sexta-feira, 11 de abril de 2014

333- Um governo à Big Brother

Um governo a serviço das causas alheias, sem preocupações com as crises internas.

Foi-se o tempo em que as preocupações do governo eram somente com os problemas brasileiros. A meta era investir internamente em programas que apresentassem benefícios para o povo, e em projetos que resultassem no crescimento da riqueza do Estado. Isso é política voltada para o desenvolvimento da nação. Entretanto, os últimos governos perderam essa preocupação. Os investimentos se limitaram a ajudas a países socialistas e comunistas. E o resultado é um país à deriva.
No intuito de justificar o injustificável, durante entrevistas, o ex-presidente e os companheiros criaram novos termos de comunicação, que rapidamente deram origem a uma linguagem, patenteada no ambiente da mídia: novilíngua petista. Lula foi o precursor dessa engenhoca ao lançar a pérola "nunca antes na história deste país", expressão que acabou virando mote na campanha de reeleição do falecido e idolatrado companheiro Hugo Chávez, na Venezuela, durante 2012 ("Esto nunca se había visto en este país"). Uma campanha que contou com a participação direta de Lula, que defende abertamente o modelo político-ideológico praticado naquele país. Daí em diante, a frase ganhou repercussão mundial e ainda está sendo repetida em jornais e livros, servindo de incentivo a outros políticos, petistas criativos, a pronunciar novas frases de efeito.
Também o presidente da Infraero, em entrevista sobre o atraso das obras do Aeroporto de Confins, em BH: "Podemos tapear as obras".
Sobre aparecimento de contratos irregulares, a presidente da Petrobras afirmou que o caso não vai ficar “pedra sobre pedra”.
Lula, em relação às denúncias sobre o envolvimento de deputado petista com um doleiro, em negócios sob investigação no Ministério da Saúde, disparou mais uma, embora muito antiga: o PT não pode "pagar o pato", referindo-se a um caso que poderá respingar para todos os lados, pelas suspeitas de que se assemelha muito ao mensalão. O caso merece atenção especial, pois o deputado petista já renunciou à vice-presidência da Câmara e do Congresso, enquanto o doleiro, que permanece preso na PF, sabe de tudo sobre o esquema e precisa ser muito bem custodiado. A história não pode se repetir.
O ex-presidente incluiu ainda em seu linguajar, o vocábulo "concessão", quando se refere à privatização. Logo o PT, que tanto criticou as privatizações no passado, agora procede da mesma maneira, mas as chama de "concessão”. Até a linguagem desses políticos é complicada!
Foi o que aconteceu na Petrobras: “concessão” de refinarias. Depois, ficam dizendo que a imprensa golpista não sai de cima deles! Não se trata de perseguições ou ataques gratuitos da mídia, pois os fatos estão aí mesmo, em evidência, comprovando tudo quanto é publicado.
Trata-se de levar ao conhecimento da população episódios inaceitáveis, que habitam o centro do poder e afrontam a democracia em todas as suas dimensões, fragilizando-a e a colocando sob risco de morte. A avalanche de notícias, envolvendo escândalos e manobras políticas, não são matérias imaginárias, publicadas em reportagens, ultimamente. São publicações de fatos que vêm acontecendo de forma endêmica, de efeito dominó. A impressão que se tem é que o mundo vai acabar nas eleições, e, por isso, os políticos e seus orbitantes estão se aproveitando das práticas de corrupção e das manipulações políticas para enriquecimento financeiro. Em outras palavras, sabendo-se que as portas da impunidade estão às escâncaras, devido ao aparelhamento das instituições, aproveitam-se para saquear o máximo possível dos recursos públicos, ainda neste governo.
O que deveria ter sido um poste colocado justamente para fingir uma alternância de poder, na realidade acabou servindo de para-raios das falcatruas do governo anterior. Além do mais, isso contribui para a queda da popularidade da atual presidente, o que reforça muito a antecipação do retorno do Lula a candidatar-se nas próximas eleições. O clamor pelo "volta Lula" está a cargo apenas dos políticos mais aguerridos, petistas e outros, eufóricos por mais quatro anos de governo cego, entregue a ratazanas.
O governo não deveria acusar a mídia de publicar somente as partes negativas de sua administração. Se a imprensa não tivesse nada a publicar com relação a escândalos, certamente não teria também notícia nenhuma a revelar, considerando que o governo petista nada realizou durante os longos doze anos de poder, pois tudo não passou de promessas. Dessa forma, quase não haveria necessidade dos trabalhos da imprensa.
As notícias da hora estão focadas na maior empresa da América Latina, na sua CPI e nas ligações de doleiro com deputado petista, o qual diz que provará inocência “de cabeça erguida”.
Com a Petrobras totalmente aparelhada, outro não poderia ser o resultado: uma penca de contratos firmados irregularmente debaixo dos tapetes. E, agora, "quanto mais mexe, mais fede".
Para acabar com tudo isso, o governo do PT intenta várias vezes a regulamentação da comunicação no país. Um projeto ditatorial. Uma verdadeira censura à liberdade de imprensa, tão duramente condenada nos velhos tempos. Seria o mesmo que assassinar a democracia.
O governo petista tem muito a ver com o Big Brother Brasil: todos sabem do que se passa na intimidade do poder e, a cada momento, um tem que ir pro paredão. A fila, todos imaginam, é interminável. E, sendo assim, a grande mídia só tem a agradecer.


Celso Pereira Lara  

Um comentário:

  1. O Celso é amigo de longa data da minha malfadada era baceniana. Sua vocação jornalística, muito bem direcionada, por sinal, deveria ser melhor aproveitada. Parabéns amigo. Esse "post", em especial, está perfeito. Boa sorte. Um grande abraço.

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