Vazamento de informações
sigilosas é fato muito antigo
Que a presidente tem se mostrado de pavio curto,
ultimamente, isso todos já perceberam. Tudo começou a partir das manifestações
de junho, que produziram a queda de sua popularidade, e, mais recentemente, o
episódio do vazamento de informações sigilosas suas e da Petrobrás, que a levou
a tomar decisões radicais, quebrando agenda internacional, em retaliação ao
Chefe da nação americana. Contudo, a intenção de levar adiante uma novela que a
presidente gostaria de encenar com Obama, de olho apenas no palanque eleitoral
de 2014, parece não ter prosperado, porque nem chegou ao ponto de rascunhar a
introdução do script. É que a presidente aparentemente perdeu ao decidir
cancelar o convite do Chefe norte-americano para uma reunião em Washington, no
dia 23 de outubro, ou seja, cancelou uma visita de Estado, um tipo de encontro
entre autoridades que tem o grau de importância mais alto na diplomacia.
Lembrando que nem Lula recebeu a honraria. O último líder brasileiro a fazer
uma visita assim foi Fernando Henrique, em 1995, portanto o governo petista ainda
não participou desse encontro, na Casa Branca, com os rivais imperialistas. Na
política internacional, saber administrar o diálogo cordial com o presidente de
superpotência é fundamental para a diplomacia de qualquer nação, a fim de
evitar uma possível crise diplomática e, na sequência, comprometer as relações
bilaterais. Radicalizar, jamais! Todos sabem que a espionagem existe desde sempre
e que não seria resolvida com tecnologia ou legislação, porque é um problema
político internacional, onde o mais forte sempre sai ganhando. Aqui, na América
Latina, por exemplo, sempre houve espionagem aos países vizinhos, portanto
somos os próprios imperialistas, com práticas que tanto condenamos nos outros.
Mas, nessa queda de braço, proposta pela presidente, todo mundo sabe que é o
Brasil quem vai sair perdendo, inegavelmente. Assim como acredita que está
fazendo um bom governo, a presidente deve acreditar, também, que o Brasil
cresceu tanto a ponto de se tornar uma potência independente economicamente e
capaz de enfrentar qualquer inimigo. Isso até pode ser real para ela,
entretanto não se deve esquecer que os Estados Unidos continuam sendo a maior economia
do mundo, queiram ou não seus inimigos. A presidente, cujo discurso na ONU não
teve a menor repercussão nos EUA (“O Brasil sabe proteger-se, repudia, combate
e não dá abrigo a grupos terroristas”), voltou para casa achando que tinha
"arrasado", o que está muito distante da realidade. Sua fala pode ter
feito muito sucesso entre os petistas e aliados, mas não no mundo. Talvez, no
dia 23, nem percebam a ausência da Chefa brasileira na reunião na Casa Branca. 
Celso
Pereira Lara    
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