sábado, 16 de novembro de 2013

294-Os 12 condenados

Nós fingimos que condenamos; vocês fingem que vão presos

Não há que se confundir com o famoso filme americano de 1967, que agradou muito a adultos e crianças: The Dirty Dozen. "Em 1944, durante a II Guerra Mundial, doze soldados aliados condenados foram treinados pelo major Reisman (Lee Marvin) com o objetivo de partirem para uma missão quase suicida. Os que sobreviveram foram perdoados e reintegrados". Aqui termina o inesquecível filme. A realidade é que os 12 condenados à prisão, no processo do mensalão, são brasileiros que ocupavam a cúpula do PT e cargos relevantes no governo Lula, sendo um deles o Chefe da Casa Civil e operador do esquema de compra de votos no Congresso. Foram devidamente enquadrados na lei pelos ministros do Supremo Tribunal, que viram no mensalão uma tentativa de golpe contra a democracia. Tratava-se, portanto, de uma quadrilha a saquear os cofres públicos, condenada pelo cometimento de vários crimes, sendo o principal pela compra de apoio parlamentar. Para que uma medida do governo fosse aprovada com urgência no Congresso, efetuavam-se pagamentos a políticos de oposição e, assim, a votação por maioria estaria garantia. Além disso, uma base parlamentar é montada quando determinado governante quita o passado dos aliados e contribui para o futuro, e foi exatamente para isso que serviram os empréstimos tomados junto aos bancos mineiros. O primeiro mandato do governo Lula foi marcado pela compra de apoio parlamentar, e o PT, mesmo depois dos escândalos, continuou comprando, porém de forma dissimulada, com o firme propósito de fortalecer o poder: em vez de oferecer dinheiro aos líderes dos partidos, entregava a eles ministérios de "porteira fechada" (em que na cúpula da pasta o aparelhamento político é total). Tanto é que o presidente anterior, Fernando Henrique, deixou 24 ministérios, e atualmente são 39, muitos dos quais sem a menor relevância. O processo do mensalão levou 8 anos para julgamento e decisão no Supremo Tribunal Federal. Na realidade, são 25 réus envolvidos no maior escândalo político do Brasil, e todos no governo Lula, sendo 12 condenados à prisão, por enquanto. Só que no final, ao contrário do filme americano, os 12 sobreviverão dessa condenação de prisão (que não é uma missão suicida), sem dúvidas! O espantoso nisso tudo é que, pela primeira vez na história política brasileira, um número tão grande de parlamentares vai para a prisão sob a acusação de corrupção ativa. Essa marca jamais será esquecida ou superada. Mais curioso ainda é que os condenados são justamente aqueles que fundaram o PT: eram integrantes da cúpula do partido; faziam parte das decisões do governo no gabinete da Presidência da República; antes de ocuparem o governo, diziam-se contra a falta de ética e a corrupção dos governos anteriores; foram verdadeiramente guerrilheiros armados que, em nome da liberdade, lutaram contra a ditadura militar e por ela foram presos; entretanto, sorrateiramente, articularam um golpe contra a democracia e por ela foram condenados. Se antes se consideravam presos políticos com todas as honras e polpudos benefícios, agora são políticos presos para desonra, não da política brasileira que está totalmente sem credibilidade, mas de um país que já foi a sexta maior economia do mundo e para frustração dos seus eleitores. Mas não parou por aí. O governo do PT foi totalmente marcado por corrupções e falta de ética, e até hoje os esquemas de corrupção continuam aparecendo na mídia, e desta vez, dia 14 de novembro, envolvendo o assessor e o chefe de gabinete do ministro da Fazenda! 

Celso Pereira Lara

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