sábado, 23 de fevereiro de 2013

170-Cargos comissionados na Câmara



A farsa dos penduricalhos logo apareceu

A votação pela extinção dos penduricalhos, 14º e 15º salários dos vereadores, em meados de janeiro, parecia ser uma decisão séria, de apoio popular, se considerada do ponto de vista da contenção de despesas do Município de Juiz de Fora. Todavia, a criatividade dos vereadores voltou, a plena carga, 30 dias após, colocando em risco a sua credibilidade. É que eles pretendem criar cargos comissionados, através de projeto de lei, alegando que não seria aumento de despesas para a Casa, mas sim uma compensação de 50% da economia feita com os cortes dos penduricalhos. Significa dizer, no entendimento dos legisladores, que a perda dos penduricalhos lhes proporcionou um crédito, de mesmo valor, disponível para qualquer situação. Dessa forma, conclui-se que o fim dos salários extras não passou de uma farsa, pois não foi uma medida popular legítima nem uma decisão política desinteressada. A criação de cargos comissionados para os gabinetes dos 19 vereadores não se trata de medida contingencial, pelo contrário, trata-se de festa com o dinheiro público, considerando que cada vereador já tem o seu staff suficiente para atender às necessidades de seus trabalhos. Por isso, não justifica a criação de concurso público para assessores nem de cargos comissionados. Por conseguinte, se a lei atual permite que cada vereador possa ter até sete assessores, o que seria mais justo e do agrado popular é pautar uma votação pela derrubada dessa lei. A criação de despesas com concurso público e a criação de cargos comissionados no Legislativo não são medidas populares e não se enquadram na atual gestão da Prefeitura.

Celso Pereira Lara

Texto publicado na seção "Cartas" do Diário Regional de 05.03.2013.  

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