A
pressa desesperada do atual governo pelas propagandas eleitorais 2014 está evidente.
Entretanto, são muitos os programas ainda em andamento e nenhum concluído.
Agora, o Brasil tem pressa! Tanto é assim que
o governo anuncia que vai lançar o PAC 3, sem ter concluído o primeiro. Com um discreto atraso de seis anos nas obras dos programas anteriores, o governo
apressa-se, justo agora, em promover um novo ciclo de investimento: o
lançamento, em abril, do terceiro Programa de Aceleração do Crescimento, a ser
executado a partir de 2015. Preocupada mais com as campanhas eleitorais de sua
reeleição do que propriamente com o crescimento do país, a presidente sabe que o
momento exige estratégias políticas que convençam os eleitores que ainda se
encontram no grupo dos indecisos. São esses que decidirão as eleições, por
isso, o momento para lançar programa voltado para obras de caráter social e
urbano teria que ser agora. O tempo é o fator principal nessa corrida
eleitoral, e tudo o que ainda falta (ou está faltando quase tudo) deve ser
apresentado como promessa de realização no próximo governo. Isso conta muito na
campanha de propaganda do governo na mídia, embora sejam aquelas mesmas ainda
não realizadas, as quais seus fiéis eleitores haverão de engolir novamente. Não
há, portanto, novidade no front. E o novo ciclo de investimento do governo
coincide com o período de campanhas eleitorais. Pura coincidência, não? 
Na área de investimentos no Brasil, nada foi
concluído e alguns sequer saíram do papel. A patinação das obras do PAC é o
principal problema desde o início, e isso vem acarretando prejuízos bilionários
aos cofres públicos. A isso se chama fracasso do governo petista. 
Os programas do PAC 1 e PAC 2 não conseguiram
atingir suas metas. O programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, é um deles. Foram
contratadas mais de 3,4 milhões de moradias, e apenas 1,5 milhão delas foram
colocadas à disposição da população, ficando, portanto, em menos de 50% do
previsto. O déficit habitacional no Brasil continua alto, na casa dos 8 milhões
de moradias. A isso se chama fracasso do governo petista. 
O Arco Rodoviário do Rio, previsto para
conclusão em 2010, no PAC 1, iniciado no governo Lula, hoje está previsto para
conclusão em 2016. A isso se chama fracasso do governo petista. 
O Trem de Alta Velocidade ou trem-bala,
previsto para conclusão antes da Copa 2014, iniciado também no governo Lula,
até hoje não saiu do papel. A isso se chama fracasso do governo petista. 
A transposição das águas do Rio São Francisco
está sempre a um passo da inauguração, e já foram gastos bilhões,
inutilmente.  A isso se chama fracasso do
governo petista. 
Na área de investimentos feitos no exterior, convém
citar alguns que trouxeram prejuízos aos cofres públicos: doação de 60 milhões
para a Bolívia, para o enfrentamento do déficit energético naquele país,
enquanto no Brasil a população sofre com alguns apagões e, certamente, os
consumidores de energia haverão de arcar com os investimentos extras via
aumento na conta de luz; empréstimos secretos para Cuba e perdão da dívida para
Angola, que juntos chegam a mais de dois bilhões de dólares. A ajuda financeira
que o governo brasileiro solidariamente presta a Cuba impressiona a todos os
países não comunistas. A generosidade do governo brasileiro, com os países
comunistas, não tem limites, mesmo com o próprio Brasil passando por uma longa
crise interna, seja política, institucional ou econômica. São fatos cujas
explicações deveriam ser duramente cobradas deste governo pela oposição durante
as campanhas. Para conquistar a classe dos eleitores jovens, o governo promete
também, e novamente, porque ainda não cumpriu, o aumento da oferta (expansão da
banda larga) e a velocidade da internet. A isso se chama fracasso do governo
petista. 
Pelo visto, no balanço governamental, a “mãe
do PAC” não tem nada a comemorar, pois não há nada que tenha sido executado de
maneira completa durante o seu governo. Nada atingiu a meta. O governo só
cumpre a meta quando se trata de reduzir despesas de custeio ou verba do SUS.  Por falta de tempo (7 anos), as obras das arenas
ou estádios vêm sendo tocadas de qualquer maneira, e os aeroportos brasileiros
possivelmente mostrarão o caos em que se encontram as suas reformas para a Copa.
Em alguns aeroportos, até “puxadinhos” serão feitos! Possivelmente, o forte da
campanha estaria concentrado nas promessas de atendimento das manifestações de
rua, ocorridas em junho de 2013. Em nome das pressões populares, o governo
decide apresentar propostas de solução para os problemas acumulados que
envolvem melhorias nos serviços públicos, como transporte. Isso após um ano das
manifestações! Da mesma forma que na campanha de 2010, a mobilidade urbana
seria o destaque da campanha de 2014. E, claro, não poderiam ficar de fora os
enaltecimentos ao Bolsa Família, programa eleitoreiro em essência, acompanhado
de uma nova promessa de abraçar um número bem maior de participantes, se
eleita! Portanto, até agora nada evoluiu concretamente nesta Terra Brasilis,
seja na área social ou na de crescimento do país, a não ser no desmonte das
instituições brasileiras e na baixa credibilidade dos investidores
estrangeiros. Em Wall Street, por exemplo, há um forte pessimismo com o Brasil
por causa da manipulação de alguns indicativos (contabilidade criativa), da
falta de reformas e da possibilidade de o país ser rebaixado pelas agências de
classificação de risco. Portanto, é muito difícil mudar essa percepção num
curto prazo. Se a oposição é taxada de pessimista por criticar os programas do
governo ou torcer contra o Brasil, nas palavras da presidente, e, se de fato, não
houve conquistas de grande valia no período petista, então, é porque tudo não passou
de promessas e promessas. A isso se chama fracasso do governo petista. 
Celso Pereira Lara 
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