Renan Calheiros retorna à presidência
do Senado cheio de boas intenções
A crescente onda de protestos,
espalhados nas redes sociais da internet e nas ruas de várias cidades do país,
tem dois objetivos principais: o primeiro, diz respeito ao impeachment do
presidente do Senado, Renan Calheiros; o segundo é contra a corrupção instalada
nos governos. Os movimentos simultâneos têm em comum o fato de terem sido
articulados via redes sociais. Faixas com as inscrições "Fora, Renan"
e "Todos contra a corrupção" são utilizadas nas passeatas, visando à
conscientização da população. A causa dos protestos é que, em 2007, Renan foi
denunciado pelo Ministério Público pelo suposto uso de notas fiscais frias, a
fim de justificar renda.  Como presidente
do Senado, em fins de 2007, teve que renunciar ao cargo para não ser cassado,
pois estava envolvido em uma série de escândalos. Contudo, foi reeleito senador
em 2010 e, em fevereiro deste ano, foi alçado por seus pares à presidência da
Casa. O senador Renan Calheiros é alvo de uma petição que busca seu impeachment.
Nesta semana, representantes do movimento fizeram a entrega simbólica de 1,6
milhão de assinaturas virtuais aos líderes do Senado pedindo a saída do
político. O grupo também cobra que o STF decida se vai acolher ou não a
representação do Procurador Roberto Gurgel contra Renan. Não por acaso, na
terça (19), o senador Calheiros (PMDB) anuncia uma série de medidas para
reduzir gastos e promover mais transparência na Casa. "Renan Calheiros
disse que o Senado vai acabar com mais de 500 funções de chefia e
assessoramento, e com serviço ambulatorial gratuito para os servidores, já que
eles têm planos de saúde; vai ampliar as jornadas corridas de seis para sete
horas; unificar três institutos internos de capacitação e treinamento de
servidores, além de rever valores de serviços terceirizados e deixar de renovar
alguns contratos. A economia prevista é de R$ 262 milhões em dois anos. Também
foi anunciada a criação de um Conselho de Transparência com participação da
sociedade".  As medidas foram
aprovadas pela mesa diretora e anunciadas em plenário. Observa-se que o
reeleito presidente do Senado demonstra, como nunca, grandes preocupações com
as despesas e com a transparência da Casa. Ao que parece, a mudança de
comportamento do presidente do Senado vem carregada de duas boas intenções:
uma, para demonstrar que está disposto a trabalhar com ética, garantindo, assim, a sua reeleição em 2014; outra, para esvaziar os movimentos reivindicatórios de impeachment.
Celso Pereira Lara
Celso Pereira Lara
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