sábado, 6 de setembro de 2014

374-O 'volta Lula' em xeque

A queda de Dilma, nas pesquisas, era previsível, porque ela não tem nada a seu favor. O seu governo, da mesma forma que os anteriores, foi marcado por uma série de escândalos de corrupção e pelo povo nas ruas clamando por mudanças.

       O 'Plano B' do PT poderia se concretizar a qualquer instante, com prazo até o dia 15 de setembro. Não haveria mais o que esperar, porque a atual presidente teve o seu grau de satisfação bem reduzido no conceito do povo. Basta verificar nas redes sociais da internet. Ficou evidente que Dilma não teria cacife para enfrentar um novo debate presidencial, tanto é que ela nem compareceu, no dia 2 de setembro, ao Jornal da Globo. Vergonha! Sequer apresentou razões pela sua falta. Não vou porque não quero, poderia ao menos ter dito. O Planalto simplesmente comunicou que Dilma não iria. Ponto final. O PT já tem a certeza de que sua candidata será derrotada nas urnas. Logo após a confirmação oficial de que Marina seria a candidata pelo PSB, os resultados das pesquisas se modificaram, trazendo dor de cabeça para Dilma e o PT. O crescimento de Marina foi surpresa inclusive para ela, que esperava, mas nem tanto.  
       
       Em evento realizado pelo PT, em 4 de setembro, na Bahia, em que só havia militantes petistas, Lula pedia votos para Dilma e para o partido. Bem no início do discurso, Lula tombou literalmente na beira do palco. No comício, o ex-presidente, mostrando-se homem do povo, resolveu cumprimentar um grupo de militantes que estava logo abaixo do palco. Para sua surpresa, desequilibrou-se e foi amparado por alguns, o que evitou um acidente maior. Teria sido um presságio a queda do petista-mor? A caída de Lula foi entendida como uma "praga" ou "olho grande" da oposição. Isto porque, logo em seguida, ele soltou um torpedo: 'Eles devem se preparar porque eu vou estar vivo', referindo-se às eleições de 2018, com os seus 72 anos de idade. 

       Nessa campanha presidencial, marcada pela total indecisão dos eleitores e porque a cada semana surge um fato novo, a população fica com mais dúvida na escolha de um candidato. Pelo visto, já está em prática a nova política, que seria uma ideia de Marina para governar o país. É que, para agradar a gregos e troianos, Marina vai mudando de ideia sempre que necessário. E já mudou várias vezes, mas, afinal, que programa de governo é esse, que varia ao sabor dos ventos até as eleições? Mudar de ideia pode, só não pode é deixar de cumpri-las, se eleita. Na outra ponta, Dilma promete mudanças na equipe de governo: ‘governo novo, equipe nova’. Acreditem!

       Em março, durante cerimônia de entrega de um conjunto habitacional em João Pessoa, Dilma exagera em seu discurso: 'Nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição'. Lógico, pois é uma característica do petismo. O próprio fato de não comparecer ao debate na Globo já é sinal de que o diabo entrou em cena. 

       A menos de um mês das eleições, a campanha promete esquentar muito. Não vão faltar motivos para acusações ao adversário. O que imaginavam que poderia acontecer em 2015 acabou sendo antecipado. Trata-se da delação premiada feita pelo ex-diretor da Petrobras, em que acusa uma verdadeira quadrilha de participar do esquema de corrupção na estatal. Ele citou três governadores, seis senadores, um ministro de Estado e pelo menos 25 deputados federais – todos os envolvidos são membros dos partidos PT, PMDB e PP –, nomes de executivos de grandes empresas e até mesmo de empreiteiros, além do envolvimento de parte do corpo técnico da estatal. Evidente que a cúpula do PT está preocupada, assim como no meio político em Brasília, pelo fato de que o escândalo vai acabar de vez com as chances de reeleição da candidata petista e poderá ser a pá de cal no enterro do partido. Nada a ver com desafio, mas foi um balde de água gelada! 

       O governo do PT recebe de presente, pelos doze anos de mau governo, a notícia do escândalo de corrupção que envolve bilhões de reais, com repercussão nos jornais internacionais, mostrando, assim, a verdadeira imagem do Brasil. É a prova de que o aparelhamento da empresa petrolífera só serviria mesmo para a prática de desvios de recursos dos seus cofres, assim como nas demais estatais. 

       A crise no governo petista vem acontecendo em escala crescente, causada pelos atos de corrupção e desvios ou má gestão de recursos públicos. Nunca antes na história desse país se viu tanta desordem governamental. O país está sangrando e necessita de um atendimento urgente para um checkup completo. A principal doença já está diagnosticada! 

       A candidata Dilma, que declarou fazer o diabo nessas eleições, encontra-se agora num verdadeiro inferno, onde os seus votos estão sendo queimados. O retorno de Lula era dado como certo, até o dia 15.  Mas, com a delação dos envolvidos em desvios de recursos financeiros da Petrobras, justamente na primeira quinzena de setembro, será que Lula teria a coragem de entrar em campo para substituir Dilma?

Celso Pereira Lara

Nenhum comentário:

Postar um comentário