A miséria no Brasil não é
um problema novo, nem foi o PT quem a descobriu. Mas foi esse partido quem fez
da miséria o mote para a sua ascensão e permanência no poder.
É notório
que grande parte da massa mais miserável da população brasileira é comprada com
assistencialismo governamental. Um exemplo marcante é o Bolsa Família, um
programa criado para o combate à fome. Isso não significa que o governo tenha
retirado as famílias de suas condições anteriores. As condições de pobreza
extrema ou miséria acentuada entre eles, de certa forma, continuam se não
houver outros tipos de assistência, principalmente quanto a investimentos para
criação de emprego e renda. Para o PT, o Brasil é um país sem miséria, pois
Lula faz questão de dizer para o mundo inteiro que o seu governo acabou com ela.
Uma concepção petista.
A
miséria "fome", assistida em forma de bolsa, serve muito bem para
finalidades eleitoreiras, porque é um programa garantidor de votos. Atualmente,
com uma assistência estendida a 46 milhões de pessoas, e mesmo se chegar a 70
milhões (1/3 da população brasileira), ainda assim não acabaria com a miséria,
mas com certeza estaria garantindo o poder perpétuo do PT no governo. O
programa Bolsa não acabou e talvez não consiga acabar com a miséria no país,
porque o Brasil nos últimos anos teve um crescimento econômico ridículo,
vinculado a um comportamento de alta da inflação, o que dificulta a geração de
renda e emprego no país, tão necessária para reduzir a expansão da miséria. O
crescimento demográfico sempre foi maior nas camadas mais pobres, porque cada
núcleo familiar tem em média seis pessoas, e o controle da natalidade para eles
é uma grande dificuldade, até por falta de esclarecimentos. E isso é o grande
empecilho para promover o bem-estar dessa classe. Com menos crescimento e mais
inflação, a miséria tende a caminhar a passos largos, e quase que anulando os
efeitos do Bolsa. Essa é uma parte desastrosa da economia desgovernada.
Mas
não é só esse tipo de miséria que existe no Brasil. A miséria
"educação" conduz o povo, no mínimo, à decadência cultural e à
alienação política; a miséria "saúde" conduz o povo ao sofrimento e a
viver menos. A miséria "segurança" conduz a população a viver insegura
nas ruas e em suas próprias casas, e também conduz ao sofrimento e a viver
menos, pois onde não há estado de direito, resta o poder paralelo; a miséria
"transportes urbanos", que conduz o povo ao sofrimento pelo cansaço
antes e após o período de trabalho; a miséria "água", que não chega à
população do interior das regiões nordestinas; a miséria "saneamento
básico", tão necessário aos pobres e miseráveis, mas os governantes não
gostam muito de investir nesse setor, considerando que as obras não ficam tão
evidentes quanto às de prédios e pontes. Enfim, é tudo pelo interesse político,
não pelo interesse social. O Brasil da hipocrisia mastodôntica.
Há
também outros tipos de miséria, que não se combatem com programas. Por exemplo,
a miséria “transparência” é uma lei criada pelo governo petista, cujos efeitos
não servem para os atos dos governantes: “Governo proíbe acesso a informações
sobre gastos de Dilma em viagens ao exterior”; a miséria “carimbos sigilosos”
foi muito utilizada nas ajudas a países comunistas e em outras operações
bancadas pelo BNDES; a miséria “contabilidade criativa”, um artifício que
melhora os índices e as contas do governo, logo foi revelado pelos jornais,
fazendo com que a credibilidade e os investimentos de países estrangeiros no
Brasil ficassem abalados; a miséria "salário” dos professores do ensino
público, que lecionam desmotivados, sem perspectivas de crescimento, cujas
consequências recaem sobre o ensinamento aos alunos; a miséria “salário” dos
aposentados pelo INSS, que vai sendo corroído, sistematicamente, ao longo do
tempo, obrigando o segurado a recorrer à justiça para que haja uma revisão do
teto; a miséria "funcionários públicos", que tiveram os seus salários
arrochados e seus direitos tungados de tudo que é maneira: perderam a
aposentadoria integral, a paridade entre ativos e inativos, e passaram a
contribuir, novamente, para a Previdência; a miséria “corrupção”, que produz um
incansável saqueamento aos cofres públicos, presente em todas as instâncias de
governo, não teve os efeitos de combate desejados e tão prometidos durante as
campanhas do PT. Ao contrário, a expansão da corrupção vem acontecendo em
proporções geométricas. O Brasil é um país de misérias em plena fase de crescimento.
Imbatível.
Merece
destaque especial a miséria "democracia", pois é a maior de todas, ocorrida
durante os doze últimos anos, e quanto maior for a pobreza democrática, melhor
será para levar adiante o projeto petista. A democracia vem sendo trabalhada
constantemente, de forma a ficar dilapidada em toda a sua estrutura. Atualmente,
presenciamos com clareza uma falsa democracia em todas as suas dimensões, mas
enquanto o povo não acordar ou sair dessa letargia política, o petismo vai se
perpetuando no poder que, por sua vez, se fortalece mais ainda, devido ao
aparelhamento de estado. Se as instâncias de poder já estão dominadas e o
Decreto 8.243 – vide explicações sobre o decreto do golpe http://www.libertar.in/2014/05/explicando-o-golpe-o-que-e-o-decreto.html
– já está em vigor, então, podemos dizer que estamos a um passo da implantação
da ditadura, com grandes possibilidades de vir a se concretizar no próximo
governo, caso o candidato tucano seja derrotado nessas eleições.
Afinal
de contas, que democracia moderna é essa que só se faz representar pelo voto
nas urnas, mas na prática submete o povo aos caprichos dos governantes? Uma
democracia que só serve aos desígnios do partido, para abrigar os malfeitos e
os malfeitores. Hoje vivemos uma ditadura bolivariana travestida de democracia.
Uma democracia literalmente na miséria, protagonizada e alimentada pela pobreza
política do PT.
Celso Pereira Lara
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