Se a
compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi um fracasso, o que dizer da participação
brasileira em investimentos em países socialistas e comunistas?
Quando você vai comprar um
produto com o dinheiro dos outros, você o faz sem se preocupar com o preço e a
qualidade. E quando alguém recomenda que seja um produto barato, você se
preocupa apenas com o preço. Mas quando você deseja comprar um produto com o
seu dinheiro, então, você se preocupa com o preço e a qualidade. Uma simples comparação
que se enquadra perfeitamente na atual conjuntura, quando se trata de administrar
os recursos do governo.
A presidente da Petrobras, convidada
a prestar esclarecimentos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado,
reconheceu taxativamente que a compra da refinaria de Pasadena deixou a
desejar: “Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio". Pelo que ela
pode esclarecer, não só ficou clara a tentativa de blindagem da presidente da
república ao limitar a ex-diretores da estatal a culpa pelo negócio fracassado,
como também evidente que a presença dela no Senado era no sentido de esvaziar o
movimento a favor de uma CPI. 
Embora tivesse restado ao
Planalto apenas a conformação com tudo que a executiva da empresa apresentou
como esclarecimento, ou, então, que o desempenho dela tenha sido satisfatório,
para os senadores tudo não passou de encenação e reconhecem que vai ser muito
difícil evitar a investigação, mesmo mantendo a estratégia de ampliar o foco
das apurações do Metrô de São Paulo e do Porto de Suape, em Pernambuco.
 Não haveria alternativa melhor do que
reconhecer o fracasso no mesmo instante em que a chefa de Governo prometia
"apuração e punição rigorosas" no caso Petrobras. De ambas as partes,
parecia um discurso bem afinado, enfim, ensaiado. Contudo, a chefa nem
precisaria ter prometido nada, pois é o que se deve fazer naturalmente, quando
se trata de um governo sério, e é também o que o povo espera após a instalação
da CPI. 
Mas na realidade não é o que
ocorre na Câmara, com as tentativas de impedimento de uma CPI, orquestrada pelo
próprio governo. Não há lógica nisso, pois o governo exige punições aos
verdadeiros culpados, ao mesmo tempo em que coloca obstáculos para a aprovação
da CPI.
Reconhecida, e declarada à
sociedade, pela executiva da estatal sob investigação que a compra da refinaria
“não foi um bom negócio" para a Petrobras, isso é apenas a primeira etapa
de um levantamento que tem muito a ser esclarecido e promete uma finalização
com “punições rigorosas”, que no fundo mesmo todos já estão cansados de saber
do resultado. 
Há também outros casos que
envolvem bilhões de reais, mas só serão reconhecidos que não foram um "bom
negócio" sabe-se lá quando.
Podemos citar as obras da
Copa, rejeitadas pela maioria dos brasileiros, e as doações financeiras (ou
“investimentos”?) a países socialistas e comunistas. Em Cuba, por exemplo, o
investimento no Porto de Mariel também “não foi um bom negócio" para o
Brasil (ou será que foi?). 
Embora inaugurado em janeiro
2014, um relatório da ONU registra que, desde junho 2013, o Porto de Mariel vem
sendo usado para contrabando de armas para a Coreia do Norte. Algo em torno de
200 toneladas de armamento, incluindo mísseis e munições. Para a ONU, trata-se
de violação dos tratados internacionais.
Cuba é um país de economia
falida, submetido a forte embargo econômico, o que torna questionável qualquer
parceria visando comércio internacional. Como justificar os investimentos
brasileiros nesse país comunista, e por qual motivo os contratos de
financiamento com CUBA foram classificados como “secretos”?
O Brasil atravessa momentos
de crise no setor energético, pois, a partir de 2011, já foram registrados 181
casos de apagão, sendo que o de maior extensão ocorreu na região nordeste. Mas
o governo afirma que está tudo bem, sob controle, e insiste em dizer que a
oposição torce para que tudo dê errado. Talvez esteja faltando investimentos
nessa área! Segundo especialistas, o risco de apagão durante a Copa é muito
grande, por isso defendem a necessidade de redução de consumo de energia, para
evitar a repetição do ocorrido em 2012. 
Está prevista para o final de abril a
decisão do governo sobre a necessidade de fazer ou não uma campanha de
racionalização de energia pela população e empresas. Já imaginaram um apagão
durante as manifestações contra a realização dos jogos da Copa? Com todas essas
crises no setor energético, teria sido um "bom negócio" para o
Brasil, a participação brasileira na construção de uma usina hidrelétrica na
Nicarágua?      
Celso Pereira Lara  
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