quarta-feira, 23 de julho de 2014

363-O perigo do clima de campanha

A presidente promete que corrigirá erros se for reeleita. Esse é o fundamental de sua campanha eleitoral, pois não há mais nada a prometer.

Certamente que se for reeleita, o seu mandato inteiro será somente para corrigir os seus próprios erros e tudo ficará como dantes, trabalhando em cumprimento da meta socialista.
A presidente considera-se vítima de perseguições injustas, só porque durante o seu governo não foi possível concretizar a agenda prometida, quando de sua eleição, em 2010. Agora, apresenta-se menos arrogante, na tentativa de arrebanhar os incautos, enquanto o seu tutor e cabo eleitoral, Lula, sai em campo implorando por segunda chance. Ou estaria pedindo a quarta chance ao PT?
O povo é muito ingrato, e além de tudo muito apressado. Com um pouco de paciência, quem sabe a transposição do São Francisco possa se transformar numa realidade! Afinal, um novo prazo já foi dado: durante 2015. Chega a ser cômico! Foram quatro anos sem que houvesse comemoração de algum projeto de governo levado a cabo, mesmo considerando os oito anteriores. Exceção para as doze arenas da Copa das Copas, que de tanta empolgação foram construídas quatro a mais, o que não configura legado algum para a população, mas certamente novos elefantes brancos. Com a derrota da seleção brasileira, a Copa se encerrou sem o brilho tão esperado pela presidente, e o clima de campanha ainda não começou a pegar fogo, talvez porque ela continua sendo vaiada quando presente em qualquer ato público.
Inclusive, já foi orientada a fazer campanha somente pelas redes de televisão e sociais da internet. Veja a que ponto chegou: uma presidente acuada, rejeitada pelo povo nas ruas. Não é à toa que os institutos de pesquisa mostram que os índices de intenção de voto favorável à reeleição estão em tendência declinante, enquanto os de rejeição apontam ligeiro crescimento.
Enquanto isso, na euforia do clima de campanha eleitoral, eis que mais uma criação sinistra do governo petista nasce nos blogs dos famosos articulistas: o Decreto 8.243, que institucionaliza os "conselhos populares", os quais serão exercidos pelos militantes políticos, à revelia do povo que não pode participar por ser trabalhador e não tem tempo para isso. Funciona como um parlamento paralelo, e chamam a isso de "povo organizado", para mascarar as aprovações das estratégias de poder do governo.
Assim fica fácil demais caminhar para o totalitarismo! Não deixa de ser uma forma de aparelhamento dos movimentos organizados, que em nome da população praticam-se aprovações de atos de interesse do governo, em favor dos sem isso ou sem aquilo. Sem dúvida, um decreto seguindo a cartilha do Foro de São Paulo, o que não passa de mais um golpe contra o cidadão comum, cuja suposta participação perde valor nos centros de decisão de políticas públicas. Se a realidade mostra que não há mais representatividade dos parlamentares diante da população, então, cria-se uma sub-representação no meio do povo. O que comprova que no Congresso os políticos não representam a sociedade, mas sim os verdadeiros projetos governamentais em detrimento dos seus eleitores.
O intrigante nisso tudo é que o monstro vem sendo gestado de maneira tão sorrateira, e a população, mesmo percebendo, parece estar anestesiada ou, de fato, alienada para acontecimentos políticos que destroem a democracia. Seria o caso de acontecer nas ruas um grito coletivo de indignação da sociedade contra essa engenhoca maquiavélica. Um basta promovido pelo povo, como em junho de 2013, seria no mínimo uma resposta adequada. Não fossem os jornalistas da "lista negra" do PT a denunciar essa genialidade governamental, esse decreto bolivariano estaria vigorando no anonimato. Não só isso, o mais preocupante mesmo é o silêncio sepulcral, misterioso, da sociedade civil a esse respeito.


Celso Pereira Lara

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