A farsa dos penduricalhos logo apareceu
A votação pela extinção dos
penduricalhos, 14º e 15º salários dos vereadores, em meados de janeiro, parecia
ser uma decisão séria, de apoio popular, se considerada do ponto de vista da
contenção de despesas do Município de Juiz de Fora. Todavia, a criatividade dos
vereadores voltou, a plena carga, 30 dias após, colocando em risco a sua
credibilidade. É que eles pretendem criar cargos comissionados, através de
projeto de lei, alegando que não seria aumento de despesas para a Casa, mas sim
uma compensação de 50% da economia feita com os cortes dos penduricalhos.
Significa dizer, no entendimento dos legisladores, que a perda dos
penduricalhos lhes proporcionou um crédito, de mesmo valor, disponível para
qualquer situação. Dessa forma, conclui-se que o fim dos salários extras não
passou de uma farsa, pois não foi uma medida popular legítima nem uma decisão
política desinteressada. A criação de cargos comissionados para os gabinetes dos
19 vereadores não se trata de medida contingencial, pelo contrário, trata-se de
festa com o dinheiro público, considerando que cada vereador já tem o seu staff
suficiente para atender às necessidades de seus trabalhos. Por isso, não
justifica a criação de concurso público para assessores nem de cargos
comissionados. Por conseguinte, se a lei atual permite que cada vereador possa
ter até sete assessores, o que seria mais justo e do agrado popular é pautar
uma votação pela derrubada dessa lei. A criação de despesas com concurso
público e a criação de cargos comissionados no Legislativo não são medidas
populares e não se enquadram na atual gestão da Prefeitura.
Celso Pereira Lara
Texto publicado na seção
"Cartas" do Diário Regional de 05.03.2013.  
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