quinta-feira, 3 de outubro de 2013

271-Impostos inevitáveis

Somente no Brasil, a classe que mais contribui para o governo é justamente a mais penalizada

Nesses meses finais de 2013, não só a pré-campanha eleitoral já deu sinais de vida, mas também o festival de aumento de impostos, taxas e tarifas, que já começaram a chegar ao bolso do contribuinte. Alguns valendo a partir de 2014, outros já passam a valer agora. As tarifas de ônibus interestaduais e internacionais, por exemplo, em percursos superiores a 75 quilômetros da origem, tiveram aumento de 7%, a partir de quinta-feira, dia 3. Em São Paulo, a fúria pela arrecadação fez a Prefeitura beneficiar-se do aumento de IPTU, ou, tecnicamente, da elevação provocada pela revisão do valor venal dos imóveis em 2014. São reajustes que variam entre 20% e 30% para um terço dos imóveis regularmente cadastrados, além dos sessenta mil imóveis que hoje são isentos e passarão a pagar IPTU. Haddad, petista muito querido pela sua classe política, é o prefeito de São Paulo que, em junho, disse que de jeito nenhum abriria mão do aumento das tarifas de ônibus, entretanto, durante as fortes manifestações de protestos, ele se viu obrigado a recuar de sua decisão. Segundo ele, um dos destinos do IPTU é manter o subsídio ao transporte, para manter a tarifa no ano que vem. Falta a decisão da Câmara de Vereadores. O que significa o aumento do IPTU para a classe pobre, aquela que é beneficiada pelos bolsas? Ou o que significa esse aumento para a classe rica, aquela que recebe benefícios fiscais, dentre outros, do governo? Pobre classe média, que como sempre assume os sacrifícios impostos pelos desgovernos e ainda mantém a economia em movimento. Se os aumentos de impostos não interferem na vida dos beneficiários dos projetos bolsa, então os votos estariam garantidos nas eleições. E olha que são em torno de 30% dos eleitores. Possivelmente, o aumento do IPTU seria motivo para constar nos cartazes e faixas nas próximas manifestações em São Paulo. No mesmo embalo, o reajuste do preço da gasolina, que a Petrobras já não consegue mais segurar, seria a grande notícia a sair nos próximos dias. E mais uma vez os preços dos produtos e serviços sofreriam também, sem a menor ponderação, os devidos reajustes, que no final das contas recairiam no bolso do contribuinte da tão odiada classe média, aquela que mais contribui para o governo.  

Celso Pereira Lara   

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