Nós fingimos que condenamos; vocês fingem que vão presos
Não há que se
confundir com o famoso filme americano de 1967, que agradou muito a adultos e
crianças: The Dirty Dozen. "Em 1944, durante a II Guerra Mundial, doze
soldados aliados condenados foram treinados pelo major Reisman (Lee Marvin) com
o objetivo de partirem para uma missão quase suicida. Os que sobreviveram foram
perdoados e reintegrados". Aqui termina o inesquecível filme. A realidade
é que os 12 condenados à prisão, no processo do mensalão, são brasileiros que
ocupavam a cúpula do PT e cargos relevantes no governo Lula, sendo um deles o
Chefe da Casa Civil e operador do esquema de compra de votos no Congresso.
Foram devidamente enquadrados na lei pelos ministros do Supremo Tribunal, que
viram no mensalão uma tentativa de golpe contra a democracia. Tratava-se,
portanto, de uma quadrilha a saquear os cofres públicos, condenada pelo
cometimento de vários crimes, sendo o principal pela compra de apoio parlamentar.
Para que uma medida do governo fosse aprovada com urgência no Congresso,
efetuavam-se pagamentos a políticos de oposição e, assim, a votação por maioria
estaria garantia. Além disso, uma base parlamentar é montada quando determinado
governante quita o passado dos aliados e contribui para o futuro, e foi
exatamente para isso que serviram os empréstimos tomados junto aos bancos
mineiros. O primeiro mandato do governo Lula foi marcado pela compra de apoio
parlamentar, e o PT, mesmo depois dos escândalos, continuou comprando, porém de
forma dissimulada, com o firme propósito de fortalecer o poder: em vez de
oferecer dinheiro aos líderes dos partidos, entregava a eles ministérios de
"porteira fechada" (em que na cúpula da pasta o aparelhamento
político é total). Tanto é que o presidente anterior, Fernando Henrique, deixou
24 ministérios, e atualmente são 39, muitos dos quais sem a menor relevância. O
processo do mensalão levou 8 anos para julgamento e decisão no Supremo Tribunal
Federal. Na realidade, são 25 réus envolvidos no maior escândalo político do
Brasil, e todos no governo Lula, sendo 12 condenados à prisão, por enquanto. Só
que no final, ao contrário do filme americano, os 12 sobreviverão dessa condenação
de prisão (que não é uma missão suicida), sem dúvidas! O espantoso nisso tudo é
que, pela primeira vez na história política brasileira, um número tão grande de
parlamentares vai para a prisão sob a acusação de corrupção ativa. Essa marca
jamais será esquecida ou superada. Mais curioso ainda é que os condenados são
justamente aqueles que fundaram o PT: eram integrantes da cúpula do partido; faziam
parte das decisões do governo no gabinete da Presidência da República; antes de
ocuparem o governo, diziam-se contra a falta de ética e a corrupção dos
governos anteriores; foram verdadeiramente guerrilheiros armados que, em nome
da liberdade, lutaram contra a ditadura militar e por ela foram presos;
entretanto, sorrateiramente, articularam um golpe contra a democracia e por ela
foram condenados. Se antes se consideravam presos políticos com todas as honras
e polpudos benefícios, agora são políticos presos para desonra, não da política
brasileira que está totalmente sem credibilidade, mas de um país que já foi a
sexta maior economia do mundo e para frustração dos seus eleitores. Mas não
parou por aí. O governo do PT foi totalmente marcado por corrupções e falta de
ética, e até hoje os esquemas de corrupção continuam aparecendo na mídia, e
desta vez, dia 14 de novembro, envolvendo o assessor e o chefe de gabinete do
ministro da Fazenda! 
Celso Pereira Lara
Nenhum comentário:
Postar um comentário