Os adolescentes de hoje não respeitam mais nada
Assim como a
reforma política não consegue avançar nos pontos mais críticos, porque os
parlamentares não votariam a favor de algo que lhes traria perda de conquistas,
poderes e benesses, a redução da maioridade penal não encontra acolhida por
parte das corporações protetoras dos menores. No primeiro caso, o que conta é a
manutenção dos privilégios ou interesses políticos; no outro, não deveria haver
discordância, considerando que a população vem sofrendo os mais diversos tipos
de violência praticada por criminosos com idades que variam entre 12 e 18 anos.
O ingresso de adolescentes no mundo do crime está cada vez maior, e é sabido
que esses menores delinquentes recebem instruções dos adultos envolvidos com a
criminalidade, e que essa parceria tem sido muito comum nos anos recentes.
Inclusive os próprios menores tomam a iniciativa de praticar assaltos à mão
armada com a certeza da impunidade, e ainda dizem acintosamente com todas as
letras: sou “di-menor". Por isso, está cada vez mais difícil acreditar nas
propostas apresentadas pelas autoridades e especialistas no assunto
"delinquência infantil". Temos o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA - Lei 8.069/1990), sempre dependente de implementação e de ajustes, há 23
anos, o qual entrou em vigor quando os adolescentes menores não eram tão
perigosos e não cometiam crimes tão graves quanto os menores dos dias de hoje.
O
objetivo primordial dessa lei é proteger integralmente todos os menores de
dezoito anos, os quais necessitam de uma política de atendimento específica,
para que eles tenham um desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade. Mas até quando ficaremos subjugados
a esses menores infratores, que estão conscientes de suas ações, debochando de
todos ao serem apreendidos e logo em seguida estão nas ruas praticando os
mesmos crimes? O sistema atual de medidas socioeducativas, desenvolvido pelas
políticas públicas, já deu mostras de sua ineficiência e há necessidade, com
urgência, de realização de um plebiscito que contemple as idades de 12, 14 e 16
anos para definição da nova condição de maioridade penal, para efeitos
criminais no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, na maioria dos seus
Estados, os adolescentes com mais de 12 anos podem ser submetidos aos mesmos
procedimentos dos adultos, inclusive com a imposição de pena de morte ou prisão
perpétua. O Brasil precisa mesmo é de uma legislação mais rigorosa, adequada à
nossa realidade, e de uma urgente redução da maioridade, para conter o avanço
da criminalidade. Senão, até quando ficaremos reféns de uma impunidade que
beneficia os adolescentes delinquentes? 
Celso Pereira Lara
Redução da maioridade penal (2)
ResponderExcluirO ECA, que inicialmente tinha a função de proteger nossa infância e juventude, criou uma disfunção que seus defensores se negam (por acuidade visual seletiva) a enxergar: o que parece proteger os jovens da sociedade acaba por desproteger a sociedade dos jovens. Tal disfunção chega ao ponto de desproteger os próprios jovens que se acreditava proteger!
E essa desproteção reside no fato de tratar os "jovens" como seres incapazes de discernimento, já que considera a idade como único fator digno de ser considerado para a penalização criminal. Eles tanto podem discernir como se aproveitam da incapacidade (mais política que real) da sociedade de reformular os pontos da Lei, criada para proteger alguns, mas que terminou por desproteger a TODOS, inclusive os próprios alguns que ela deveria proteger.
Leia na íntegra:
http://www.celsopereiralara.blogspot.com.br/2013/10/287-reducao-da-maioridade-penal.html#comment-form