sábado, 11 de outubro de 2014

383-Aceitar ou não, eis a questão!

Entre cair no canto da sereia e confiar na raposa dentro do galinheiro não existe diferença. Melhor seria se afastar dos dois.

O país está totalmente cupinizado (ou pt-tizado), podre em suas estruturas. Nas estatais, quanto mais mexe, mais corrupção aparece. No caso da Petrobras, os petistas afirmam que não houve petrolão, assim como não houve mensalão, não houve operação Lava-Jato, nem superfaturamento na Abreu e Lima. Nos Correios, cujo presidente foi flagrado fazendo campanha pela reeleição da presidente, os santinhos - quase cinco milhões de panfletos pedindo votos para Dilma - foram distribuídos sem remetente e sem registro obrigatório da chancela ou estampa digital, com filmagens dessa distribuição. O Ministério Público Federal, atendendo a denúncias da oposição, concedeu um prazo de trinta dias para que a presidenciável e o presidente dos Correios se explicassem. Ambos negaram irregularidades! Para a presidente petista, a denúncia foi um "equívoco monumental". Portanto, para ela, não houve improbidade administrativa. Assim considerando, é normal utilizar-se da máquina pública para fazer campanha do governo.

A certeza da impunidade pelo TSE é um padrão dos políticos governistas. No entendimento dos petistas, o caso dos Correios não passa de um factóide criado pela oposição para prejudicar a campanha eleitoral da presidenciável. O surgimento de um factóide com todas as provas ao alcance da população e da Justiça é uma rotina no atual governo. Dilma diz que a oposição usa o caso Petrobras para dar golpe no país. Isso é uma declaração muito genial, de sua lavra! A cada dia, ela não só surpreende a todos como também a si própria. O governo acusa a oposição daquilo que vem praticando há tempos, e a sua campanha está muito focada nos temas impunidade e combate a corrupção. Pasmem!

Os avanços acabaram ficando comprometidos. O governo petista concentrou seus esforços apenas nos programas garantidores de poder. A politicagem praticada com os países comunistas foi a única meta atingida deste governo, esquecendo-se de que os problemas internos estavam crescendo a passos largos, e conduzindo o país ao caos econômico, social e político. Os avanços ficaram por conta de programas assistencialistas mal geridos, repletos de desvio de recursos públicos, hoje considerados fracassados. A inflação, sem dúvida, foi uma grande conquista do governo Dilma. Estamos falando do retorno.

Na atual campanha eleitoral, a candidata Dilma não tem nada novo a apresentar ou prometer, assim como não tem nada a comemorar de seus feitos. Os itens da lista de malfeitos não param de crescer, e já passam dos cem. As novidades surgidas recentemente são dignas de risadas, pois são cômicas e não passam de piadas para aqueles que acompanham as notícias. A primeira delas, a presidente diz que o combate à corrupção é prioridade em seu governo. Ela afirma que não há ninguém que não seja corrupto. Dilma tem tolerância zero para com a corrupção!  A outra, ela pediu mudanças na legislação para permitir o fim da impunidade. São ou não piadas para provar que o povo, ou o seu eleitorado, é realmente alienado, e que acredita cegamente em tais promessas? Agora, em horário eleitoral de TV, do nada Dilma acusa o governo FHC de haver aparelhado o Ministério Público, ofendendo toda uma categoria de servidores concursados do Estado. Ela está totalmente perdida, despreparada, e desesperada com a possível derrota do PT. Justo nesta campanha tais fatos acabam virando excelente combustível para o opositor. O que o PT mais sabe fazer é criticar os governos, daí ter surgido a sua ascensão ao poder.  Como o governo petista já está no seu terceiro mandato, quais argumentos teriam seus governantes para condenar os anteriores, se eles próprios estão há doze anos no poder? Por causa disso, a presidenciável não tem o que criticar, para justificar o fracasso de seu governo. Ficou demonstrado que o país foi muito mal administrado em todo esse período. E nesse caso não cabe imputar a culpa a terceiros, até porque a base aliada estava lá para facilitar a governabilidade. Isso tudo justifica o fracasso nas eleições.

Por outro lado, Marina corre o risco de afundar de vez, a menos que ela corra para os braços aconchegantes do PT. Todos sabem que em suas veias corre muito sangue petista, e que também ao final das contas ela vai se aliar a Dilma. Isso é previsível e inevitável. Nem a Rede nem Marina confirmaram apoio a Aécio. O grupo político de Marina recomenda aos seus militantes o voto em branco, nulo ou no candidato do PSDB. Portanto, seria uma posição pessoal e não de caráter partidário. Então, a Rede, ainda não registrada, não está negociando suas posições com a candidatura Aécio, e Marina deve agir conforme sua consciência. As exigências de Marina em troca de apoio a Aécio são de lascar. Ela empurra para cima dele os principais pontos do programa dela, forçando o PSDB a dar uma guinada bem mais para a esquerda, onde todos se confundem: PT e REDE.

Marina encontrou facilidade em apoiar Campos do PSB por causa das proximidades de seus programas e da certeza de que poderia ocupar o posto de vice na chapa. Mas no caso de Aécio, não existe essa proximidade de programa nem a possibilidade de vir a ocupar a Vice-presidência. Na realidade, Marina está blefando com o tucano. Ela está fazendo uma imposição inaceitável, visando sair-se bem diante do povo, e colocando Aécio como egoísta ou mau negociador, o que poderia justificar uma corrida de votos para Dilma. Entretanto, é lógico que o candidato tucano não vai aceitar tal proposta, vai sair sem o apoio dela, e Marina novamente ficará a ver navios. Mas, como ex-petista que ainda tem muito sangue do PT correndo em suas veias, ela não vai deixar escapar a oportunidade de se aliar à candidata Dilma. Até aí nenhuma novidade.

Para o PT e a REDE, o problema maior está na possível vitória do tucano, mesmo sem o declarado apoio de Marina. Isso significa o fortalecimento do PSDB, como sendo o partido que representa a vontade popular, e que tem um programa de governo palpável. Deve-se considerar, ainda, que a Presidência da República poderá ser ocupada por um político que reúne as qualidades essenciais para o cargo, e com possibilidades de restabelecer a credibilidade do Brasil no exterior, através das políticas econômicas e sociais previstas em seu programa de governo.

Celso Pereira Lara

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