Roubar
o direito ao voto é o maior atentado que se possa imaginar contra a democracia.
Quando se pensa que a guerra já acabou ou que tudo tenha chegado ao final, eis
que nos encontramos em um campo minado e com sobreviventes ainda resistentes!
Inacreditável,
surreal, sei lá o quê!  O Congresso está
se preparando para roubar do povo o direito inalienável de escolher os seus
legítimos representantes. A política continua sendo comandada por mentes
insanas que preferem seguir outros caminhos, seguir outras rotas que levem o Brasil
ao fracasso. E isso é inadmissível prosperar neste país progressista, de
liberdade de expressão e de voto. A democracia só faz sentido se for plena! 
Reforma
política só serve para atender os interesses dos parlamentares, sempre foi
assim e não vai ser diferente, agora. Mudança, dessa forma, só se for para
piorar. O que interessa aos políticos não interessa ao povo! Ninguém mais
acredita nos atuais políticos, muito menos em reforma proposta por eles. Não
foi para isso que o povo foi às ruas. 
Tramita
na Câmara a mais indecente proposta de alteração no sistema de votação para
candidatos políticos. Corremos sério risco de não mais poder votar no candidato
escolhido para ser nosso representante no Congresso. Rodrigo Maia, o arquiteto
que já tentou nos tirar o voto impresso - e Dilma vetou a proposta que
estabelecia voto impresso -, agora coloca na mesa um projeto ditatorial que já
havia sido rejeitado por ampla maioria em 2015. Uma manobra asquerosa, uma
estratégia política vergonhosa, que não é compatível com momento algum num
regime democrático. Não há defesa que consiga sustentar tal plano. E, pelas
centenas de discursos proferidos pelos ex-presidentes petistas em que sempre se
intitularam defensores da democracia, esse é o momento próprio para colocar em
prática a narrativa petista, manifestando-se contrariamente a essa monstruosa proposta
e gritando nas ruas ‘Não vai ter golpe’. Mesmo não tendo mais credibilidade
junto à população!
A
proposta oferece ao eleitor um cardápio arrumado pelos próprios políticos, típico
de prato feito. Só que dessa forma a refeição fica difícil de ser ingerida, e por certo
causará indigestão a todos. Trata-se, claramente, de fortalecer as legendas, as
quais estão seriamente desgastadas por envolvimentos em crimes de corrupção. Do
jeito que se apresenta, o eleitor fica sem escolha. Ele se vê na 'obrigação' de
votar na legenda para eleger determinado candidato. Isso não pode ser
considerado voto livre. O direito de voto foi usurpado! 
Na indecorosa
lista fechada vão sobressair aqueles que os líderes dos partidos escolherem, ou
seja, candidatos de interesse da legenda, a serviço de seu projeto de poder. Além
de tudo, as coligações servem para salvar aqueles que possivelmente estariam na
lista da Lava-Jato. Isso impede, se aprovado o projeto, a tão esperada
renovação política no Congresso, enfim, a alternância de poder. Na realidade,
essa proposta serve para enganar a população votante. Dane-se o eleitor!  
A
justificativa de que não há mais financiamento privado para as campanhas, e que
é preciso baratear o processo, não serve para convencer o povo que a proposta é
justa e se faz necessária. Ela em essência é mais um passo na farsa que fere de
morte a democracia, ao excluir o eleitor do seu direito de votar no político de
sua preferência. A legitimidade de nossos representantes está ficando cada vez
mais distante. Isso é preocupante!     
Uma
afronta ao povo brasileiro, bem ao estilo bolivariano. O povo foi às ruas para
dizer não ao PT e às maracutaias políticas, entretanto, Maia colocou um petista
para conduzir a reforma. Um escárnio bem pensado! Ou será que Maia desconhece o
momento vivido pelo Partido dos Trabalhadores? 
Não
bastam os resultados obtidos nas eleições municipais, onde predominaram votos
nulos, branco e abstenções, comprovando assim a insatisfação do povo com o
sistema político. Uma vez aprovada essa proposta de lista fechada, os políticos
esperam o quê dos eleitores nas próximas eleições?   
Celso Pereira Lara
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