quinta-feira, 1 de maio de 2014

340-Um governo fazendo água

O que se pode esperar de um governo que, ao invés de olhar para os muitos e grandes problemas internos, prefere ajudar outros países, trazendo mais problemas para o Brasil.

Numa tentativa de salvar a presidente do desgaste político que ela vem enfrentando desde as manifestações de junho, inclusive agravado pela presença do movimento "Volta Lula", sustentado pelos militantes e pela cúpula do próprio partido, estrategistas da campanha pela reeleição buscam fortalecer a imagem dela, na esperança de estancar ou recuperar os índices de aprovação do governo. O objetivo seria também impedir o crescimento na adesão pela volta do ex-presidente. A presidente afirma que será candidata à reeleição com ou sem o apoio dos partidos que integram sua base no Congresso.
Em recentes entrevistas, Lula deixa claro que um convite a candidatar-se novamente é irrecusável. A menos de 60 dias da convenção nacional do PT, para a escolha do candidato a concorrer nas eleições, os ânimos pela ocupação da nova Presidência da República estão bastante acirrados, a ponto de haver um possível racha na própria militância. Um racha sem consequências para o partido, pois todos continuarão fiéis à ideologia do PT. Apenas uma luta pela perpetuação do poder, custe o que custar. Uma guerra à parte: PT x PT.  Mas, no fundo, parece mesmo uma encenação político-teatral para desviar o foco dos acontecimentos envolvendo os escândalos do governo petista. Não dá para acreditar que a presidente estaria, de fato, disposta a enfrentar mais quatro anos de um governo desgastado. Além do mais, com que finalidade o poste teria sido colocado, por Lula, na presidência?  Para a oposição, não seria novidade nenhuma se na convenção do PT, em final de junho, Lula for o indicado.  
Mais uma vez, o pronunciamento do primeiro de maio foi bem oportuno para a presidente, porque ela pode discorrer sobre a sua plataforma de governo. Visivelmente abatida pelas revelações escandalosas na Petrobras e pela recente queda no índice de aprovação de seu governo, ela tenta apresentar-se à população como se nada estivesse acontecendo. Como se o seu governo estivesse deslanchando em popularidade e o resto não passa de uma visão negativa da oposição.
Mas o que se observa é que o pronunciamento, que deveria limitar-se ao Dia do Trabalhador, seguiu pela via paralela com campanha política e ataque a adversários, além de nada acrescentar ao de 2013. Acima de tudo, aproveitou-se do momento, de forma nitidamente interesseira, para anunciar a correção, abaixo da inflação, da tabela do Imposto de Renda para 2015 e o aumento, acima da inflação, do valor do Bolsa Família. Até o Financial Times diz que "aumento de Bolsa Família acima da inflação é ação populista". Pior de tudo é quando se está próximo das eleições, a presidente vem fazer propaganda de governo, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, e ninguém faz nada? Há quatro anos aproveitando-se da máquina pública para fins eleitoreiros. Será que existe oposição, mesmo?
Uma chegada surpreendente. Sorrateiramente. Do nada, cerca de oitocentos haitianos chegam a São Paulo, sem aviso prévio ao governador do estado. Surpresa para ele! Isso deve fazer parte do programa social do Governo federal: ajudar os países mais pobres, porque aqui não há pobreza. Quando não envia em forma de doação bilhões em dinheiro do BNDES para outro país, o Governo decide importar um pouco da população dele. Todos sem qualificação, sem moradia, sem emprego, sem comida, sem banho e sem alojamento. Sem dúvida, está criado mais um problema social para o governo paulista e, depois, para o resto do Brasil.
O Governo anuncia medidas para estimular haitianos a tirar o visto antes de entrarem no Brasil. A ideia é organizar entrada para garantir serviços públicos e coibir "coiotes". Um incentivo aos emigrantes do Haiti. O Brasil é um país de portas abertas e bem acolhedor. Não vive uma situação de pleno emprego e sofre falta de mão de obra de baixa qualificação na agricultura, na construção civil e no trabalho doméstico. Mas isso não justifica uma imigração incentivada em torno de mil haitianos por mês.
E não para por aí, não! Mais uma genial criação: desta vez não petista, mas peemedebista, que no fundo comem no mesmo prato e rezam do mesmo terço. O deputado Ney Lopes (PMDB-RN), autor do Projeto de Lei Complementar 276/02 que possibilita ao Ministro da Defesa e aos chefes das Forças Armadas autorizarem o trânsito e a permanência temporária de forças estrangeiras no país. O argumento principal: "diminuir a burocracia envolvendo a autorização para a entrada de tropas, navios e aviões militares no país, uma vez que é frequente sua passagem pelo espaço territorial brasileiro”. Com isso, fica garantida, por exemplo, a presença de forças policiais de Moçambique, no Rio de Janeiro, durante os jogos da Copa do Mundo. Não há como classificar a aprovação de um projeto desses, tão vergonhoso quanto psicopático. Fica a sensação de humilhação ao povo brasileiro, além de tudo, de menosprezo às instituições militares. Como se não bastassem as humilhações aos médicos brasileiros, aos professores, à Polícia Federal. A requisição dos policiais de Moçambique é somente para reforçar a segurança das autoridades brasileiras e estrangeiras durante os jogos da Copa de Elite, entretanto, a segurança do povo brasileiro está entregue à própria sorte.    
Não se ouve do Governo um anúncio de medidas que favoreçam a população. Tudo gira em torno da Copa e de ajuda a países comunistas. Será que isso faria aumentar o índice de aprovação do Governo?


Celso Pereira Lara  

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