Da
mesma forma que os médicos trabalham sem infraestrutura nos postos de saúde, os
professores encontram dificuldades para lecionar nas escolas.
A que ponto chegou a
situação do professor e do médico! Se for verdade que havia muito respeito pela
figura deles, isso, então, faz muito tempo. Saudades desses bons tempos! Os
pacientes recorriam aos postos de atendimentos com a devida educação e respeito
aos profissionais da medicina. Por serem considerados doutores ou salvadores de
vidas, prestavam-lhe o devido reconhecimento. Igualmente, os professores eram
os profissionais da educação, aqueles que ensinavam a ler e escrever, e por
isso eram reconhecidos como verdadeiros mestres.
Acontece que hoje em
dia a manutenção das escolas e dos hospitais públicos tem deixado muito a
desejar, por falta de materiais necessários ao bom desempenho das atividades
dos profissionais.
A contratação altamente
suspeita, e na “marra”, de médicos cubanos, com precários conhecimentos da
medicina e da língua portuguesa, só serviu para criar um clima de
descontentamento na classe médica brasileira. Observa-se que a cooperação do
governo é no sentido de sucatear esses serviços. São os sinais da política do quanto
pior, melhor.
Além disso, verifica-se
com frequência nos postos de saúde a ocorrência de fatos desagradáveis, como agressões
ou constrangimentos, por parte dos acompanhantes dos enfermos. Eles chegam ao
posto e querem ser atendidos imediatamente, pois não admitem a espera. A
situação piora quando não há médico de plantão. Mas, em parte, eles não deixam
de ter razão, pois os postos deveriam funcionar sempre com a presença de
médicos. Plantão na casa do profissional não é plantão médico! Entretanto, não
deveriam partir para o quebra-quebra, agressões físicas nem ofensas morais. A
falta de infraestrutura aliada aos episódios de agressões e calúnias são dificuldades que a classe
médica enfrenta no cotidiano.
Na mesma linha, a
situação em que o professor brasileiro se encontra é vergonhosa! Passam por
constrangimento, submissão e exploração, e além do mais são responsabilizados
por tudo de ruim que há na educação. São profissionais da educação, e como tal
deveriam ser respeitados não só pelos alunos como também pelos próprios responsáveis.
Talvez o aumento desses fatos encontre explicação no desmantelamento das
instituições, agravado pelo total abandono na área de Educação, ao longo dos
últimos anos. Só falta o governo determinar a contratação de professores
cubanos! Como é possível falar em capacitação e qualificação da mão de obra sem
que haja condições adequadas para o professor lecionar? Por enquanto, o Brasil
ocupa o penúltimo lugar no ranking global de educação, em que foram
selecionados 40 países, mas, com um pouco mais de esforço do governo, a
possibilidade de conquistar o último é muito grande. A falta de infraestrutura
nas escolas públicas já é fator desmotivante a quem pretende fazer um curso de
especialização. Há casos de alunos que agrediram educadores, inclusive os
próprios responsáveis partiram para a agressão física e xingamentos. Desse
jeito, estamos vivendo os tempos primitivos, da barbárie. Ainda no caso dos
professores, a situação é muito preocupante, porque envolve menores que são
protegidos pelo ECA, enquanto o Estado finge que cuida. O pior é que o poder da
escola pública é insuficiente para expulsar um aluno violento, e, pelo andar da
carruagem, brevemente deverão ser instaladas UPPs dentro das escolas e dos
postos de saúde, para conter, inclusive, os atos de vandalismo.
Celso Pereira
Lara
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