domingo, 24 de fevereiro de 2013

171-Renan, reeleito presidente do Senado

Renan Calheiros retorna à presidência do Senado cheio de boas intenções

A crescente onda de protestos, espalhados nas redes sociais da internet e nas ruas de várias cidades do país, tem dois objetivos principais: o primeiro, diz respeito ao impeachment do presidente do Senado, Renan Calheiros; o segundo é contra a corrupção instalada nos governos. Os movimentos simultâneos têm em comum o fato de terem sido articulados via redes sociais. Faixas com as inscrições "Fora, Renan" e "Todos contra a corrupção" são utilizadas nas passeatas, visando à conscientização da população. A causa dos protestos é que, em 2007, Renan foi denunciado pelo Ministério Público pelo suposto uso de notas fiscais frias, a fim de justificar renda.  Como presidente do Senado, em fins de 2007, teve que renunciar ao cargo para não ser cassado, pois estava envolvido em uma série de escândalos. Contudo, foi reeleito senador em 2010 e, em fevereiro deste ano, foi alçado por seus pares à presidência da Casa. O senador Renan Calheiros é alvo de uma petição que busca seu impeachment. Nesta semana, representantes do movimento fizeram a entrega simbólica de 1,6 milhão de assinaturas virtuais aos líderes do Senado pedindo a saída do político. O grupo também cobra que o STF decida se vai acolher ou não a representação do Procurador Roberto Gurgel contra Renan. Não por acaso, na terça (19), o senador Calheiros (PMDB) anuncia uma série de medidas para reduzir gastos e promover mais transparência na Casa. "Renan Calheiros disse que o Senado vai acabar com mais de 500 funções de chefia e assessoramento, e com serviço ambulatorial gratuito para os servidores, já que eles têm planos de saúde; vai ampliar as jornadas corridas de seis para sete horas; unificar três institutos internos de capacitação e treinamento de servidores, além de rever valores de serviços terceirizados e deixar de renovar alguns contratos. A economia prevista é de R$ 262 milhões em dois anos. Também foi anunciada a criação de um Conselho de Transparência com participação da sociedade".  As medidas foram aprovadas pela mesa diretora e anunciadas em plenário. Observa-se que o reeleito presidente do Senado demonstra, como nunca, grandes preocupações com as despesas e com a transparência da Casa. Ao que parece, a mudança de comportamento do presidente do Senado vem carregada de duas boas intenções: uma, para demonstrar que está disposto a trabalhar com ética, garantindo, assim, a sua reeleição em 2014; outra, para esvaziar os movimentos reivindicatórios de impeachment.

Celso Pereira Lara

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