quarta-feira, 23 de abril de 2014

337-Segurança pública em falência

A população brasileira está perdendo qualidade de vida, causada pelo aumento da insegurança nas ruas. E segurança pública é competência das polícias dos estados.

No Brasil, as Forças Armadas não são responsáveis pela segurança pública. O Exército não deveria ter sido chamado para apagar os "incêndios" causados pela precária segurança pública no estado do Rio de Janeiro. Deveria ter sido poupado. A segurança pública se revela falha em quase todos os estados da federação. Se agora é no Rio de Janeiro, amanhã poderá ser em São Paulo e outros.
A missão das tropas do Exército é outra totalmente diferente das polícias dos estados. Cada instância tem seu treinamento, sua experiência e capacidades. Como em outras democracias, as Forças Armadas existem para defender a soberania e o território brasileiro contra eventuais ameaças externas, assim como participar de eventuais operações de paz internacionais, e garantir a democracia brasileira, apoiando as eleições. Colocá-las expostas, em confronto com o crime organizado no Rio de Janeiro, num combate que não tem data para terminar, é querer enfraquecer a imagem do guardião de nossas fronteiras.
As favelas pacificadas, aquelas que já receberam as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), são as que apresentam maior índice de assassinatos. Isso porque passaram pelo processo de pacificação! A exposição de uma unidade de policiamento em uma comunidade não significa que lentamente os delinquentes não possam voltar às suas atividades ilícitas. Pois é o que vem ocorrendo em todas as favelas ditas pacificadas. E, consequentemente, aumentam-se os riscos de morte para os policiais dessas unidades. Há vários casos de bombas lançadas contra as UPPs, inclusive virando alvos de tiros e apedrejamentos, com registros de assassinatos de policiais. Significa na prática que a pacificação é um paliativo, e que a criminalidade tem demonstrado a sua superioridade em relação aos policiais militares. Estaria, por isso, a Polícia Militar, sendo desmoralizada?
O governo federal pediu socorro aos militares do Exército, para apagar os “incêndios” nas favelas onde as UPPs não apresentam os resultados esperados. Por enquanto, o clima de segurança relativa melhorou para os moradores dessas comunidades, entretanto, em outras favelas, o clima já não é o mesmo, com possibilidades de elas serem também "ocupadas" pelas forças do Exército, e assim por diante.
O que era para garantir a realização dos jogos nas arenas da Copa acabou antecipado pelas guerras na favela da maré, e provavelmente tão cedo as forças militares não vão sair de lá. Não há dúvida de que com a saída do Exército os problemas continuarão.  Na realidade, eles teriam que passar o comando para a Policia Militar, a quem compete a manutenção da segurança pública.
A permanência do Exército nas comunidades em conflito no Rio de Janeiro é uma demonstração inequívoca da fragilidade da PM e da incompetência do governo em administrar a segurança pública no estado.
A convocação das tropas federais com a finalidade de reforçar a segurança do Rio, antes e durante a Copa, deveria ter o seu fim declarado logo após o término da Copa. Dar poder de polícia ao Exército é legalmente possível, mas é um recurso para casos absolutamente extremos, não para entrar em favelas em guerra pelo ponto de tóxicos.
Cadê o BOPE?
Cadê a Força Nacional de Segurança Pública?
Afinal, não era exatamente para este tipo de situação que eles foram criados, e por isso são bem preparados e bem pagos?


Celso Pereira Lara  

domingo, 20 de abril de 2014

336-PEC 51: o fim da PM

Um risco muito grande que o Brasil está correndo, caso a PEC 51 seja aprovada. No governo petista, ainda não foi apresentada uma Proposta de Emenda Constitucional que não tenha sido tão odiada pela maldita classe média.

A reforma das polícias significa a desmilitarização da PM e sua transformação em carreira única. A desmilitarização da PM, inspirada no filme Tropa de Elite-II, ganhou muita força pelos black blocs nos movimentos de rua, em junho 2013, o que fez com que o oportunista senador Lindberg Farias (PT-RJ) apresentasse um projeto de lei, contando com a colaboração de um antropólogo, protagonista de sua redação, que acabou se transformando em uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 51/2013). Basicamente, ela tem a pretensão de unificar as polícias civil e militar do Brasil, o que significa reestruturar a arquitetura da segurança pública a partir da desmilitarização do modelo policial. A segurança pública será provida, no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios, por meio de polícias e corpos de bombeiros.
Uma proposta totalmente incoerente e com finalidade eleitoreira. Caso seja aprovada em todas as instâncias, a unificação das polícias militar e civil passará a ser uma verdadeira torre de babel. Como enquadrar os níveis salarias pelas carreiras, sendo que elas desempenham missões distintas?
A Polícia Militar é regida pelo Código Penal Militar. Não sendo assim, ao ser unificada, geraria um cenário de falta de controle, de desordem pública, de caos. A polícia ostensiva fardada existe em todos os países democráticos do mundo. Uma polícia unificada seria o mesmo que decretar a falência da segurança pública, e o sucateamento da PM, que vem ocorrendo nos últimos doze anos, serve justamente como propósito para conduzir à aprovação da PEC 51. No entanto, no âmbito federal, ainda se mantém distintas a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária Federal. Afinal, a proposta seria, no fundo, uma perseguição aos militares ou uma preparação para um plano petista?
A primeira investida contra os militares aconteceu no caos aéreo de 2006, no auge da crise, quando o governo Lula apresentou uma proposta de desmilitarização do tráfego aéreo: passaria o controle da Aeronáutica para os civis. Tal proposta ainda não se concretizou.
A política petista consiste primeiramente em sucatear, para depois desmontar. A unificação permitiria a sindicalização desses policiais, que seriam presas fáceis comandadas pela CUT e pelo PT.
Uma trama macabra! Por trás de uma boa intenção, um projeto visando o desmonte das Forças Armadas.
O plano seguinte poderia ser uma grande reforma nas FFAA, diminuindo o efetivo, através do fim do serviço obrigatório e do aumento do sucateamento das instituições militares, através da redução de verbas.
Não dá para acreditar que a intenção de reformar as polícias seja pelo interesse da melhoria de vida dos profissionais, muito menos visando à segurança do povo. A pretensão é outra, muito mais perigosa, a ponto de enterrar a democracia e conduzir o país a uma guerra civil.
 É uma proposta indecente do ponto de vista político, considerando que o verdadeiro propósito é acabar com a proteção oferecida pelo governo federal, o que ainda está previsto na Constituição. Se aprovada, a segurança deixa de ser uma obrigação do Estado. As polícias militar e civil ficarão a cargo dos governos estaduais, reguladas por um órgão de natureza civil.
Na avaliação de alguns, é uma proposta de mudança aparentemente boa, mas, como ela nasceu das mentes de um senador e um antropólogo petistas, não deixa de ser um planejamento altamente estratégico, maldoso.   
A busca de soluções para os problemas da Polícia Militar não está na unificação com a Polícia Civil, pois dessa forma só tende a aumentar o problema dos dois lados. As soluções devem ser encontradas no âmbito da PM, sem a necessidade de unificar problemas. A diversificação de polícias é essencial para a manutenção da segurança pública em qualquer país democrático, da mesma forma que existem Polícia Federal, Polícia Rodoviária e Polícia Ferroviária. Na realidade, o que incomoda o PT é o fato de a Polícia Militar estar enquadrada em carreira militar própria. Não que seja perseguição a militares, pois o PT, no tempo da ditadura, já teve um ativista "olheiro" levando informações para o DOPS, não é verdade?      
Por mais que o projeto contenha dados significativos e convincentes para a unificação das polícias, isso não basta porque a legislação continua arcaica, ou seja, modifica-se tudo para ficar do mesmo jeito. As polícias necessitam de maior atenção dos governos, e de maior empenho na forma de atuação, assim como as leis necessitam de revisão.
Atualmente, o criminoso encontra muita proteção legal, o que faz com ele retorne às ruas em poucos dias.  Se o modelo de policia está falido, muito mais as leis. Dessa forma, a unificação das policias não passa de uma falácia, de um projeto mal intencionado. O desmantelamento das polícias é um projeto colocado em prática desde que o PT assumiu o governo.
A Polícia Militar encontra-se, hoje em dia, numa fase de sucateamento de tal ordem que qualquer oferta partindo do governo passa a ser uma grande benesse, aceitável sem uma análise aprofundada da conjuntura política. Em qualquer situação, aprovar a proposta é decretar a falência da segurança pública, conduzindo o país ao caos, a caminho da Venezuela. Quem sabe o programa “Mais Policiais” já esteja na fase de finalização, aguardando apenas a unificação, para depois incorporar os policiais cubanos?      
Com a criação de uma nova Polícia Civil, unificada e sindicalizada, a população jamais terá condição de tirar o PT do poder, porque fica estabelecido um vínculo de dependência dos policiais com o governo. Com o poder e as armas nas mãos, fica garantida a perpetuação do poder petista, e abrem-se os caminhos para realização de todos os seus projetos satânicos, como a inconstitucional PEC 41/2003 (transformada em EC 41/2003), que impõe taxação mensal sobre os vencimentos dos aposentados – lembrando que a sua aprovação no Congresso se deu em função do mensalão -;  a Poupança Fraterna (PLP 137/2004), de autoria do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI) - arquivada em 2008, mas poderia ser reeditada -; o Marco Civil da Internet, ainda em votação na CCJ, e a Regulamentação da Comunicação. Nesse entendimento, qualquer PEC que venha desse governo é uma medida antipopular e antidemocrática, e por isso deve ser rechaçada.   
O risco para o povo e para a democracia é muito grande se a PEC 51 for aprovada. A Desmilitarização da PM não tem nada a ver com mais segurança para a população, pelo contrário, devido à desmotivação imposta aos policiais, a criminalidade ficará sem controle e a população entregue à própria sorte, do jeito que o governo gosta.
Da mesma maneira que na Petrobras ocorre um cenário de contradições, entre a executiva e o diretor da estatal, causado pela desastrosa compra da refinaria em Pasadena, a aprovação da PEC 51 não será “um bom negócio”, como é de praxe no governo.
Existem muitas falhas nas ações dos policiais, mas é nítido o sucateamento da segurança pública, agravado pela ausência de controle ou facilitação de entrada de armas e tóxicos nas fronteiras do país. A situação da criminalidade no Brasil chegou a níveis insuportáveis, sendo o governo obrigado a reconhecer a sua incapacidade no combate à violência nas grandes cidades, ao solicitar ajuda do Exército. Primeiro, no Rio de Janeiro, para acalmar as guerras no complexo da maré. Em seguida, na Bahia, para acalmar a onda de saques, assaltos e assassinatos por conta da greve dos policiais militares. Pelo visto, os militares do Exército estão sendo muito úteis no governo da democracia petista. Nunca foram tão solicitados! Inclusive atuarão durante a Copa de Elite, para garantir a realização dos jogos e proteger muito bem os turistas e as autoridades brasileiras e estrangeiras. 


Celso Pereira Lara  

quinta-feira, 17 de abril de 2014

335- Nada foi um “bom negócio”

Se a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras foi um fracasso, o que dizer da participação brasileira em investimentos em países socialistas e comunistas?

Quando você vai comprar um produto com o dinheiro dos outros, você o faz sem se preocupar com o preço e a qualidade. E quando alguém recomenda que seja um produto barato, você se preocupa apenas com o preço. Mas quando você deseja comprar um produto com o seu dinheiro, então, você se preocupa com o preço e a qualidade. Uma simples comparação que se enquadra perfeitamente na atual conjuntura, quando se trata de administrar os recursos do governo.
A presidente da Petrobras, convidada a prestar esclarecimentos na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, reconheceu taxativamente que a compra da refinaria de Pasadena deixou a desejar: “Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio". Pelo que ela pode esclarecer, não só ficou clara a tentativa de blindagem da presidente da república ao limitar a ex-diretores da estatal a culpa pelo negócio fracassado, como também evidente que a presença dela no Senado era no sentido de esvaziar o movimento a favor de uma CPI.
Embora tivesse restado ao Planalto apenas a conformação com tudo que a executiva da empresa apresentou como esclarecimento, ou, então, que o desempenho dela tenha sido satisfatório, para os senadores tudo não passou de encenação e reconhecem que vai ser muito difícil evitar a investigação, mesmo mantendo a estratégia de ampliar o foco das apurações do Metrô de São Paulo e do Porto de Suape, em Pernambuco.
 Não haveria alternativa melhor do que reconhecer o fracasso no mesmo instante em que a chefa de Governo prometia "apuração e punição rigorosas" no caso Petrobras. De ambas as partes, parecia um discurso bem afinado, enfim, ensaiado. Contudo, a chefa nem precisaria ter prometido nada, pois é o que se deve fazer naturalmente, quando se trata de um governo sério, e é também o que o povo espera após a instalação da CPI.
Mas na realidade não é o que ocorre na Câmara, com as tentativas de impedimento de uma CPI, orquestrada pelo próprio governo. Não há lógica nisso, pois o governo exige punições aos verdadeiros culpados, ao mesmo tempo em que coloca obstáculos para a aprovação da CPI.
Reconhecida, e declarada à sociedade, pela executiva da estatal sob investigação que a compra da refinaria “não foi um bom negócio" para a Petrobras, isso é apenas a primeira etapa de um levantamento que tem muito a ser esclarecido e promete uma finalização com “punições rigorosas”, que no fundo mesmo todos já estão cansados de saber do resultado.
Há também outros casos que envolvem bilhões de reais, mas só serão reconhecidos que não foram um "bom negócio" sabe-se lá quando.
Podemos citar as obras da Copa, rejeitadas pela maioria dos brasileiros, e as doações financeiras (ou “investimentos”?) a países socialistas e comunistas. Em Cuba, por exemplo, o investimento no Porto de Mariel também “não foi um bom negócio" para o Brasil (ou será que foi?).
Embora inaugurado em janeiro 2014, um relatório da ONU registra que, desde junho 2013, o Porto de Mariel vem sendo usado para contrabando de armas para a Coreia do Norte. Algo em torno de 200 toneladas de armamento, incluindo mísseis e munições. Para a ONU, trata-se de violação dos tratados internacionais.
Cuba é um país de economia falida, submetido a forte embargo econômico, o que torna questionável qualquer parceria visando comércio internacional. Como justificar os investimentos brasileiros nesse país comunista, e por qual motivo os contratos de financiamento com CUBA foram classificados como “secretos”?
O Brasil atravessa momentos de crise no setor energético, pois, a partir de 2011, já foram registrados 181 casos de apagão, sendo que o de maior extensão ocorreu na região nordeste. Mas o governo afirma que está tudo bem, sob controle, e insiste em dizer que a oposição torce para que tudo dê errado. Talvez esteja faltando investimentos nessa área! Segundo especialistas, o risco de apagão durante a Copa é muito grande, por isso defendem a necessidade de redução de consumo de energia, para evitar a repetição do ocorrido em 2012. 
Está prevista para o final de abril a decisão do governo sobre a necessidade de fazer ou não uma campanha de racionalização de energia pela população e empresas. Já imaginaram um apagão durante as manifestações contra a realização dos jogos da Copa? Com todas essas crises no setor energético, teria sido um "bom negócio" para o Brasil, a participação brasileira na construção de uma usina hidrelétrica na Nicarágua?     


Celso Pereira Lara  

sexta-feira, 11 de abril de 2014

333- Um governo à Big Brother

Um governo a serviço das causas alheias, sem preocupações com as crises internas.

Foi-se o tempo em que as preocupações do governo eram somente com os problemas brasileiros. A meta era investir internamente em programas que apresentassem benefícios para o povo, e em projetos que resultassem no crescimento da riqueza do Estado. Isso é política voltada para o desenvolvimento da nação. Entretanto, os últimos governos perderam essa preocupação. Os investimentos se limitaram a ajudas a países socialistas e comunistas. E o resultado é um país à deriva.
No intuito de justificar o injustificável, durante entrevistas, o ex-presidente e os companheiros criaram novos termos de comunicação, que rapidamente deram origem a uma linguagem, patenteada no ambiente da mídia: novilíngua petista. Lula foi o precursor dessa engenhoca ao lançar a pérola "nunca antes na história deste país", expressão que acabou virando mote na campanha de reeleição do falecido e idolatrado companheiro Hugo Chávez, na Venezuela, durante 2012 ("Esto nunca se había visto en este país"). Uma campanha que contou com a participação direta de Lula, que defende abertamente o modelo político-ideológico praticado naquele país. Daí em diante, a frase ganhou repercussão mundial e ainda está sendo repetida em jornais e livros, servindo de incentivo a outros políticos, petistas criativos, a pronunciar novas frases de efeito.
Também o presidente da Infraero, em entrevista sobre o atraso das obras do Aeroporto de Confins, em BH: "Podemos tapear as obras".
Sobre aparecimento de contratos irregulares, a presidente da Petrobras afirmou que o caso não vai ficar “pedra sobre pedra”.
Lula, em relação às denúncias sobre o envolvimento de deputado petista com um doleiro, em negócios sob investigação no Ministério da Saúde, disparou mais uma, embora muito antiga: o PT não pode "pagar o pato", referindo-se a um caso que poderá respingar para todos os lados, pelas suspeitas de que se assemelha muito ao mensalão. O caso merece atenção especial, pois o deputado petista já renunciou à vice-presidência da Câmara e do Congresso, enquanto o doleiro, que permanece preso na PF, sabe de tudo sobre o esquema e precisa ser muito bem custodiado. A história não pode se repetir.
O ex-presidente incluiu ainda em seu linguajar, o vocábulo "concessão", quando se refere à privatização. Logo o PT, que tanto criticou as privatizações no passado, agora procede da mesma maneira, mas as chama de "concessão”. Até a linguagem desses políticos é complicada!
Foi o que aconteceu na Petrobras: “concessão” de refinarias. Depois, ficam dizendo que a imprensa golpista não sai de cima deles! Não se trata de perseguições ou ataques gratuitos da mídia, pois os fatos estão aí mesmo, em evidência, comprovando tudo quanto é publicado.
Trata-se de levar ao conhecimento da população episódios inaceitáveis, que habitam o centro do poder e afrontam a democracia em todas as suas dimensões, fragilizando-a e a colocando sob risco de morte. A avalanche de notícias, envolvendo escândalos e manobras políticas, não são matérias imaginárias, publicadas em reportagens, ultimamente. São publicações de fatos que vêm acontecendo de forma endêmica, de efeito dominó. A impressão que se tem é que o mundo vai acabar nas eleições, e, por isso, os políticos e seus orbitantes estão se aproveitando das práticas de corrupção e das manipulações políticas para enriquecimento financeiro. Em outras palavras, sabendo-se que as portas da impunidade estão às escâncaras, devido ao aparelhamento das instituições, aproveitam-se para saquear o máximo possível dos recursos públicos, ainda neste governo.
O que deveria ter sido um poste colocado justamente para fingir uma alternância de poder, na realidade acabou servindo de para-raios das falcatruas do governo anterior. Além do mais, isso contribui para a queda da popularidade da atual presidente, o que reforça muito a antecipação do retorno do Lula a candidatar-se nas próximas eleições. O clamor pelo "volta Lula" está a cargo apenas dos políticos mais aguerridos, petistas e outros, eufóricos por mais quatro anos de governo cego, entregue a ratazanas.
O governo não deveria acusar a mídia de publicar somente as partes negativas de sua administração. Se a imprensa não tivesse nada a publicar com relação a escândalos, certamente não teria também notícia nenhuma a revelar, considerando que o governo petista nada realizou durante os longos doze anos de poder, pois tudo não passou de promessas. Dessa forma, quase não haveria necessidade dos trabalhos da imprensa.
As notícias da hora estão focadas na maior empresa da América Latina, na sua CPI e nas ligações de doleiro com deputado petista, o qual diz que provará inocência “de cabeça erguida”.
Com a Petrobras totalmente aparelhada, outro não poderia ser o resultado: uma penca de contratos firmados irregularmente debaixo dos tapetes. E, agora, "quanto mais mexe, mais fede".
Para acabar com tudo isso, o governo do PT intenta várias vezes a regulamentação da comunicação no país. Um projeto ditatorial. Uma verdadeira censura à liberdade de imprensa, tão duramente condenada nos velhos tempos. Seria o mesmo que assassinar a democracia.
O governo petista tem muito a ver com o Big Brother Brasil: todos sabem do que se passa na intimidade do poder e, a cada momento, um tem que ir pro paredão. A fila, todos imaginam, é interminável. E, sendo assim, a grande mídia só tem a agradecer.


Celso Pereira Lara  

332-Violência nas escolas


segunda-feira, 7 de abril de 2014

331-O trem desgovernado

O Brasil caminha a passos largos na direção da Venezuela

Agora, tudo ficou sem freios, em direção ao abismo. O trem das invasões de terrenos e imóveis desocupados segue livremente por todos os estados do país, aumentado a sua velocidade por conta da onda de corrupções espalhadas no âmbito do governo.
A aprovação da CPI da Petrobras tende a ficar encalhada, pelas dificuldades apresentadas pelos líderes da base governista, na Câmara. Um trem com o freio de mão puxado!
Se aprendemos que o mau exemplo vem de cima, como se pode esperar que o cidadão seja honesto e cumpridor dos seus deveres? Não se pode esperar outra coisa, quando um governo vira as costas para a população. A perda do controle político está conduzindo o país para o caos.
A política de geração de emprego e renda, repetida mais de mil vezes durante as promessas de campanha, em 2010, não se concretizou, e isso serve de estímulo aos malfeitores.
Milicianos e até agentes públicos estão fraudando o programa de habitação popular. Os milicianos – policiais fora de serviço ou na ativa - prestam serviços, cobrando por segurança e vendendo comidas nos condomínios populares. E só podem comprar deles, porque é uma venda na "marra", senão eles expulsam os moradores da casa. Está tudo dominado!
A política habitacional, representada pelo programa Minha Casa, Minha Vida, segue a passos de tartaruga embriagada, acompanhada por outro trem chamado desvios de recursos. Trata-se de esquema chefiado por militante comunista, que enriqueceu os cofres do PCdoB e os bolsos dos seus camaradas com o dinheiro surrupiado do programa de casas populares. Interessante é que a ideologia que eles pregam é uma coisa: o comunista é inimigo do capital, da propriedade privada, da exploração do trabalho e do acúmulo de riqueza. Mas na prática, ao assumir o poder, tudo se inverte.
Socialismo é só para a massa ignara, mas para os poderosos do governo vigora mesmo o capitalismo. A riqueza a serviço dos eleitos, para uma vida tal qual a dos Rockefeller. As migalhas são distribuídas para a população que ainda acredita no socialismo como solução mágica para as suas necessidades. E, por acreditarem nisso, esperam receber do governo, sem nenhum esforço ou trabalho, as condições básicas de sobrevivência. Não são capazes de enxergar, talvez por falta de cultura, que essas doutrinas levam o país à miséria e, o povo, ao sofrimento.
No quesito Segurança a tragédia não é diferente das demais. O trem sem freios da criminalidade avança por todas as regiões do país, e no Rio de Janeiro a guerra nas favelas já fugiu do controle do estado, necessitando de ajuda das Forças Armadas, aquelas da ditadura militar que torturaram os que estavam a serviço do comunismo e hoje ocupam os altos escalões do governo. As mesmas que estão sendo execradas pela Comissão da Verdade.
A realização da Copa do Mundo no Brasil foi uma decisão do governo federal, e não contou com o apoio da população. Foram gastos bilhões de reais, em detrimento da Educação, Saúde e outras necessidades do povo. O descontentamento da população é nítido em relação a isso, e o aparecimento de trens desgovernados, que “atropelam” os estados brasileiros, se deve, em parte, aos gastos bilionários com as obras das Arenas e o descaso com as reais necessidades do povo.
O agravamento da situação no país pode chegar ao clímax antes mesmo da abertura dos jogos, com o objetivo de impedir a sua realização ou mesmo com a intenção de chamar a atenção do mundo para os grandes problemas nacionais que foram deixados de lado.
O mais surpreendente é que o ex-presidente petista, prevendo as manifestações de rua, aparece do nada para defender a realização dos jogos de futebol no Brasil, por não concordar com a população que pede mais hospitais em vez de Copa. Diz, ainda, “estar preocupado em fortalecer a imagem do Brasil no exterior. Ele defende em fazer da Copa motivo de orgulho para o nosso país”.
De todos os trens, o que não oferece perigo nenhum para a sociedade, para a infelicidade do governo, é o trem-bala, pois este ainda não saiu nem do papel. Entretanto, o mais perigoso é o da censura, que em seu nome vem causando frequentes demissões de jornalistas e comentaristas de TV. Sem a imprensa livre, jamais saberíamos o que ocorre sorrateiramente no Congresso e no Planalto. A luta apressada pela aprovação do Marco Civil da Internet também é um trem da censura.
O que se passa na Venezuela está se refletindo no Brasil, considerando, ainda, que o governo brasileiro vem demonstrando apoio integral aos atos sanguinários do ditador Maduro. Isso é grave! Afinal, que forma de governo o Brasil está representando? Aonde pretende chegar esse trem desgovernado?


Celso Pereira Lara