A
eclosão de greves por todo o país, levadas a cabo por diversas classes de
trabalhadores que buscam as correções de seus salários, nas proximidades do dia
da abertura dos jogos da Copa do Mundo, seria uma coincidência ou uma forma de
reforçar o movimento "Não vai ter Copa"?
Nas manifestações de junho,
um dos itens mais evidentes foi justamente o protesto contra a realização da Copa.
E a partir daquele instante as ocorrências de manifestações esporádicas e
exclusivas continuaram com o mesmo pretexto, criando um cenário de preocupação
próximo do maior evento de futebol. 
Agora é um momento de
grandes desafios não só para os governos, mas também para os demais atores
políticos. Não há como a oposição tentar tirar proveito disso, pois a qualquer
momento poderá, também, se tornar alvo, devido à insatisfação da população. As
redes sociais apontam para um descaso com a política, que coloca todos num
mesmo barco. A cobrança pela CPI da Petrobras e a apuração de responsabilidade
pelos prejuízos causados à estatal certamente serão motivos de discursos para
os manifestantes.  
As divulgações pela
internet, quanto à insatisfação do povo com a presidente do Brasil e quanto à realização
de protestos na abertura dos jogos, estão muito intensas, dando a impressão de
que realmente algo explosivo poderá acontecer.  
As dimensões das
manifestações pelo Brasil não são previsíveis, entretanto, as autoridades do
governo central já se posicionaram, na expectativa de que os protestos poderão ser bem maiores do que os de junho. Não é à toa que o governo já determinou que as
forças militares brasileiras, federais e estaduais, se preparassem para os
embates ao redor das arenas. Além do mais, o governo brasileiro também já contratou
forças militares angolanas (aqueles policiais que batem pra valer com grandes
cassetetes!) para reforçar a segurança externa das autoridades brasileiras e
estrangeiras. Afinal, e com razão, o presidente da FIFA está muito preocupado
com a situação da segurança neste país e com as possíveis manifestações de
protesto com tumultos. 
Por outro lado, os
movimentos grevistas de funcionários públicos federais, estaduais e municipais,
juntamente com os trabalhadores dos serviços de transportes públicos e outras
categorias, vêm crescendo muito nos últimos dias, considerando que a inflação é
a causadora das perdas do poder de compra dos assalariados. 
Quanto aos funcionários
públicos federais, o atual governo preferiu seguir a política de arrocho
salarial para conter os gastos públicos. Seguiu, lógico, o caminho mais simples
- apostando na repressão aos servidores públicos - a ter que cortar as despesas
exorbitantes e desnecessárias, porém intocáveis, da classe política e de seus
39 ministérios. 
Para esquentar mais ainda a
panela de pressão, os prefeitos de todo o Brasil, desde o dia 12, estão
marchando sobre a capital federal. É a Marcha dos Prefeitos, em Brasília. A
reivindicação principal é a mesma de sempre: aumento do Fundo de Participação
dos Municípios (FPM), além de outros penduricalhos. É evidente que as
prefeituras petistas não participarão desse evento, pelo menos em tese.
De uma forma ou de outra, o
que se vislumbra de imediato nesse grande palco é que todas as manifestações concorrem
para tumultuar, em macroescala, a desastrosa situação política e econômica em
que se encontra mergulhado o governo petista, e servem para mostrar ao mundo
que a realidade brasileira não é aquela maravilha apresentada nos congressos
internacionais pelo ex-presidente e pela atual chefe do governo. É muito diferente! 
Se até aqui o governo petista
vai mal das pernas, possivelmente não mais conseguirá caminhar para a vitória, nas
próximas eleições, ainda que a seleção brasileira venha a ser a campeã do mundo.    
Celso Pereira Lara 
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