Somente no Brasil, a
classe que mais contribui para o governo é justamente a mais penalizada
Nesses meses finais de 2013,
não só a pré-campanha eleitoral já deu sinais de vida, mas também o festival de
aumento de impostos, taxas e tarifas, que já começaram a chegar ao bolso do
contribuinte. Alguns valendo a partir de 2014, outros já passam a valer agora.
As tarifas de ônibus interestaduais e internacionais, por exemplo, em percursos
superiores a 75 quilômetros da origem, tiveram aumento de 7%, a partir de
quinta-feira, dia 3. Em São Paulo, a fúria pela arrecadação fez a Prefeitura
beneficiar-se do aumento de IPTU, ou, tecnicamente, da elevação provocada pela
revisão do valor venal dos imóveis em 2014. São reajustes que variam entre 20%
e 30% para um terço dos imóveis regularmente cadastrados, além dos sessenta mil
imóveis que hoje são isentos e passarão a pagar IPTU. Haddad, petista muito
querido pela sua classe política, é o prefeito de São Paulo que, em junho,
disse que de jeito nenhum abriria mão do aumento das tarifas de ônibus,
entretanto, durante as fortes manifestações de protestos, ele se viu obrigado a
recuar de sua decisão. Segundo ele, um dos destinos do IPTU é manter o subsídio
ao transporte, para manter a tarifa no ano que vem. Falta a decisão da Câmara de
Vereadores. O que significa o aumento do IPTU para a classe pobre, aquela que é
beneficiada pelos bolsas? Ou o que significa esse aumento para a classe rica,
aquela que recebe benefícios fiscais, dentre outros, do governo? Pobre classe
média, que como sempre assume os sacrifícios impostos pelos desgovernos e ainda
mantém a economia em movimento. Se os aumentos de impostos não interferem na
vida dos beneficiários dos projetos bolsa, então os votos estariam garantidos
nas eleições. E olha que são em torno de 30% dos eleitores. Possivelmente, o
aumento do IPTU seria motivo para constar nos cartazes e faixas nas próximas
manifestações em São Paulo. No mesmo embalo, o reajuste do preço da gasolina,
que a Petrobras já não consegue mais segurar, seria a grande notícia a sair nos
próximos dias. E mais uma vez os preços dos produtos e serviços sofreriam
também, sem a menor ponderação, os devidos reajustes, que no final das contas recairiam
no bolso do contribuinte da tão odiada classe média, aquela que mais contribui para
o governo.  
Celso Pereira Lara   
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