terça-feira, 24 de junho de 2014

355-Festival de barganhas políticas

O momento é propício para as alianças, enquanto a Copa do Mundo diverte a população no que ela mais gosta. No jogo político, que ocorre em paralelo, a disputa é pela formação do maior time possível.        


Na Convenção Nacional do Partido dos Trabalhadores, realizada dia 21, o presidente do partido, Rui Falcão, anunciou oficialmente a indicação de Dilma para a reeleição. A grande novidade é que, aproveitando-se da oportunidade, o PTB rompeu com a candidatura da presidente e anunciou o seu apoio ao tucano Aécio. Os discursos apresentados pelos petistas, naquele ato, não passaram de ataques ao Governo tucano, aos atuais partidos de oposição e à imprensa. Para o segundo mandato, a presidente anunciou algumas propostas antigas, não cumpridas no primeiro mandato. Ela ainda teve a coragem de afirmar: “Precisamos de mais oito anos para construir uma obra à altura dos sonhos do Brasil”. Que obra seria essa? Mais oito anos? Enfim, sempre mais do mesmo.  
Que mudanças a candidata vai propor em sua campanha eleitoral, se o PT esteve durante 12 anos à frente do governo federal e nada foi realizado, a não ser as vergonhosas obras das arenas para a realização da Copa no Brasil? E o povo está tão indignado com esse mundial de jogos e com a gestão desse governo, a ponto de vaiar a presidente em todos os eventos públicos em que ela está presente.
Neste ciclo de convenções partidárias tudo é possível: salada mista ou bacanal eleitoral não importa para os que preferem os interesses acima de tudo, deixando de lado as ideologias do partido e a representatividade do povo. Aproveitem enquanto a bola está rolando no gramado!
Com o PMDB rachado, parte vai apoiar o PSDB, enquanto a outra parte permanece fiel ao apoio da reeleição da presidente; no governo de São Paulo, o PSDB indicou um vice do PSB; o PSB jura que vai apoiar o tucano Aécio; no Rio de Janeiro, o PMDB da base da presidente fechou com o PSDB; o petista Lindbergh vai apoiar o Romário, do PSB, para o Senado; o democrata Cesar Maia vai concorrer ao mesmo posto com o apoio do governador peemedebista, Pezão. Paulinho, da Força Sindical, declara apoio ao tucano Aécio. Isso é apenas uma amostra do que está rolando fora das arenas. A política é mesmo muito sem-vergonha!
Não chega a ser surpreendente o vazamento do plano B do PT: nas proximidades do dia das eleições, a candidata à reeleição passaria mal e se internaria para tratamento de sua doença (sendo verdade ou não), e Lula, então, seria indicado pelo PT como sendo o potencial candidato a substituí-la. Eis uma boa razão para a concretização do "volta Lula". E, para colocar mais pimenta malagueta nessas eleições, Lula ameaça: “Essa campanha está correndo o risco de ser uma campanha violenta”. Estaria sugerindo truculências? Sendo assim, ficaria bem ao gosto dos radicais petistas.
Pelo visto, a Convenção do PT deve ter sido um fiasco, pois a cúpula do partido está no presídio. Coisas da política!


Celso Pereira Lara 

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