quarta-feira, 10 de abril de 2013

181-Tráfico de drogas-II



A proteção aos usuários de drogas e a sociedade desprotegida

O vai e vem das prisões de usuários de drogas chega a ser patético. Em Juiz de Fora o tráfico de drogas já virou epidemia. A cidade está quase tomada pelos tóxicos, drogada até a alma, a caminho da internação para tratamento. Notícias diárias nos jornais dão conta de que até alguns estabelecimentos comerciais estão se cadastrando nesse comércio ilícito, com o objetivo de obter lucro fácil. Alguns exemplos: lanchonete, boate, bar. A facilidade é muito grande para comprar e para vender. Muita oferta e muita procura, sem limite de idade. É um comércio em expansão, que cresce em proporção geométrica. Quanto mais se prendem usuários e traficantes, novas turmas ingressam nesse tipo de marginalidade. É normal. A luta é grande e constante por parte das polícias e as investidas contra esses criminosos têm sido um sucesso. Isso é notório. Todavia, a lei que regula esse tipo de crime é muito paternalista, o que faz com que os usuários retornem às suas cracolândias, deixando um tom de deboche e de enfraquecimento do poder público. Com a promulgação da nova lei, não houve a descriminalização, e sim a "despenalização", cuja característica marcante foi a exclusão de penas privativas de liberdade, como sanção principal ou substitutiva da infração penal. Enfim, os usuários de drogas tem a proteção garantida em lei e a sociedade é obrigada a conviver com esse estado de coisas.

Celso Pereira Lara

Texto publicado na seção "Dos Leitores" da Tribuna de Minas de 12.04.2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário