terça-feira, 29 de julho de 2014

366-Pichações em viaturas policiais, em JF

A criminalidade atingiu proporções insustentáveis em muitas cidades do país, mas os governantes, tão preocupados com as suas carreiras políticas, não percebem a gravidade da situação. Só fingem perceber quando há manifestações de rua.

Prende em nome da lei, solta em nome da lei. Parece brincadeira de gato e rato, mas, na realidade, é assim que funciona o sistema protetor da sociedade no Brasil. O desgaste moral que as Polícias vêm sofrendo, ultimamente, não é por acaso, porque é fruto de um tratamento político que visa o sucateamento das instituições públicas em todas as esferas. Tal fato incentiva os fora da lei a cometer cada vez mais crimes, com a certeza da impunidade, inclusive a desafiar as autoridades policiais com pichações em seus veículos de serviço. Uma petulância! Hoje é pichação. E amanhã?
Sabemos que enfrentar a criminalidade é um trabalho desgastante para os policiais que, no cumprimento de seu dever, prendem por várias vezes o mesmo delinquente. Há casos de vinte ou mais registros em nome do mesmo infrator. Dessa forma, as dificuldades no policiamento só têm aumentado, e todos nos tornamos vítimas das circunstâncias. O crescimento da criminalidade é produto dessa discrepância das penalidades, e, em consequência, os taxistas já viraram alvo dos bandidos. São diversos assaltos ocorridos diariamente nessa classe de trabalhadores, fazendo com que o serviço ao final do dia termine de forma estressante, devido ao clima de insegurança e medo.
O mesmo ocorre com os estabelecimentos comerciais, que após diversos assaltos apelam para os sistemas de câmeras digitais, para ao menos filmar os ladrões, mas não os impedem de praticar os delitos.
Os jornais noticiam que em São Paulo o crescimento do número de assaltos chega a 35%, atingindo uma média de 37 roubos por hora. E nas outras grandes capitais a situação não é tão diferente. As pessoas vivem acuadas em suas casas, protegidas por grades, câmeras e cães adestrados, como forma de segurança, entretanto, ao saírem às ruas, encontram-se totalmente inseguras. Convém dizer que dentro de suas casas a sensação de segurança é apenas simbólica, porque na prática, quando os criminosos visam um alvo, não há impedimento para a execução do assalto.
Até nas cidades interioranas já há registros de aumento da escalada da violência. Portanto, Juiz de Fora não está sozinha, levando em conta que o país inteiro padece desse mal, e não dá para vislumbrar melhorias na segurança pública, no curto prazo, pelo menos enquanto as leis estiverem desatualizadas.
O Brasil não chega a ser comparado a uma terra sem lei, mas pelo andar da carruagem tudo indica que está caminhando para lá. É uma questão de tempo. Infelizmente, temos que levar a vida contando com a própria sorte, até o dia em que os titulares dos poderes constituídos deixarem de olhar somente para si e se comprometerem a legislar a favor da dignidade do povo.


Celso Pereira Lara

sexta-feira, 25 de julho de 2014

365-O perigo do clima de campanha-II

 Com os gritantes acontecimentos pós-Copa, a onda de negativismo contra o governo cresce a todo instante. Prometer que irá corrigir tudo, se reeleita, não convence a ninguém.

A economia brasileira caminha tropeçando rumo a 2015, ano cujas previsões dos grandes mestres indicam que não será nada bom para o Brasil, independente de quem seja o novo presidente. Arrocho salarial aos funcionários públicos seria a primeira providência. Mas por que não reduzir à metade, primeiramente, os 39 ministérios, e não acabar com milhares de cargos de confiança sem concurso público, produto do aparelhamento?
O PIB e a inflação estão sempre caminhando em evidente antagonismo, naturalmente, desde que a taxa do PIB seja a mais alta. A que deveria ser alta, por representar o crescimento da economia do país, encontra-se há bastante tempo no menor patamar. Daí ter surgido o termo pibinho, pois o crescimento quando não está estabilizado é cada vez menor. Ao contrário, a taxa de inflação encontra-se num patamar elevado, dando a entender que é possível subir ainda um pouco mais. São dados importantes que certamente se refletirão negativamente para o atual governo, nas campanhas eleitorais em curso.
Dentro do próprio governo, a previsão para este ano é de crescimento menor que 2% e uma inflação acima de 6%. Se a economia vai mal, as instituições também seguem comprometidas e não escapam de temas em palanques. Nesse contexto, a nova classe média que foi promovida por uma falsa bolha volta a ocupar o seu lugar primitivo: a classe pobre. E quando a crise econômica interfere cada vez mais na elevação dos preços, os primeiros sintomas ocorrem no bolso da população menos favorecida, e, com a proximidade das eleições, a tendência é acontecer uma resposta inesperada na hora de decidir o voto. Lembrando que quem define as eleições é a classe média.
No bojo dos recentes acontecimentos, o Brasil foi chamado de "anão diplomático" pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, ao comentar a decisão brasileira de chamar o embaixador para consultas por conta da escalada de violência na Faixa de Gaza. O governo brasileiro disse que ação de Israel em Gaza é desproporcional. O porta-voz de Israel reage e afirma que desproporcional é 7 a 1. É notório que a percepção internacional sobre o país piorou muito nos últimos anos, e será necessário um bom tempo para recuperar a credibilidade.
Outro fato no campo da diplomacia transformou-se em combustível para comentários políticos na mídia: a hospedagem de um tirano na Granja do Torto. É que a presidente, seguindo a prática sorrateira do petismo, recebeu o ditador cubano Raúl Castro, oferecendo um tratamento diferenciado. Afinal, é o irmão do todo poderoso Fidel Castro, a quem o PT presta reverências mil.
O jantar contou com a presença do novo líder venezuelano, Nicolás Maduro. O motivo das conversas possivelmente não devia estar na agenda, mas segundo a presidente foi um encontro marcado pelas "relações diplomáticas de alto nível", e não pode ser tratado como "preconceito". "Brasil estava apenas sendo cordial, adotando a prática da reciprocidade". Pergunta-se: que tipo de reciprocidade os brasileiros mais céticos poderiam esperar de Cuba ou da Venezuela?
Não por coincidência, tal fato se deu nesse período de campanha eleitoral, que já começou na segunda semana de julho, mas até o momento o governo ainda não se animou a esquentá-la. Com mais este fato político, ocorrido de surpresa e com diálogos sussurrados, a campanha tende a esquentar daqui para frente nos palanques da oposição.


Celso Pereira Lara

quinta-feira, 24 de julho de 2014

364-Água em pauta, em JF

Punição para desperdícios de água ultrapassa os limites da liberdade dos indivíduos, uma vez que as contas são pagas pelos consumidores. Ou será que já estamos num socialismo bolivariano?

O projeto de lei que proíbe a lavação de calçadas e fachadas públicas, residenciais ou comerciais, com o intuito de evitar os desperdícios de água tratada, e que havia sido encaminhado para sanção do Executivo, retorna à Câmara para aprofundamento da discussão.
O texto prevê, também, que em casos excepcionais, como acidentes naturais, haveria a necessidade de solicitar consentimento à Cesama, a qual emitiria uma autorização em até 48 horas.
Todos nós entendemos que o uso comedido da água tratada deve ser levado a sério, considerando as dificuldades por que passam os reservatórios brasileiros.  Embora o fornecimento de água pela Cesama seja cobrado pela quantidade consumida, ou seja, o que se gasta é o que se paga, a criação de uma lei para evitar desperdícios seria um tratamento mais coercitivo aos consumidores de água do que um simples método de “conscientização”. É justamente nesse ponto que está havendo grande contestação do povo, que já está cansado de ser penalizado. Não é à toa que o projeto de lei, ainda na Câmara de Juiz de Fora, foi retirado de pauta, para novas discussões.
Uma forte campanha de esclarecimento se faz necessária nas sociedades democráticas, seja nas próprias contas de água ou por outros meios de comunicação em massa. Ninguém, por mais infantil que seja, fica brincando de lavar calçadas! Urinas e fezes de animais estão espalhadas à vontade por todos os lugares, o que sugere que seja também incluída na campanha de conscientização. “Se a lavação se faz necessária, não haverá punição”, diz o texto do projeto. Então, significa dizer que o morador não é capaz de julgar se é necessário ou não lavar a calçada? A que ponto chegou! Solicitar autorização à Cesama para uma lavação de calçada já é meio caminho andado para o totalitarismo. A população está sendo bombardeada de tudo que é lado, pela fúria punitiva das esferas de poder.
Evidente que essas não são medidas populares, que venham favorecer o povo. Que fique bem claro que os vereadores não foram eleitos para massacrar a população. É um erro considerar base de cálculo para 500 mil moradores (população total de Juiz de Fora) desperdiçando água. E os que moram em apartamentos? Na realidade, são muito poucos os que lavam calçadas, à exceção dos estabelecimentos comerciais e das residências onde as calçadas são verdadeiros depósitos de lixo e fezes.
Se em três municípios paulistas lei similar já está em vigor, não significa que os outros sejam obrigados a seguir o mesmo caminho. Há métodos de conscientização que não sejam pelas leis.
Quando alguém faz uma lavação é porque o local está sujo, imundo, e aí entra em jogo a luta pela qualidade de vida e pela beleza da cidade. Um projeto que penaliza todos, em detrimento de alguns que utilizam a água de forma irracional, não merece crédito.
Entendemos, sim, que devemos economizar no consumo desse precioso líquido, entretanto, há um limite que todos sabemos aonde chegar e não há necessidade de intervenção do poder público para isso.
Que me desculpem os ambientalistas e vereadores, mas a criação desse projeto significa uma gritante intromissão na vida dos cidadãos, característica de regimes bolivarianos.

Celso Pereira Lara

quarta-feira, 23 de julho de 2014

363-O perigo do clima de campanha

A presidente promete que corrigirá erros se for reeleita. Esse é o fundamental de sua campanha eleitoral, pois não há mais nada a prometer.

Certamente que se for reeleita, o seu mandato inteiro será somente para corrigir os seus próprios erros e tudo ficará como dantes, trabalhando em cumprimento da meta socialista.
A presidente considera-se vítima de perseguições injustas, só porque durante o seu governo não foi possível concretizar a agenda prometida, quando de sua eleição, em 2010. Agora, apresenta-se menos arrogante, na tentativa de arrebanhar os incautos, enquanto o seu tutor e cabo eleitoral, Lula, sai em campo implorando por segunda chance. Ou estaria pedindo a quarta chance ao PT?
O povo é muito ingrato, e além de tudo muito apressado. Com um pouco de paciência, quem sabe a transposição do São Francisco possa se transformar numa realidade! Afinal, um novo prazo já foi dado: durante 2015. Chega a ser cômico! Foram quatro anos sem que houvesse comemoração de algum projeto de governo levado a cabo, mesmo considerando os oito anteriores. Exceção para as doze arenas da Copa das Copas, que de tanta empolgação foram construídas quatro a mais, o que não configura legado algum para a população, mas certamente novos elefantes brancos. Com a derrota da seleção brasileira, a Copa se encerrou sem o brilho tão esperado pela presidente, e o clima de campanha ainda não começou a pegar fogo, talvez porque ela continua sendo vaiada quando presente em qualquer ato público.
Inclusive, já foi orientada a fazer campanha somente pelas redes de televisão e sociais da internet. Veja a que ponto chegou: uma presidente acuada, rejeitada pelo povo nas ruas. Não é à toa que os institutos de pesquisa mostram que os índices de intenção de voto favorável à reeleição estão em tendência declinante, enquanto os de rejeição apontam ligeiro crescimento.
Enquanto isso, na euforia do clima de campanha eleitoral, eis que mais uma criação sinistra do governo petista nasce nos blogs dos famosos articulistas: o Decreto 8.243, que institucionaliza os "conselhos populares", os quais serão exercidos pelos militantes políticos, à revelia do povo que não pode participar por ser trabalhador e não tem tempo para isso. Funciona como um parlamento paralelo, e chamam a isso de "povo organizado", para mascarar as aprovações das estratégias de poder do governo.
Assim fica fácil demais caminhar para o totalitarismo! Não deixa de ser uma forma de aparelhamento dos movimentos organizados, que em nome da população praticam-se aprovações de atos de interesse do governo, em favor dos sem isso ou sem aquilo. Sem dúvida, um decreto seguindo a cartilha do Foro de São Paulo, o que não passa de mais um golpe contra o cidadão comum, cuja suposta participação perde valor nos centros de decisão de políticas públicas. Se a realidade mostra que não há mais representatividade dos parlamentares diante da população, então, cria-se uma sub-representação no meio do povo. O que comprova que no Congresso os políticos não representam a sociedade, mas sim os verdadeiros projetos governamentais em detrimento dos seus eleitores.
O intrigante nisso tudo é que o monstro vem sendo gestado de maneira tão sorrateira, e a população, mesmo percebendo, parece estar anestesiada ou, de fato, alienada para acontecimentos políticos que destroem a democracia. Seria o caso de acontecer nas ruas um grito coletivo de indignação da sociedade contra essa engenhoca maquiavélica. Um basta promovido pelo povo, como em junho de 2013, seria no mínimo uma resposta adequada. Não fossem os jornalistas da "lista negra" do PT a denunciar essa genialidade governamental, esse decreto bolivariano estaria vigorando no anonimato. Não só isso, o mais preocupante mesmo é o silêncio sepulcral, misterioso, da sociedade civil a esse respeito.


Celso Pereira Lara

domingo, 13 de julho de 2014

361-Zapzap e belezura

Embora muito sugestivo para nome de dupla sertaneja, Zapzap e belezura são termos utilizados frequentemente pela população plugada na internet.

"Beleza pura" é um termo antigo e ainda muito utilizado dentre os muitos outros de mesmo significado tipo "show de bola" e por aí vai. Entretanto, os termos também sofrem mutações na voz do povo.
Eis que durante o Mundial de Jogos surge mais uma pérola do dicionário da novilíngua petista: "belezura". É a fusão de "beleza pura". O neologismo bem popular foi usado na véspera da eliminação do Brasil, em um bate-papo com internautas. Ao responder ao agradecimento de uma eleitora, que disse que a realização do Mundial é uma "belezura", contra "tanto urubu agourento no caminho", a presidente afirmou: "Belezura mesmo. Azar dos urubus". Haja criatividade no campo dessa linguagem!
Nessa corrida eleitoral, Rui Falcão, o coordenador da campanha da candidata à reeleição montou uma estratégia para usar as redes sociais, no sentido de divulgar as 'ações'. Bem compatível com a forma de governança petista, a candidata, longe da rua, resolve criar uma conta no Zapzap. Criado em abril, o novo aplicativo é uma espécie de versão brasileira do WhatsApp, que pode ser usado via smartphone e navegador em qualquer PC, para usuários do Android. Para a candidata, a finalidade é manter contato com os pretensos eleitores, através de troca de mensagens com os representantes da campanha. Lógico, não seria diretamente com a candidata, mas para os que não sabem é como se fosse! Em seu site vinculado à campanha, encontra-se o hiperlink do Zapzap. Pronto, falei. Está feita a sua propaganda! 
O início de julho não foi nada bom para o governo, nem para os brasileiros. Aconteceram fatos nem tanto surpreendentes, mas não é o caso de repetir as palavras de Júlio César, goleiro da seleção: "como explicar o inexplicável?". Conforme muitos artigos publicados na mídia, antes e durante a Copa, essas tragédias, de uma forma ou de outra, já eram esperadas. Então, há explicações!
Com a criação do Programa de Aceleração das Catástrofes, quatro ações aconteceram em apenas 10 dias: a primeira, no dia 3 de julho, pela queda trágica de um viaduto em construção, na véspera de sua inauguração, na região da Pampulha-BH; a seguinte, ocorrida no dia 8, pela derrota inesquecível da Seleção Brasileira para a Alemanha, com o placar 7x1; a terceira, no dia 10, outro viaduto também em construção desaba em Cubatão-SP; a última, no dia 12, outra derrota da Seleção Brasileira para a Holanda, com o placar 3x0, o que fez com que o Brasil não conseguisse nem a terceira colocação no Mundial.
Pela sequência dos acontecimentos, tudo indica que o governo continua caminhando firmemente no sentido da desconstrução do país. O que não vale é prometer as reconstruções dos viadutos, fazendo disso mote de campanha eleitoral. O que o programa só não prevê é um fato político que irá acontecer em 5 de outubro: a queda de um poste.


Celso Pereira Lara 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

360-E agora? A festa acabou!

Se for verdade que a vitória da seleção brasileira era uma expectativa de vitória da reeleição, então, pela lógica, o governo também corre o risco de ser massacrado nas urnas.

Como explicar aos brasileiros que os gastos bilionários com a Copa não foram em vão? E o legado tão prometido!
Todos já sabem que não é desta vez que o Mundial de Futebol no Brasil será a Copa das Copas tão divulgada pela presidente. As previsões não se confirmaram, mas espera-se que a culpa não seja jogada na oposição, como de costume. Talvez seja mesmo do Felipão, ou, quem sabe, do Mick Jagger? Seja de quem for a culpa, a verdade é que a festa brasileira acabou no primeiro tempo de jogo contra a Alemanha, e as consequências desse desastre é que são as preocupações dos políticos da base do governo, na campanha eleitoral que se inicia, porque os principais itens do marketing político saíram de cartaz: O Hexa e o legado.
Com a inflação dando goleada na meta, e com as promessas da campanha anterior até agora não cumpridas, então, não há o que comemorar, e a campanha eleitoral seguirá sem nenhum ingrediente que possa atrair eleitores para uma possível reeleição da presidente. Como a possibilidade de um raio cair duas vezes num mesmo lugar é quase nenhuma, então, a chance de a reeleição não se concretizar também é muito grande. Os eleitores certamente irão cobrar tudo isso nas eleições, porque não houve a compensação tão esperada pelos gastos bilionários com as obras da Copa e, além disso, a grande esperança estava depositada na vitória da Seleção Brasileira. "Como explicar o inexplicável", disse em entrevista o goleiro Júlio César, que inclusive durante o jogo chegou a clamar a Deus por socorro?
O circo programado pelo governo não correspondeu às suas expectativas, muito menos às do povo. O prometido legado que seria deixado acabou de maneira catastrófica: primeiro foi o desabamento do viaduto em BH; depois, a sofrida derrota para a Seleção Alemã, fato que sem dúvida entrará para a história do Mundial de Futebol e jamais sairá da memória dos brasileiros. Uma surra histórica e um país humilhado. Nunca antes na história...
As consequências da derrota espalharam-se por muitas cidades do Brasil, em forma de revolta e vandalismo. O pouco de esperança que ainda restava à população terminou de forma dramática. Um legado catastrófico, assim como foi o governo do PT. Afinal, por que foram gastos bilhões com as construções de doze arenas, se, na realidade, foram utilizadas para os jogos apenas oito? Como é bom desperdiçar dinheiro público sem compromisso com o caixa do governo e sem respeito aos contribuintes!


Celso Pereira Lara 

domingo, 6 de julho de 2014

358-A Copa e o legado

Se as arenas construídas para a Copa 2014 ficarão como legado ao povo brasileiro, segundo afirmações da presidente, então, para ela, um 'presente de grego' também deve ser muito bom.

Realmente, o Brasil vai de mal a pior, em todos os sentidos. Um país à deriva, ao sabor de qualquer vento, entregue à própria sorte. Mas, como isso pode ter acontecido? Evidente que a causa principal é que os últimos eleitos governaram somente para o seu partido, favorecendo diretamente os seus propósitos.
Olharam apenas para si, esquecendo-se de cumprir a agenda tão prometida e tão esperada. Nada, nada foi concluído nesse longo período, a não ser mostrar o grande empenho em controlar o Estado bem ao estilo bolivariano.
Por incrível que pareça, o viaduto desabado em BH, que deveria ter sido uma obra de mobilidade urbana, a ser concluída na Copa, e um legado ao povo brasileiro, transformou-se em uma tragédia e acabou virando um monte de entulho que não serve para nada. Muito dinheiro público jogado no lixo.
Os governantes apoiaram-se na demagogia de formar uma gigantesca base aliada para governar, entretanto, em nome da governabilidade, as intenções eram totalmente diferentes: serviam para dominar sorrateiramente todas as esferas do governo, e assim perpetuarem-se no poder. Um governo que conseguiu comprometer a democracia e a instituição presidência da República. Nada mais que isso.
O respeito do poder central com a nação e com os seus cidadãos é de tal ordem que só faz aumentar o descrédito nos políticos. Uma realidade que dói a todos, profundamente. O governo central acabou, sem ao menos ter existido! A anarquia tomou conta de tudo, deixando a população à beira de um ataque de nervos.
O cidadão perdeu a capacidade de indignar-se com a injustiça e com o errado. São muito poucas as vozes que se levantam e perseveram na divulgação crítica aos descalabros que vêm afetando o país. A necessidade de ampliação ou reverberação dessas vozes é fundamental para mostrar o verdadeiro sentido de contestação de uma população oprimida. Inclusive, o rolo compressor da opressão passa também sobre as cabeças dos jornalistas mais acessados na internet. Perseguições assim fazem parte da agenda de governo. 
Da mesma forma que o viaduto não resistiu nem à chegada de sua inauguração, as outras obras da mesma empreiteira também estão sob suspeitas. Sem falar no Minha Casa, Minha Vida, que são construções precárias, de pouca duração, pois são muitas as reclamações a esse respeito. De concreto, mesmo, só as promessas!  


Celso Pereira Lara