domingo, 23 de fevereiro de 2014

323-Médicos e Professores passam a vítimas

Da mesma forma que os médicos trabalham sem infraestrutura nos postos de saúde, os professores encontram dificuldades para lecionar nas escolas.

A que ponto chegou a situação do professor e do médico! Se for verdade que havia muito respeito pela figura deles, isso, então, faz muito tempo. Saudades desses bons tempos! Os pacientes recorriam aos postos de atendimentos com a devida educação e respeito aos profissionais da medicina. Por serem considerados doutores ou salvadores de vidas, prestavam-lhe o devido reconhecimento. Igualmente, os professores eram os profissionais da educação, aqueles que ensinavam a ler e escrever, e por isso eram reconhecidos como verdadeiros mestres.
Acontece que hoje em dia a manutenção das escolas e dos hospitais públicos tem deixado muito a desejar, por falta de materiais necessários ao bom desempenho das atividades dos profissionais.
A contratação altamente suspeita, e na “marra”, de médicos cubanos, com precários conhecimentos da medicina e da língua portuguesa, só serviu para criar um clima de descontentamento na classe médica brasileira. Observa-se que a cooperação do governo é no sentido de sucatear esses serviços. São os sinais da política do quanto pior, melhor.
Além disso, verifica-se com frequência nos postos de saúde a ocorrência de fatos desagradáveis, como agressões ou constrangimentos, por parte dos acompanhantes dos enfermos. Eles chegam ao posto e querem ser atendidos imediatamente, pois não admitem a espera. A situação piora quando não há médico de plantão. Mas, em parte, eles não deixam de ter razão, pois os postos deveriam funcionar sempre com a presença de médicos. Plantão na casa do profissional não é plantão médico! Entretanto, não deveriam partir para o quebra-quebra, agressões físicas nem ofensas morais. A falta de infraestrutura aliada aos episódios de agressões  e calúnias são dificuldades que a classe médica enfrenta no cotidiano.
Na mesma linha, a situação em que o professor brasileiro se encontra é vergonhosa! Passam por constrangimento, submissão e exploração, e além do mais são responsabilizados por tudo de ruim que há na educação. São profissionais da educação, e como tal deveriam ser respeitados não só pelos alunos como também pelos próprios responsáveis. Talvez o aumento desses fatos encontre explicação no desmantelamento das instituições, agravado pelo total abandono na área de Educação, ao longo dos últimos anos. Só falta o governo determinar a contratação de professores cubanos! Como é possível falar em capacitação e qualificação da mão de obra sem que haja condições adequadas para o professor lecionar? Por enquanto, o Brasil ocupa o penúltimo lugar no ranking global de educação, em que foram selecionados 40 países, mas, com um pouco mais de esforço do governo, a possibilidade de conquistar o último é muito grande. A falta de infraestrutura nas escolas públicas já é fator desmotivante a quem pretende fazer um curso de especialização. Há casos de alunos que agrediram educadores, inclusive os próprios responsáveis partiram para a agressão física e xingamentos. Desse jeito, estamos vivendo os tempos primitivos, da barbárie. Ainda no caso dos professores, a situação é muito preocupante, porque envolve menores que são protegidos pelo ECA, enquanto o Estado finge que cuida. O pior é que o poder da escola pública é insuficiente para expulsar um aluno violento, e, pelo andar da carruagem, brevemente deverão ser instaladas UPPs dentro das escolas e dos postos de saúde, para conter, inclusive, os atos de vandalismo. 

Celso Pereira Lara   

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