O governo do PT tentou basear-se nos valores clássicos da
tradição diplomática. Apenas tentou! Limitou-se a socorrer, financeiramente,
países com problemas nas relações diplomáticas.
A colaboração dos governos
petistas, sem a menor transparência, aos países socialistas e comunistas foi a
única meta atingida durante os doze anos de mandato. Realmente, não faltou generosidade
e determinação: perdão da dívida de doze países africanos, construção de portos
e outras bondades bilionárias. Só não fez mais por falta de tempo, porque
dinheiro, para isso, está sempre disponível no BNDES.  
Para o governo, a política
externa é prioritária no sentido de socorrer os países dos companheiros, não no
sentido de investimentos que tragam mais divisas ou possibilitem o crescimento
econômico e a geração de renda e emprego em nosso país. A gestão dos recursos
públicos, quando não está direcionada em forma de ajuda aos países irmãos, está
voltada para os gastos desnecessários com a construção das Arenas da Copa.
Apenas nisso se resume o governo do PT. O governo federal arrecada uma cifra astronômica
proveniente de impostos, todavia, administra muito mal os recursos públicos. 
A política externa levada a
cabo pelo PT foi uma questão de moral, pois Lula havia firmado compromisso com alguns
chefes de Estado em socorrer os países que comungam de seus ideais.
A política de investimentos
internos do país deixou muito a desejar, foi um fiasco, daí resultando na
indignação da população através dos protestos. O país ficou entregue aos
ratos, durante esse período, e isso, sim, é considerado um retrocesso
inigualável, que levará muitos anos para que a casa seja arrumada. Dizer que
não pode governar porque a oposição não deixou é uma desculpa deslavada,
considerando que a base no Congresso, formada por alianças espúrias, nunca foi
tão numerosa na história do Brasil. Quase não sobrou oposição. Afinal,
precisaria de 39 ministérios para cuidar somente das bondades e das obras da
Copa?  
Dessa maneira, não há povo
que possa aprovar uma reeleição, por mais que Lula venha a acusar aos gritos a
oposição nos palanques. Por mais que se repita o velho discurso de acabar com a
fome e a miséria – invocando a parte sentimental da população desavisada –, ou
de ter criado uma nova classe média, para fins de marketing político. 
Quem sabe, numa primeira
oportunidade, possa prometer a elevação da classe pobre à classe alta? Aliás, cabe
a pergunta: que orgulho teria Lula (ou a presidente) em dizer que o PT criou
uma nova classe média, se a sua companheira, musa e filósofa petista, teve a
petulância de declarar "eu odeio a classe média, a classe média é
abominável” aos berros esquizofrênicos, em evento do PT. E Lula, sorridente,
aplaudiu a filósofa e professora universitária, que pertence à verdadeira
classe média. Como explicar tamanho despropósito? Ou será que existem duas
classes médias?
No discurso de posse da
presidente, em janeiro de 2011, apenas um parágrafo foi cumprido integral e
orgulhosamente: “Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos
sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos
irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Vamos
dar grande atenção aos países emergentes".
Note-se que todos os países
citados no discurso são socialistas e comunistas, e foram devidamente
contemplados com o apoio financeiro do Brasil. Missão cumprida! Embora tenha
sido transparente em seu discurso, por que, então, todas as doações e
financiamentos àqueles países foram classificados com o carimbo de “secreto”?
O governo petista limitou-se
a realizar essa agenda, esquecendo-se de que o Brasil tem as suas necessidades
inadiáveis, que vêm sendo cobradas há um ano, juntamente com o “Não vai ter Copa”,
nas manifestações de rua. É certo que o resultado dos jogos é o terror que
ronda o Palácio do Planalto, e só resta à presidente pedir ajuda a todos os
santos para que a seleção brasileira seja a campeã, o que lhe daria um pouco de
fôlego, mas sem a garantia da reeleição.  
Celso Pereira Lara 
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