quarta-feira, 28 de maio de 2014

348-Mais da Copa

Se existe uma oportunidade para o povo mostrar a sua indignação com os gastos bilionários na construção das arenas da Copa, o dia 12 de junho será o momento. Em 5 de outubro, será a confirmação.

Faltam apenas 15 dias para a tão esperada festa prometida pelo governo federal, e o tempo é curto demais para reverter o quadro sombrio que se desenha nas redes sociais da internet. O clima de insatisfação é demonstrado através de depoimentos gravados em vídeos, em publicações jornalísticas, editoriais e blogs.
Realmente não dá para continuar dentro de um mundinho, da mesma forma que um ovo galado. Senão, seremos cobrados pela dor de consciência e pelo arrependimento de não ter feito nada, ao menos ter participado desse processo crescente de indignação contra a Copa. É preciso romper o silêncio dos indiferentes, tal qual a ave quebra o seu ovo e se descobre para o mundo. Dessa forma, surge a liberdade, o livre arbítrio se faz presente. Poderia ter escolhido permanecer dentro do ovo, e ali mesmo morreria conformada. O rompimento da casca do ovo significa, para a população brasileira, a quebra do status quo, um basta na atual situação.
Afinal, por que foram construídas e reformadas 12 arenas nesta Copa, totalizando cerca de R$30bilhões? O governo anunciou que, para a conclusão desse empreendimento (sem retorno financeiro), seriam necessários de 60 a 70% em investimentos privados. No entanto, no país do descaso com o dinheiro público, a promessa de se fazer a Copa com investimentos privados revelou-se mais uma falácia dentre tantas outras de governantes e dirigentes políticos: veio à tona que 98,5% são de verbas públicas. Tais fatos induzem ou não o povo ao rompimento da casca do ovo?
Há uma corrente da população que prefere mostrar a indignação somente no momento do voto, enquanto permanece tranquila dentro do ovo. A outra, mais ousada e inconformada, prefere o momento do Mundial de futebol, pois é nele que a repercussão das manifestações pode apresentar resultados imediatos, principalmente para mostrar ao mundo que a população está insatisfeita com os gastos da Copa e com a gestão desse governo.
Não há, portanto, que ficar mostrando a imagem falsa ao exterior; há que se mostrar a verdadeira, a original. E as manifestações e greves estão aí mesmo para revelar o que o governo deixou de realizar para atender prioritariamente os caprichos da Federação Internacional. Seria muito exigir padrão e velocidade FIFA também na construção de creches, escolas e hospitais?
O governo do PT cometeu, além de muitos outros, um erro que o povo jamais perdoará. Por isso, a Copa vem sendo a cada dia mais rejeitada. Se nos protestos vai haver conflitos e vandalismos, isso é imprevisível, mas o governo, amedrontado e acuado, já prevendo tais acontecimentos, preferiu espalhar milhares de policiais de todos os tipos no entorno dos estádios, para tentar garantir a realização do evento com tranquilidade. Nesse caso, vai utilizar a segurança padrão FIFA.
Contudo, o governo não conseguirá impedir os movimentos de protesto, que são justos e são permitidos no Brasil, enquanto regime democrático, e que certamente serão uma festa à parte, bem ao contrário da esperada no Mundial. A comemoração que o governo não gostaria de assistir ou gostaria que não acontecesse será transmitida ao vivo para o mundo inteiro, não de dentro das arenas, onde rola a competição esportiva das seleções, mas do meio das ruas.   


Celso Pereira Lara 

domingo, 25 de maio de 2014

347-O que dizer da Copa?

Uma Copa do Mundo em que o vencedor já foi anunciado. Só podia acontecer no Brasil, e no governo petista.

A realização do maior evento esportivo do mundo, agora no Brasil, no período 12 de junho a 13 de julho, contempla 12 arenas, algumas ainda mal acabadas, que serão emprestadas à FIFA, a quem compete a apresentação do espetáculo de seleções de futebol.
De antemão, já se sabe quem é a campeã: a FIFA. Sem precisar correr atrás da bola, sem o menor esforço, a taça já lhe pertence. Orgulhosamente, em 2007, Lula disse que aprontaria 17 arenas, em 7 anos, o que deixou muito surpreso o presidente da Federação Internacional de Futebol, pois o pedido teria sido de 4 a 7 arenas. No final, chegou-se à conclusão de que 12 o Brasil poderia entregar. Ainda assim, ultrapassou em muito o bom senso ou a falta de compromisso com os recursos públicos. Bastaria reformar 4 estádios e ponto final. Mas, não, Lula com a sua megalomania, quis mostrar à FIFA e ao mundo que o país governado por ele (e o PT) ficou rico de uma hora para outra. Dinheiro não seria problema, pois o BNDES estaria aí mesmo para bancar as gastanças desenfreadas.
Mas não parou por aí. Para garantir a realização da Copa, a FIFA exigiu uma lei específica (Lei Geral da Copa), criada em junho 2012 de forma tão rápida que surpreenderia qualquer piloto de fórmula 1. Evidente que a Federação deu uma goleada nos brasileiros, em tempo recorde, quando se sabe que a lei concede benefícios estratosféricos, que somente o PT é capaz disso: isenções alfandegárias e indenizações em caso de catástrofes humanas ou naturais. Ou seja, um carinho todo especial para a Federação, enquanto a população brasileira fica esperneando em manifestações de protestos pela saúde, educação e outros itens que a atingem diretamente.
Dessa forma, não há como dizer que a FIFA não tenha sido a campeã da Copa 2014. Além de tudo, houve ainda uma farta distribuição do dinheiro público, conforme previsão na mesma lei. Trata-se de concessão de prêmios em dinheiro e auxílio mensal aos jogadores das seleções brasileiras campeãs das Copas de 1958, 1962 e 1970. Essa festa toda é bancada com o dinheiro dos contribuintes. Tudo isso para melhorar a imagem do país no exterior! Quem acreditaria nessa falácia petista?
Tem mais. A realização dos jogos no Brasil não é interesse da sociedade – como eles anunciam -, tanto assim que as manifestações de rua estão aí para confirmar. A realização da Copa no Brasil é de interesse exclusivo, promocional, do governo do PT, o qual terá, agora, que assumir o ônus dessa bagunça em que o país está mergulhado, por causa das manifestações de insatisfação contra os gastos bilionários com as obras das arenas.
Se o jogador Ronaldinho manifestou em público a sua insatisfação pela desorganização do evento, também o técnico da seleção brasileira, Felipão, e toda a equipe de jogadores se recusaram a sair na fotografia, literalmente, a qual serviria de propaganda para o governo central. Com certeza ainda não acabou aqui. Teremos muitas novidades até lá. A que ponto chegou a Copa 2014! Nunca antes na história desse país...


Celso Pereira Lara 

346-Copa sem discursos


quinta-feira, 22 de maio de 2014

345-Manifestações na Copa

 A vinte dias do maior evento esportivo, cujas obras para construção e reforma das arenas exigiram um investimento de cerca de 30 bilhões de reais, as ruas permanecem com as mesmas características: pálidas e inseguras.

Afinal, haverá manifestações durante o evento? Esta é uma pergunta que continua sem resposta entre os brasileiros. A expectativa é sombria e cada um lança o seu palpite a respeito do que poderia ocorrer naquele momento.
Apesar de tudo, parece mesmo que desta vez a alegria pela participação da seleção brasileira não será como as anteriores, tão barulhentas de satisfação. As ruas ficarão de luto, ao invés de vestirem as cores verde e amarelo. Nunca se viu tanto desânimo da população brasileira, causado pela descrença no governo. É uma questão política e não esportiva.
Na verdade, não há clima de festa nem motivos para colorir as ruas. O que se ouve é que muitos estarão torcendo pela derrota da seleção brasileira, como forma de mostrar a indignação pelos desperdícios bilionários com a Copa.
Com as manifestações de rua nos dias que antecedem os jogos da seleção, ou mesmo durante a Copa, os políticos detentores de mandatos estarão expostos a todo tipo de contestação. Uma delas poderia ser a questão que envolve a representatividade. Os eleitores estão literalmente esquecidos pelos eleitos, e as reivindicações do povo não encontram respostas. Isso deve representar um item da pauta que certamente deverá incomodar a classe política, ainda mais por estar próximo das eleições.
O normal das eleições é que elas têm a característica do imprevisível, apesar da prévia eleitoral aferida pelos institutos especializados, entretanto, desta vez, uma variável de peso se apresenta para colocar mais lenha na fogueira das próximas eleições: as manifestações de rua.
O rolo compressor da população insatisfeita com o governo parece estar em "stand by", acumulando forças para serem usadas no momento adequado. As forças que o governo vai colocar nas ruas são as militares, ao passo que a população vai colocar a voz. As munições do povo são as palavras de ordem e as faixas, enquanto as do governo são os cassetetes, as balas e as bombas. Não se deve confundir com um governo militar.
Se as mobilizações motivadas pela insatisfação do povo com a realização da Copa não forem suficientes para a derrota nas urnas dos atuais governantes, as posteriores manifestações seriam exclusivamente políticas, visando atingir diretamente o governo, o que poderia gerar uma mudança de comportamento do quadro eleitoral.
Interessante mesmo é que a noventa dias do início dos jogos, o presidente da FIFA afirmou que ele e a presidente do Brasil não farão discursos na cerimônia de abertura do Mundial. Parece algo surreal ou inédito na história da Copa. O motivo da decisão todos já sabem: as vaias.
Durante os jogos, o campo - fora do estádio - estará fértil para receber as manifestações populares contra o evento, apesar de o forte aparato policial estar preparado para as situações de conflito. Assim como nas eleições é imprevisível a vitória de um candidato, a intensidade dos protestos ainda é um enigma. Não há ninguém, na face da Terra, que seja capaz de predizer a magnitude dos atos de protesto durante a Copa do Mundo.
O que teria muita repercussão durante e após os movimentos seria a exibição de faixas condenando o governo pela volta da inflação, que ainda continua em ebulição e é motivo de preocupação para todos. Este certamente seria o grande temor da presidente. Também não ficariam fora de pauta temas como Petrobras, educação, saúde e segurança. Sem contar com o agravamento da situação causado pelas possíveis greves dos transportes, dos professores e das polícias.

Celso Pereira Lara 

domingo, 18 de maio de 2014

344-A política externa petista

 O governo do PT tentou basear-se nos valores clássicos da tradição diplomática. Apenas tentou! Limitou-se a socorrer, financeiramente, países com problemas nas relações diplomáticas.

A colaboração dos governos petistas, sem a menor transparência, aos países socialistas e comunistas foi a única meta atingida durante os doze anos de mandato. Realmente, não faltou generosidade e determinação: perdão da dívida de doze países africanos, construção de portos e outras bondades bilionárias. Só não fez mais por falta de tempo, porque dinheiro, para isso, está sempre disponível no BNDES.  
Para o governo, a política externa é prioritária no sentido de socorrer os países dos companheiros, não no sentido de investimentos que tragam mais divisas ou possibilitem o crescimento econômico e a geração de renda e emprego em nosso país. A gestão dos recursos públicos, quando não está direcionada em forma de ajuda aos países irmãos, está voltada para os gastos desnecessários com a construção das Arenas da Copa. Apenas nisso se resume o governo do PT. O governo federal arrecada uma cifra astronômica proveniente de impostos, todavia, administra muito mal os recursos públicos.
A política externa levada a cabo pelo PT foi uma questão de moral, pois Lula havia firmado compromisso com alguns chefes de Estado em socorrer os países que comungam de seus ideais.
A política de investimentos internos do país deixou muito a desejar, foi um fiasco, daí resultando na indignação da população através dos protestos. O país ficou entregue aos ratos, durante esse período, e isso, sim, é considerado um retrocesso inigualável, que levará muitos anos para que a casa seja arrumada. Dizer que não pode governar porque a oposição não deixou é uma desculpa deslavada, considerando que a base no Congresso, formada por alianças espúrias, nunca foi tão numerosa na história do Brasil. Quase não sobrou oposição. Afinal, precisaria de 39 ministérios para cuidar somente das bondades e das obras da Copa? 
Dessa maneira, não há povo que possa aprovar uma reeleição, por mais que Lula venha a acusar aos gritos a oposição nos palanques. Por mais que se repita o velho discurso de acabar com a fome e a miséria – invocando a parte sentimental da população desavisada –, ou de ter criado uma nova classe média, para fins de marketing político.
Quem sabe, numa primeira oportunidade, possa prometer a elevação da classe pobre à classe alta? Aliás, cabe a pergunta: que orgulho teria Lula (ou a presidente) em dizer que o PT criou uma nova classe média, se a sua companheira, musa e filósofa petista, teve a petulância de declarar "eu odeio a classe média, a classe média é abominável” aos berros esquizofrênicos, em evento do PT. E Lula, sorridente, aplaudiu a filósofa e professora universitária, que pertence à verdadeira classe média. Como explicar tamanho despropósito? Ou será que existem duas classes médias?
No discurso de posse da presidente, em janeiro de 2011, apenas um parágrafo foi cumprido integral e orgulhosamente: “Seguiremos aprofundando o relacionamento com nossos vizinhos sul-americanos; com nossos irmãos da América Latina e do Caribe; com nossos irmãos africanos e com os povos do Oriente Médio e dos países asiáticos. Vamos dar grande atenção aos países emergentes".
Note-se que todos os países citados no discurso são socialistas e comunistas, e foram devidamente contemplados com o apoio financeiro do Brasil. Missão cumprida! Embora tenha sido transparente em seu discurso, por que, então, todas as doações e financiamentos àqueles países foram classificados com o carimbo de “secreto”?
O governo petista limitou-se a realizar essa agenda, esquecendo-se de que o Brasil tem as suas necessidades inadiáveis, que vêm sendo cobradas há um ano, juntamente com o “Não vai ter Copa”, nas manifestações de rua. É certo que o resultado dos jogos é o terror que ronda o Palácio do Planalto, e só resta à presidente pedir ajuda a todos os santos para que a seleção brasileira seja a campeã, o que lhe daria um pouco de fôlego, mas sem a garantia da reeleição.  


Celso Pereira Lara 

343-Manifestações


quarta-feira, 14 de maio de 2014

342-Greves e manifestações

A eclosão de greves por todo o país, levadas a cabo por diversas classes de trabalhadores que buscam as correções de seus salários, nas proximidades do dia da abertura dos jogos da Copa do Mundo, seria uma coincidência ou uma forma de reforçar o movimento "Não vai ter Copa"?

Nas manifestações de junho, um dos itens mais evidentes foi justamente o protesto contra a realização da Copa. E a partir daquele instante as ocorrências de manifestações esporádicas e exclusivas continuaram com o mesmo pretexto, criando um cenário de preocupação próximo do maior evento de futebol.
Agora é um momento de grandes desafios não só para os governos, mas também para os demais atores políticos. Não há como a oposição tentar tirar proveito disso, pois a qualquer momento poderá, também, se tornar alvo, devido à insatisfação da população. As redes sociais apontam para um descaso com a política, que coloca todos num mesmo barco. A cobrança pela CPI da Petrobras e a apuração de responsabilidade pelos prejuízos causados à estatal certamente serão motivos de discursos para os manifestantes. 
As divulgações pela internet, quanto à insatisfação do povo com a presidente do Brasil e quanto à realização de protestos na abertura dos jogos, estão muito intensas, dando a impressão de que realmente algo explosivo poderá acontecer.  
As dimensões das manifestações pelo Brasil não são previsíveis, entretanto, as autoridades do governo central já se posicionaram, na expectativa de que os protestos poderão ser bem maiores do que os de junho. Não é à toa que o governo já determinou que as forças militares brasileiras, federais e estaduais, se preparassem para os embates ao redor das arenas. Além do mais, o governo brasileiro também já contratou forças militares angolanas (aqueles policiais que batem pra valer com grandes cassetetes!) para reforçar a segurança externa das autoridades brasileiras e estrangeiras. Afinal, e com razão, o presidente da FIFA está muito preocupado com a situação da segurança neste país e com as possíveis manifestações de protesto com tumultos.
Por outro lado, os movimentos grevistas de funcionários públicos federais, estaduais e municipais, juntamente com os trabalhadores dos serviços de transportes públicos e outras categorias, vêm crescendo muito nos últimos dias, considerando que a inflação é a causadora das perdas do poder de compra dos assalariados.
Quanto aos funcionários públicos federais, o atual governo preferiu seguir a política de arrocho salarial para conter os gastos públicos. Seguiu, lógico, o caminho mais simples - apostando na repressão aos servidores públicos - a ter que cortar as despesas exorbitantes e desnecessárias, porém intocáveis, da classe política e de seus 39 ministérios.
Para esquentar mais ainda a panela de pressão, os prefeitos de todo o Brasil, desde o dia 12, estão marchando sobre a capital federal. É a Marcha dos Prefeitos, em Brasília. A reivindicação principal é a mesma de sempre: aumento do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), além de outros penduricalhos. É evidente que as prefeituras petistas não participarão desse evento, pelo menos em tese.
De uma forma ou de outra, o que se vislumbra de imediato nesse grande palco é que todas as manifestações concorrem para tumultuar, em macroescala, a desastrosa situação política e econômica em que se encontra mergulhado o governo petista, e servem para mostrar ao mundo que a realidade brasileira não é aquela maravilha apresentada nos congressos internacionais pelo ex-presidente e pela atual chefe do governo. É muito diferente!
Se até aqui o governo petista vai mal das pernas, possivelmente não mais conseguirá caminhar para a vitória, nas próximas eleições, ainda que a seleção brasileira venha a ser a campeã do mundo.    


Celso Pereira Lara 

segunda-feira, 5 de maio de 2014

341-A democracia petista

Avanços, retrocesso, mudanças. Palavras muito utilizadas pelo governo petista, mas não passam de encenações, de velhos artifícios.

Que avanços aconteceram no governo do PT, a não ser na área de escândalos sucessivos? Foi o maior número de corrupções na história do Brasil. O que justifica qualificar de retrocesso as críticas feitas pela oposição, se o país não avançou e corre sério risco de uma ditadura comunista? Basta observar diariamente os comentários políticos. Como acreditar em mudanças, se o país atravessa crises na segurança pública, na educação, na saúde, na habitação, nas rodovias federais, nas instituições militares, agravadas pelo próprio governo durante as três últimas gestões?
   Um governo que fomenta as invasões de terra e a violência nas ruas, para depois tentar, através de programas sociais eleitoreiros, minimizar essas questões e ganhar louros pela iniciativa, alardeando que houve avanços sociais.
O aumento da violência se deu nesse período de doze anos de governo despreparado por conveniência, porque os criminosos têm a certeza da impunidade e conta com a proteção das organizações dos direitos humanos. São dezenas de entidades que se destinam a proteger os infratores, e que os defendem com antigos chavões, afirmando ser produto do sistema, da sociedade consumista. Outra verdade é que os delinquentes são protegidos pelos partidos políticos socialistas e são compelidos a praticar atos criminosos, seguindo os exemplos que vêm de dentro do próprio governo. Isso é fomentar a luta de classes, pois é de interesse do projeto petista.
Que avanços aconteceram, se as promessas de campanha dos três recentes governos não saíram do papel, e certamente farão parte da plataforma de governo nas próximas campanhas? Considerar avanço social o fato de promover à classe média, ardilosamente, uma camada da população mergulhada na baixa renda, é desconsiderar a inteligência do povo brasileiro. O PT maldosamente considerou que, para subir na escala social bastava que o cidadão ultrapassasse certa renda, ridiculamente baixa. Uma escala manipulada, rebaixada. Lógico que esse novo estrato social, falsamente promovido, continuará a sofrer as mesmas carências de habitação, saúde, educação. Não é verdade que tal promoção interesse a essa falsa classe média que figura na base da classificação. Interessa, sim, ao governo, para fazer a divulgação do "avanço social" realizado no Brasil. Isso é um projeto eleitoreiro e uma forma de engrandecer o governo petista aos olhos das comunidades estrangeiras.
Classe média é aquela que se situa na região intermediária da distribuição normal de renda de um país. Trata-se, portanto, de um conceito estatístico. Os governos petistas vendem a imagem de que os brasileiros tiveram melhoria do seu status econômico-social, o que não é verdadeiro. O que houve foi uma reclassificação estatística e nada mais. Enfim, é uma invencionice petista a história da nova classe média, com renda entre R$ 291,00 e 1.019,00. Só se o PT está levando em consideração a renda de Cuba, o país queridinho dos companheiros. Consideraram o aumento de consumo, através de endividamento dessa parcela da população, e não o aumento efetivo de sua renda, o que na realidade não passa de uma bolha. Como é fácil manipular dados, criar ilusões coletivas, tergiversar sobre verdades que não podem ser explicitadas para não prejudicar as campanhas nos palanques. 
O perigoso PNDH3 (Plano Nacional de Desenvolvimento Humano) é um plano aprovado pelo Decreto nº 7.037, de 21.12.2009, no governo Lula, que apresenta centenas de itens que poderão ser legalizados, deixando de lado a Constituição. Uma aprovação maldosa, feita ao apagar das luzes, sem discussão com a sociedade e sem transparência alguma, como sempre. São propostas bolivarianas que conduzirão o Brasil ao descontrole social, às lutas de classes, do jeito que o marxismo ensina, com proteção total aos baderneiros.
Alguns itens constantes do plano: regulamentar a taxação do imposto sobre grandes fortunas previsto na Constituição; realizar ações permanentes de estímulo ao desarmamento da população; propor a criação de marco legal nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados.
O PT no poder é a consolidação do projeto autoritário, criado no Foro de São Paulo, que está muito próximo de tornar realidade o sistema comunista no Brasil. O governo totalitário do PT, por não gostar da democracia, aproveita-se da fragilidade dela para colocar em prática seus planos para a tomada de poder, na “marra”. Afinal, não foi o Partido dos Trabalhadores que votou contra a aprovação da Constituição de 1988? 
Invasões incentivadas de terras e propriedades particulares, urbanas ou não, fazem parte do plano do PT, pois o MST recebe verbas do governo para sustentar essas ações. As invasões a propriedades privadas são "justificadas" pelos delírios dos poderosos governistas - em nome das desigualdades extremas de propriedade - alegando que os imóveis não estão cumprindo sua função social. A que ponto chegou a petulância petista! Democracia é a garantia da propriedade privada.
O governo demonstra incompetência para liquidar o déficit habitacional, mas se mostra poderoso em solucionar esse problema pela via mais simples, porém antidemocrática, das invasões. Isso é a prova de que o Minha Casa Minha Vida é apenas um projetinho eleitoreiro, sem a menor intenção de acabar com o problema dos realmente sem-teto. Então, como explicar as invasões incentivadas e financiadas com dinheiro público?
O plano satânico contempla o controle da comunicação, que seria nos moldes do praticado na Venezuela, ou seja, através de um organismo controlador de rádio e TV, proibindo algumas notícias e autorizando as que poderiam ser levadas ao conhecimento do público, inibindo o direito de opinar, de livre expressão, de liberdade de informação. É o governo colocando régua nas palavras do jornalismo. Que tipo de democracia é essa?     
Todos percebem que as reformas e mudanças estão voltadas somente para fortalecer o poder governamental, ao mesmo tempo em que retiram a liberdade da população em geral. Os partidos comunistas e socialistas se destacam muito bem nessa engenharia maquiavélica. Mas não há mal que sempre dure, e - graças à livre comunicação que ainda subsiste -, o povo já está acordando, embora muito lentamente, da letargia política em que estava mergulhado. A população, finalmente, está constatando que o rei está nu.    
O retorno do tema reforma política é um engodo à população. Por causa das manifestações de rua, ocorridas em junho, o governo tentou impor uma reforma política bem à sua moda, entretanto, foi rejeitada por todos e continua na estaca zero. Lógico, reforma política nesse governo não interessa ao povo. Então, ela servirá novamente de combustível nas campanhas do governo.
O que dizer de parlamentares que protegem malfeitos, condenados no processo do mensalão ou envolvidos no escândalo da Petrobras, e dificultam a CPI dessa estatal aos olhos de todos os brasileiros? Há os que acham tudo normal saquear os cofres públicos em nome da causa. Para esses, os fins justificam os meios. Assim é a política que o PT impõe em nome da democracia. Um socialismo bolivariano, uma degradação moral. Mudar isso é impossível. Poderia ser comparado a um compartimento que só pode ser aberto pelo lado de dentro. E os que estão no seu interior, blindados, não demonstram o menor interesse na promoção de mudanças, apenas fingem. Abrir pelo lado de fora, só tem um jeito: usando as urnas nas próximas eleições. Somente dessa forma é que o povo poderá fazer a reforma política à sua moda.

Celso Pereira Lara  

quinta-feira, 1 de maio de 2014

340-Um governo fazendo água

O que se pode esperar de um governo que, ao invés de olhar para os muitos e grandes problemas internos, prefere ajudar outros países, trazendo mais problemas para o Brasil.

Numa tentativa de salvar a presidente do desgaste político que ela vem enfrentando desde as manifestações de junho, inclusive agravado pela presença do movimento "Volta Lula", sustentado pelos militantes e pela cúpula do próprio partido, estrategistas da campanha pela reeleição buscam fortalecer a imagem dela, na esperança de estancar ou recuperar os índices de aprovação do governo. O objetivo seria também impedir o crescimento na adesão pela volta do ex-presidente. A presidente afirma que será candidata à reeleição com ou sem o apoio dos partidos que integram sua base no Congresso.
Em recentes entrevistas, Lula deixa claro que um convite a candidatar-se novamente é irrecusável. A menos de 60 dias da convenção nacional do PT, para a escolha do candidato a concorrer nas eleições, os ânimos pela ocupação da nova Presidência da República estão bastante acirrados, a ponto de haver um possível racha na própria militância. Um racha sem consequências para o partido, pois todos continuarão fiéis à ideologia do PT. Apenas uma luta pela perpetuação do poder, custe o que custar. Uma guerra à parte: PT x PT.  Mas, no fundo, parece mesmo uma encenação político-teatral para desviar o foco dos acontecimentos envolvendo os escândalos do governo petista. Não dá para acreditar que a presidente estaria, de fato, disposta a enfrentar mais quatro anos de um governo desgastado. Além do mais, com que finalidade o poste teria sido colocado, por Lula, na presidência?  Para a oposição, não seria novidade nenhuma se na convenção do PT, em final de junho, Lula for o indicado.  
Mais uma vez, o pronunciamento do primeiro de maio foi bem oportuno para a presidente, porque ela pode discorrer sobre a sua plataforma de governo. Visivelmente abatida pelas revelações escandalosas na Petrobras e pela recente queda no índice de aprovação de seu governo, ela tenta apresentar-se à população como se nada estivesse acontecendo. Como se o seu governo estivesse deslanchando em popularidade e o resto não passa de uma visão negativa da oposição.
Mas o que se observa é que o pronunciamento, que deveria limitar-se ao Dia do Trabalhador, seguiu pela via paralela com campanha política e ataque a adversários, além de nada acrescentar ao de 2013. Acima de tudo, aproveitou-se do momento, de forma nitidamente interesseira, para anunciar a correção, abaixo da inflação, da tabela do Imposto de Renda para 2015 e o aumento, acima da inflação, do valor do Bolsa Família. Até o Financial Times diz que "aumento de Bolsa Família acima da inflação é ação populista". Pior de tudo é quando se está próximo das eleições, a presidente vem fazer propaganda de governo, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, e ninguém faz nada? Há quatro anos aproveitando-se da máquina pública para fins eleitoreiros. Será que existe oposição, mesmo?
Uma chegada surpreendente. Sorrateiramente. Do nada, cerca de oitocentos haitianos chegam a São Paulo, sem aviso prévio ao governador do estado. Surpresa para ele! Isso deve fazer parte do programa social do Governo federal: ajudar os países mais pobres, porque aqui não há pobreza. Quando não envia em forma de doação bilhões em dinheiro do BNDES para outro país, o Governo decide importar um pouco da população dele. Todos sem qualificação, sem moradia, sem emprego, sem comida, sem banho e sem alojamento. Sem dúvida, está criado mais um problema social para o governo paulista e, depois, para o resto do Brasil.
O Governo anuncia medidas para estimular haitianos a tirar o visto antes de entrarem no Brasil. A ideia é organizar entrada para garantir serviços públicos e coibir "coiotes". Um incentivo aos emigrantes do Haiti. O Brasil é um país de portas abertas e bem acolhedor. Não vive uma situação de pleno emprego e sofre falta de mão de obra de baixa qualificação na agricultura, na construção civil e no trabalho doméstico. Mas isso não justifica uma imigração incentivada em torno de mil haitianos por mês.
E não para por aí, não! Mais uma genial criação: desta vez não petista, mas peemedebista, que no fundo comem no mesmo prato e rezam do mesmo terço. O deputado Ney Lopes (PMDB-RN), autor do Projeto de Lei Complementar 276/02 que possibilita ao Ministro da Defesa e aos chefes das Forças Armadas autorizarem o trânsito e a permanência temporária de forças estrangeiras no país. O argumento principal: "diminuir a burocracia envolvendo a autorização para a entrada de tropas, navios e aviões militares no país, uma vez que é frequente sua passagem pelo espaço territorial brasileiro”. Com isso, fica garantida, por exemplo, a presença de forças policiais de Moçambique, no Rio de Janeiro, durante os jogos da Copa do Mundo. Não há como classificar a aprovação de um projeto desses, tão vergonhoso quanto psicopático. Fica a sensação de humilhação ao povo brasileiro, além de tudo, de menosprezo às instituições militares. Como se não bastassem as humilhações aos médicos brasileiros, aos professores, à Polícia Federal. A requisição dos policiais de Moçambique é somente para reforçar a segurança das autoridades brasileiras e estrangeiras durante os jogos da Copa de Elite, entretanto, a segurança do povo brasileiro está entregue à própria sorte.    
Não se ouve do Governo um anúncio de medidas que favoreçam a população. Tudo gira em torno da Copa e de ajuda a países comunistas. Será que isso faria aumentar o índice de aprovação do Governo?


Celso Pereira Lara