, e, com a proximidade
das eleições, a tendência é acontecer uma resposta inesperada na hora de
decidir o voto. Lembrando que quem define as eleições é a classe média.
No bojo dos recentes
acontecimentos, o Brasil foi chamado de "anão diplomático" pelo
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, ao comentar a
decisão brasileira de chamar o embaixador para consultas por conta da escalada
de violência na Faixa de Gaza. O governo brasileiro disse que ação de Israel em
Gaza é desproporcional. O porta-voz de Israel reage e afirma que
desproporcional é 7 a 1. É notório que a percepção internacional sobre o país
piorou muito nos últimos anos, e será necessário um bom tempo para recuperar a
credibilidade. 
Outro fato no campo
da diplomacia transformou-se em combustível para comentários políticos na mídia:
a hospedagem de um tirano na Granja do Torto. É que a presidente, seguindo a
prática sorrateira do petismo, recebeu o ditador cubano Raúl Castro, oferecendo
um tratamento diferenciado. Afinal, é o irmão do todo poderoso Fidel Castro, a
quem o PT presta reverências mil. 
O jantar contou com a
presença do novo líder venezuelano, Nicolás Maduro. O motivo das conversas possivelmente
não devia estar na agenda, mas segundo a presidente foi um encontro marcado
pelas "relações diplomáticas de alto nível", e não pode ser tratado
como "preconceito". "Brasil estava apenas sendo cordial,
adotando a prática da reciprocidade". Pergunta-se: que tipo de
reciprocidade os brasileiros mais céticos poderiam esperar de Cuba ou da
Venezuela? 
Não por coincidência,
tal fato se deu nesse período de campanha eleitoral, que já começou na segunda
semana de julho, mas até o momento o governo ainda não se animou a esquentá-la.
Com mais este fato político, ocorrido de surpresa e com diálogos sussurrados, a
campanha tende a esquentar daqui para frente nos palanques da oposição.
Celso Pereira Lara
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